terça-feira, 31 de março de 2015

kanelbulle. (receita sueca)

Um bolo sueco criado nos anos 20 do século XX. 
O seu nome significa, em Português, "bolo de canela", embora exista um bolo equivalente conhecido como "caracol", já que tem uma forma em espiral. 
Foi introduzido numa altura em que existia alguma escassez de ingredientes, em consequência da primeira guerra mundial.


Os ingredientes principais da massa são farinha de trigo, leite, açúcar, manteiga ou margarina e, por vezes, também cardamomo. O recheio pode ser confeccionado com manteiga ou margaringa, açúcar, especiarias, frutas e canela. São polvilhados com açúcar grosso, comum na Escandinávia (conhecido na Suécia por pärlsocker) e pincelados com ovo, antes de irem ao forno.


Ingredientes:                                                     


2 colheres de sopa de manteiga + mais para untar
1 1/2 kg de farinha de trigo + extra para amassar
½ colher de sopa de sal
2 colheres de sopa de levedura seca
1 colher de sopa de açúcar extra refinado
½ xícara de  leite morno
Um ovo.
2 gema de ovo para pincelar
cristais de açúcar para polvilhar

Para o recheio:
1/3 xícara de açúcar mascavo.                 


1 colher de sopa de canela.
¾ xícara de passas de uva (opcional)
5 colheres de sopa de manteiga amolecida.

Unte uma assadeira com manteiga. Ela pode ser redonda ou quadrada depende de suas preferências. Deixe-a de lado.
Peneire juntos a farinha, sal, açúcar e o fermento. Esfregue a manteiga na mistura até que ela pareça uma farofa grossa. Agora, faça um buraco no centro. Cuidadosamente, bata o ovo e o leite, derrame no buraco.
Misture para fazer uma massa macia.

Sove a massa sobre uma superfície bem enfarinhada. Sove de 5 a 10 minutos ou até que a massa esteja bastante macia e elástica. Coloque a massa dentro de uma tigela ampla e bem oleada e cubra com filme plástico. 


Deixe numa local morno por uma hora até que ela tenha dobrado de tamanho. recheio uniformemente sobre a massa amanteigada.
Enrole a massa como um rocambole. 


Com uma faca afiada, corte em  pedaços iguais. Coloque na forma. Cubra com filme plástico. Deixe-o crescer em um local quente por 45 minutos ou até que tenha dobrado de tamanho.
                                                                                     
Pincele com gema de ovo batido e polvilhe com a mistura de canela-de-açúcar! Polvilhe um pouco mais de açúcar de confeiteiro cada caracol.
 


Aqueça o forno a 190°C. Asse os pãezinhos por 30 minutos ou até que fiquem ligeiramente dourados.
Remova do forno deixe-os esfriar por 10 minutos antes de remover da forma para refrigerar.









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Receitas de Sustentabilidade.

Na Itália La scacciata ou Pane ripiene, em Portugal Bola de Carne, no Brasil Empanada.

Uma receita que reaproveita no seu recheio sobras de carne, uma ótima sugestão para evita desperdício.
Um recheio saboroso, envolto em massa de pão e assado que algo mais apetitoso
Seja criativo, o recheio fica por sua conta!


Bola de carne (pronuncia-se como se estivesse escrito “bôla” de carne ) é uma iguaria típica da culinária de Portugal, um pão recheado de carnes.
Normalmente, mistura-se farinha de trigo com ovos, leite, fermento e azeite até formar uma massa lisa, juntam-se as carnes cortadas em pequenos pedaços e coloca-se numa forma de pão para cozer no forno. As carnes incluem chouriço, presunto ou fiambre, ou outras carnes que já estejam cozinhadas, como galinha ou boi.

 La scacciata é um produto de padaria artesanal típico da

Sicília, com pão recheado com, brócolis, couve-flor e batata, queijo atum ou queijo e azeitonas  pretas. Muito semelhante ao calzone bem conhecida e apreciada nas regiões do sul da Itália, especialmente para a sua fragrância e genuinidade.

Como produto de padaria é muito desenvolvido em Sicília , onde representa a excelência. Em algumas cidades, é o símbolo das férias de inverno e até mesmo simples harmonia familiar. O artesanato na preparação torna uma obra-prima da culinária siciliana, muito imitado e comercializado em muitas variações culinárias.

Empanada
:

Ingredientes para a massa:

200 ml de leite
1 colher de sopa de açúcar                              

50 gramas de manteiga
25 gramas de fermento fresco de padeiro
1 ovo
400 gramas de farinha s/ fermento
1 colher de chá de sal

Para o recheio:

1 cebola média

150 gramas de bacon aos cubos
150 gramas de chouriço ou linguiça em meias luas
25 ml de vinho branco
15 ml de azeite
Sal e pimenta

Preparação da massa:

Coloque o leite morno, o açúcar e a manteiga e misture
Adicione o fermento, o ovo, o sal e a farinha
Passe para um recipiente polvilhado com farinha, tape com película e deixe levedar até duplicar o volume.
 

Prepare o recheio:
Corte a cebola bem picada, o baccon em cubinhos e o
chouriço, refogue em azeite. Prove e, caso seja necessário, adicione um pouco de sal e pimenta.
Adicione o vinho branco e deixe reduzir.

Divida a massa já levedada em duas porções.

Polvilhe uma forma redonda lisa com um pouco de farinha, estenda metade da massa e forre com ela o fundo e laterais até meia altura.

Coloque o recheio e cubra com a restante massa, também estendida.

Deixe repousar durante mais meia hora.

Leve a forno pré-aquecido a 180º durante cerca de meia hora.

Método tradicional:
Coloque os ingredientes da massa num recipiente e amasse com as mãos até obter uma massa homogénea e lisa.

Forme uma bola, coloque-a num recipiente, tape com película e deixe repousar até duplicar o volume.

Entretanto, pique a cebola grosseiramente e refogue-a num pouco de azeite juntamente com o bacon e o chouriço. Prove, retifique os temperos caso seja necessário, adicione o vinho e deixe refogar mais um pouco até este se evaporar. Reserve.

Divida a massa já levedada em duas porções. 

Polvilhe uma forma redonda lisa com um pouco de farinha, estenda metade da massa e forre com ela o fundo e laterais até meia altura.

Coloque o recheio e cubra com a restante massa, também estendida. Deixe repousar durante mais meia hora.Leve a forno pré-aquecido a 180º durante cerca de meia hora.


Dica: Pode substituir o bacon e chouriço por restos de frango ou carne de porco crus ou já cozinhados.


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Imperdível texto de Massimo Montanari

"Do paladar gastronômico ao bom gosto intelectual.
As raízes medievais de um trajeto cultural moderno"

Massimo Montanari (Imola, 1949) é um historiador italiano, professor de história medieval, história econômica e social da Idade Média e da história de nutrição da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade de Bologna e da

Universidade de Ciências Gastronômicas. Ele é considerado um dos maiores especialistas mundiais na história da comida.


Ele dedicou sua atenção principalmente para duas áreas de pesquisa acadêmicos, que estão estreitamente integradas: a história agrária e da história do alimento, destinados como estradas de acesso preferencial para a reconstrução da sociedade medieval como um todo, estruturas econômicas e sociais (relações de trabalho, poder, propriedade), aspectos concretos e tangíveis da vida diária, os valores culturais e atitudes. Como parte desta investigação tiveram ressonância especial seus estudos sobre a história do alimento, entendida como a história de todo o campo que envolve os planos da economia, instituições e cultura.

Leia o texto em Pdf:

http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistacontextos/wp-content/uploads/2012/03/artigo-04.pdf

Breve história da Empada

Conta-se que um talentoso e criativo padeiro de uma pequena cidade ao sul da França resolveu experimentar uma combinação de farinha de trigo e manteiga, sem fermento.

O resultado da mistura foi um tipo de “farofa”, ou seja, uma massa que não tinha "liga". Como ele não conseguia dar um formato à massa, uma vez que se desmanchava ao ser manuseada, resolveu utilizar uma pequena forma de bolo que havia em sua padaria. Com as pontas dos dedos modelou uma fina camada daquela farofa no fundo e nas laterais da forma e colocou um recheio de frango, cuja receita aprendera com sua avó. 

Quando a primeira fornada ficou pronta ele percebeu que a massa ficou ótima, mas o recheio estava muito ressecado. Resolveu então colocar uma tampa feita com a mesma massa. O resultado foi surpreendente, pois o quitute ficou delicioso e todos que experimentaram ficaram maravilhados com a maciez e o sabor da massa, levemente amanteigada e que se desmanchava na boca. Isso sem falar na gostosura que era o recheio de frango da vovó, é claro. 

A notícia se espalhou pela cidade e todos queriam saborear a tal “tortinha” de massa quebradiça e recheio de frango. O sucesso era tanto que ele não dava conta de atender aos pedidos, uma vez que era muito trabalhoso e demorado produzi-las, pois eram moldadas à mão, uma-a-uma, em um processo artesanal. 

Um padeiro de uma cidade vizinha vendo o potencial do novo produto resolveu entrar no mercado, mas ao se dar conta do trabalho e tempo de preparo que a tal massa quebradiça exigia, teve a ideia de usar uma adaptação da tradicional receita de massa de pão, pois devido a sua elasticidade podia-se abri-la com um rolo e coloca-la sobre várias forminhas ao mesmo tempo. Dessa forma, a produtividade aumentava significativamente e o produto ficava com o mesmo formato das tortinhas do seu concorrente, dando a impressão que se tratava do mesmo produto. Mas por conta desse ganho de produtividade se perderam as características da receita original: massa sequinha, fininha, macia, com leve sabor amanteigado e que desmanchava na boca. 


A massa original recebeu o nome de Paté Brisée (pronuncia-se patê brizê), que em francês significa massa quebradiça e a "tortinha" foi chamada de empada, que é uma redução da
palavra empanada, do latim Panis, que significa pão.

 No Brasil, a Paté Brisée recebeu o estranho e inadequado apelido de "massa podre", ficando conhecida e popularizada como empada de massa podre. 
A empada ou empadinha é uma espécie de salgado popular no Brasil e em Portugal. De origem desconhecida, é encontrado em quase todos os lugares do mundo. Provavelmente, tem origem nos pastelões portugueses, que consistiam em grandes tortas salgadas, com recheios diversos, com forte influência medieval. No século XIX os pastelões pequenos eram conhecidos como empadas de caixa. Uma outra razão do sucesso das empadas e empadões, era de que serviam como refeições para os seguidores da Igreja Católica, nos dias de abstinência de consumo de carne de vaca ou suína. Em Portugal, as empadas de frango são hoje as mais populares, sendo possível encontrá-las na maior parte dos cafés e pastelarias, assim como adquiri-las em supermercados.

A etimologia da palavra empada é uma simplificação para a palavra empanada (também usada no idioma espanhol), com origem no latim panis, que significa pão. O significado mais próximo seria de iguaria de massa com recheio de carne (normalmente), com fechamento (tampa) da própria massa. Nos Estados Unidos da América pode-se encontrar uma empada de frango, chamada chicken pie, e na Inglaterra encontra-se uma empada de frango e cogumelos,e a famosa Melton Mowbray Pie, recheada com carne de porco picada e colágeno.



Os recheios mais tradicionais são os de frango, palmito e camarão, mas já se pode encontrar empadas de queijo, carne, calabresa e tantos outros. As mais recentes novidades são as empadas com massa brisée integral e as empadas com recheios doces. As receitas originais são guardadas como segredos de família, e transmitidas de geração em geração. Hoje se pode afirmar que são pouquíssimas as pessoas e empresas que ainda fazem empadas com a legítima e deliciosa Paté Brisée. A Empada no Prato é uma delas.

Empadinhas de Palmito


Para a massa: 
1 1/4 xícara de farinha de trigo                      
8 colheres de sopa de manteiga sem sal, em cubos e bem gelada 
1/2 colher de chá de sal 
1 ovo, bem batido com 1 colher de sopa de leite integral 
1 gema de ovo levemente batido

Para o recheio: 
2 colheres de sopa de manteiga sem sal 
1/2 cebola amarela média picada 
alho um cravo, picada 
1 1/2 colher de sopa de farinha de 
leite integral 1 xícara 
1 1/2 xícaras de palmito, escorrido e em fatias finas 
1/4 xícara de azeitonas Manzanilla , sem caroço e cortada 
2 colheres de sopa de queijo parmesão, ralado 
2 colheres de sopa de salsa picada 
sal e pimenta fresca a gosto

Prepare a massa: 
Peneire a farinha e o sal em uma tigela grande. 

Trabalhar a manteiga e os ingredientes secos até que se desmanchem em pedaços do tamanho de ervilhas, acrescente na mistura os ovos e o leite.

Desenforme a massa sobre uma superfície levemente enfarinhada. Para a mistura final. Junte a massa  até formar um monte. Embrulhe em filme plástico e leve à geladeira pelo menos 1 hora ou durante a noite.

Prepare o recheio: 
Derreta a manteiga em uma panela grande em fogo médio. Adicione a cebola e o alho e refogue até ficar macia, mas sem dourar, cerca de 5 minutos. Adicione a farinha e cozinhe, mexendo sempre até ficar bem incorporado, a cerca de um minuto. Aos poucos, junte o leite, transformando constantemente até que o molho comece a engrossar, mas ainda se mantenha cremosa, 2-3 minutos. Acrescente o palmito e azeitona e cozinhe até ficar aquecido por, mais 2-3 minutos. Retire do fogo e junte o parmesão e a salsa. Tempere com sal e pimenta moída na hora.

Pré-aqueça o forno a 190 graus.

Formar as empadinhas: 
 Encha cada forminha com uma colher de sopa de recheio e tampe com massa adicional para selar. Usando uma faca afiada, corte pequenas aberturas na parte superior de cada empadinha. Pincele levemente com gema de ovo batido.

Coloque no forno e asse até que a crosta é levemente dourado, 25-30 minutos. Transfira para uma gradinha e sirva imediatamente.

Faz 12 grandes ou 24 pequenas empadinhas .

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Cozinha Afro Baiana

A Casa do Benin, hoje, das irá receber a primeira edição da Mostra Gourmet Ajeum do Benin a partir das17 às 20h.
No evento, o público poderá consumir pratos da Gastronomia Africana, preparados pelas chefs Ana Célia Batista, do restaurante Zanzibar, e Angélica Moreira, do projeto Ajeum da Diáspora.

A ação faz parte do projeto Ajeum do Benin, que promove oficinas da culinária de países africanos, como Benin, Angola, Nigéria e Moçambique, contemplando entradas, pratos principais e sobremesas.


 A Casa do Benin está localizada na Rua Padre Agostinho Viana, nº18, Pelourinho,
Centro Histórico Telefone: (71) 3241.5679.

Pequeno Dicionario da Cozinha Baiana


Verbete G Godó de Banana

Godó de banana
É um ensopado feito com carne de sol e banana verde, que fica muito bem acompanhado com arroz, feijão, farofa e salada.      

                                                      Séculos antes da chegada do turismo, a mineração foi o grande motor econômico da Chapada Diamantina. Primeiro o ouro, encontrado no século 18 em Rio de Contas e Jacobina, em seguida o diamante, cujas primeiras jazidas foram descobertas no começo do século 19 em Mucugê.

Quando os portugueses começaram a adentrar na região da Chapada Diamantina, se depararam, dentre outras etnias indígenas, com a Nação Tapuia; muito numerosa na região. Também chamados por Aimorés ou Botocudos, ficaram muito conhecidos pela utilização de botoques nos lábios e orelhas. A partir dos sete anos de idade as crianças já tinham seus lábios e orelhas perfurados e inseridos botoques que iam aumentando de tamanho conforme a idade, seriam como os piercing atuais, mas tido pelos Tapuias como um elemento de identidade da nação, de força e de beleza. Essa nação indígena cultuava os espíritos encantados das matas, hoje absorvido pelo candomblé congo-angola como os caboclos.

Provavelmente foi por volta da primeira metade do século XVII que os portugueses através das Entradas (ou Bandeiras) “desbravaram” a região da Chapada. A principal motivação deste “desbravamento” era localizar ouro, metais ou pedras preciosas, para serem saqueados e levados para a Coroa Portuguesa. Os rios foram as principais “estradas” para aquela aventura portuguesa, dentre eles, os mais importantes para a chegada na chapada foram o Paraguaçu e o São Francisco.

Em história nem sempre é possível afirmar com absoluta certeza datas e acontecimentos, mas é possível que os primeiros Arraiais e Vilas naquela região datem do final do século XVII e início do XVIII. Naquele período ficaram emblemáticas as figuras do Bandeirante, dos Garimpeiros, dos Jesuítas, dos Colonos e dos Sertanistas. 
                                                                                            

Os Bandeirantes “desbravavam”, os garimpeiros procuravam as riquezas nos leitos dos rios, os jesuítas catequizavam os índios, os colonos plantavam e comercializavam e os sertanistas criavam animais para alimento e transporte.


Na região da chapada entre 1817 e 1818 foram encontradas as primeiras pedras de diamante nas Lavras Diamantina, onde se encontram os atuais municípios de Mucugê, Andaraí, Lençóis e Palmeiras. Essas quatro cidades foram criadas em virtude do ciclo do diamante, graças às bateias dos garimpeiros e posteriormente dos demais personagens que foram sendo agregados. 
Os produtos agrícolas, como o café, passaram a ter importância maior quando o ciclo do diamante começou a entrar em crise.

(índios Botocudos – Tapuias – Aimorés)

Vadinho não sabe quem preparou pela primeira vez o godó,

receita típica da Chapada Diamantina. Caboclo calejado por 81 anos de vida dura, a maior parte dos quais "buleando" bateias e peneiras nos riachos encascalhados da Serra do Sincorá, ele também não sabe porque o prato tem esse nome. Vadinho é apelido de Euvaldo Ribeiro, um dos mais respeitados garimpeiros da região. "Com muito orgulho", declara. Ele ignora a origem do godó mas, com base no que já viu e comeu em mais de meio século de vivência em curriolos, emburradas e engrunadas (garimpos em leito de rio, áreas com rochas e subterrâneos, respectivamente), acha que, no fundo, o prato não passa de uma versão modernizada do antigo cortado de banana. 
"Garimpo não é lugar para luxo. É preciso ser prático, inclusive na alimentação, de modo que se misturava tudo que se tinha à mão em panela de ferro sobre trempe, pedra ou chão." Os garimpeiros picavam bananas e colocavam para assar com toucinho e, eventualmente, farinha.


O outro prato destacado nesta seção - arroz de garimpeiro - tem passado semelhante. Chamava-se arroz de poço, segundo ele, porque era servido num carumbé - gamela cônica na qual se conduz o cascalho que vai ser lavado nas catas de ouro ou diamante. "A gente juntava arroz vermelho, toucinho, pedacinhos de carne, fritava tudo e ainda aproveitava o óleo depositado no fundo, misturado com farinha", conta.
Durante o ciclo do diamante - do final do século 19 a meados do século 20 -, o município abrigava mais de mil mineradores. O comércio fervilhava. As pedras atraíam compradores do exterior, mascates, prestadores de serviços e gente de todo tipo, como Chiquinha do Pé-do-Morro, que vivia de bicos, mas notabilizou-se por morar numa grunha (concavidade espaçosa na rocha).

Maria dos Anjos, no preparo das iguarias: prazer em fazer, servir e comer
Grande número de garimpeiros, entre os quais o famoso Chico Sujo que, como o nome indica, não era flor que se cheirasse, vivia em lajedos ao redor de Mucugê. Hoje, não mais. A cidade se arrumou. Ficou bonita. Uma das jóias da Chapada atrai visitantes do mundo inteiro. Os diamantes escassearam e os garimpeiros aposentaram-se. 

Para Vadinho, deve haver ainda uns cinco ou seis em atividade, no máximo. "Apesar das dificuldades, era bom garimpar. Quando alguém achava um diamante, logo se identificava", lembra, com brilho nos olhos. Pai de sete filhos, ele também aposentou-se, mas ainda bateia de vez em quando, em demonstração para estudantes e turistas em Mucugê, onde nasceu.
Ele não sabe quem criou as receitas, mas aprecia ambas, principalmente quando feitas por Maria dos Anjos, cozinheira da Pousada Mucugê. Nascida no povoado de Quebra-Cangalha, não muito longe da sede do município, ela é muito requisitada pelos turistas. Seus pratos são "modernos", de acordo com a classificação de Vadinho. Originais ou adaptados aos novos tempos, são deliciosos, segundo consenso geral.

Receita do Godó de Banana:
Ingredientes: 
Rendimento: 6 pessoas                                            

350 g de carne de sol, 250 g de charque e 200 g de bacon, cortados em cubos pequenos
1 cebola, 1 tomate, 1 pimentão (grandes) e 12 bananas verdes, picados
3 sal a gosto                                              

Como fazer:
 Corte as bananas, ponha os pedacinhos numa vasilha grande com água e um pouco de vinagre, para que fiquem ligeiramente roxos. Ponha para cozinhar. À parte, pique e frite a carne de sol, o charque e o bacon. Quando as bananas estiverem cozidas, junte as carnes, o tomate e a cebola e vá misturando tudo devagar, até formar uma espécie de sopa. Quando a banana estiver mole, estará pronto.

"As Cores do Sagrado" e "Aquarelas do Descobrimento


Uma mostra inédita com marcos da história do Brasil e da Bahia revelados em traços leves, coloridos e minuciosos de Carybé.

As exposições “Aquarelas do Descobrimento” e “As Cores do Sagrado” vão reunir cem obras do renomado artista plástico, conhecido por adotar a Bahia como principal fonte de inspiração. A mostra relembra a história do descobrimento do Brasil e as tradições do culto aos deuses africanos no candomblé da Bahia.


A curadoria de Solange Bernabó, filha de Carybé, buscou privilegiar a sintonia entre os momentos do artista, além da sua técnica privilegiada.
Lembre-se que na noite de abertura, 07/04, o estacionamento é gratuito logo ao lado da Caixa Cultural Salvador.

https://www.facebook.com/events/1424051607905963/

Serviço:
CAIXA Cultural Salvador
Rua Carlos Gomes, 57, Centro, Salvador
Dia:Terça, 7 de abril
Horário: 19:00 - 21:30

segunda-feira, 30 de março de 2015

Mulheres empreendedoras apostam nos sabores Afro


Apesar da imensa influência mútua entre a cultura culinária encontrada em diferentes países da costa oeste africana e as várias regiões do Brasil, são ainda raríssimas as casas que se propõe em nosso país a explorar e ofertar a rica gastronomia da África em terras tupiniquins.


Hoje elas contam com maior publicidade e faturamento, mas além do sucesso com suas iguarias, para as empresarias e Chefs de comida Afro, ainda são poucos os investimentos financeiros e apoios culturais.

São Paulo, com uma grande colônia de imigrantes vindos de países como Nigéria, Camarões e Angola, ainda não se abriu totalmente para este universo. (O mesmo ocorre no Rio que possui igualmente uma grande colônia de angolanos). Em parte isto ocorre pelo desinteresse brasileiro em explorar esta diversidade, mas também porque as comunidades de imigrantes são reconhecidamente fechadas.

No entanto, de uns anos para cá, alguns restaurantes que antes serviam basicamente aos estrangeiros começaram a despertar a atenção dos paulistanos. O maior destaque é o Biyou’Z bem próximo a Praça Júlio Mesquita, no Centro de São Paulo (região que concentra grande parte dos africanos em Sampa).



Fundado pela empreendedora e Chef    camaronesa, Melanito Biyouha, logo ela enxergou as boas possibilidades em abrir as portas para além da comunidade e servir também aos brasileiros um panorama dos pratos típicos de países como Angola, Nigéria, Senegal, Gana, Camarões entre outros.

O fato da “banana” vir antes do “peixe” no nome do prato faz todo o sentido – a porção da fruta é enorme! Fiquei muito surpreso com o sabor equilibrado e o ótimo tempero do pedido. A prato me custou apenas R$ 16,00!

Sai bastante satisfeito com o almoço, com o atendimento e a experiência de maneira geral, mas me arrependi depois de não ter provado o Fufu, espécie de massa que mistura banana-da-terra com mandioca ou milho (no restaurante há as duas opções). Fica pra próxima!

Biyou´Z Restaurante Afro
Endereço: Alameda Barão de Limeira, 19 – Campos Elíseos. São Paulo (SP).
https://www.facebook.com/biyouzresto


Em Recife
Os sabores da culinária africana e dos temperos pernambucanos são a especialidade da chef Cármem Virgínia dos Santos
que comanda as panelas do restaurante recifense Altar Cozinha Ancestral.
Dna. Cármem, além de chef, é também yabassé, ou cozinheira dos orixás.

Ela é a encarregada de preparar os pratos rituais em um terreiro no Recife desde os sete anos de idade.  A mulher tem uma força inesgotável dentro dela que quando se alia ao dom de cozinhar, ficamos poderosas. Ontem eu era apenas uma cozinheira de Orixá, vendedora de planos de saúde, estudante que sonhava com um dia poder cozinhar pros homens em seu restaurante; e hoje eu sou Iyabassé Dona Cármem Virgínia, dona do restaurante Altar, cuja comida faz qualquer um – seja homem ou mulher, querer voltar e provar o resto do cardápio. Revela a Chef do Altar Cozinha Ancestral.

https://www.facebook.com/restaurantealtar?fref=ts
Rua Francisco Jacinto, 368 Santo Amaro
Recife
8198001090 / 30973548



Em Salvador
Ré-Restaurante Dona Suzana
Em Salvador, novos restaurantes simples, mas com potencialidades de boa comida, temos o , comandado Ré-Restaurante, pilotado por Dona Suzana, fica na Comunidade Solar do Unhão, próximo ao MAM(Museu de arte Moderna).
Dona Suzana mantém um restaurante visitado regularmente por artistas e visitantes, oferece alem de belas moquecas uma vista deslumbrante da Bahia de todos os Santos.


Normalmente Dona Susana também tem um prato caseiro para você (feijão, arroz e uma carne), sexta às vezes tem caruru e nos domingos a boa feijoada baiana!!! Ligue para Dona Susana - 71 8656 8422
http
Dona Suzana mantém um restaurante visitado regularmente por artistas e visitantes, oferece alem de belas moquecas uma vista deslumbrante da Bahia de todos os Santos.
Normalmente Dona Susana também tem um prato caseiro para você (feijão, arroz e uma carne), sexta às vezes tem caruru e nos domingos a boa feijoada baiana!!!
Ligue para Dona Susana - 71 8656 8422



Reduto tradicional de boa comida a anos, a área do mercado das Sete Portas, você pode encontrar
O Galo de Diumbanda:
A antiga rodoviária da cidade, que fica na comunidade do Pelacity, nas Sete Portas, ganha vida nova toda quarta-feira, das 18h às 23h. É o dia e hora em que começa o Galo de Diumbanda, evento que mistura gastronomia e pagode.
O najé (vaso de barro) cheio de galo cozido, pirão, batata, chuchu, quiabo e abóbora, custa R$ 30 e serve entre 3 e 4 pessoas. “É uma receita caseira, aprendi com minha mãe. Tudo começou com meu pai e os amigos, no bar. No formato atual já tem 8 anos”, conta Diumbanda.
tira-gosto sai por 23 reais e serve duas pessoas. Quem quiser mais substância deve pedir o peixe à moda da casa, assado na folha de bananeira (serve 3 pessoas e custa R$ 50). Aceita cartões de crédito e débito e só funciona para prato principal com reserva feita até as 9h. Telefones: (71) 8816-5376 e 3326-3869.                                                                              
Projeto Social

Segundo ela, o Escaldado do Galo ganhou um caráter de projeto social, uma vez que gera renda para os moradores do local. Todas as pessoas que trabalham no evento ― seguranças, cozinheiras, garçons, caixas e catadores de latinha ― são da comunidade.

“Os artistas convidados não cobram cachê. Os ingressos custam R$15 somente para cobrir os custos da festa.

Além disso, para ela, outro resultado importante foi a elevação da autoestima dos moradores da localidade, que só costumava ter destaque na mídia, no noticiário policial.

Muito tradicional e bem frequentado o bairro do Garcia, sempre teve boa reputação quando o assunto é boa comida, frequentei muito o Recanto de Tia Célia: O cheiro da feijoada perfuma todo o beco e fisga quem passa pela rua Padre Domingos de Brito, no Garcia.

As responsáveis pelo convite olfativo são Carina Maria e sua tia, Lêda, que comandam os Recantos da Tia Célia e da Tia Lêda. De domingo ao almoço de quinta-feira, o feijão sai das panelas de Lêda.
Da tarde de quinta até o sábado à noite, quem comanda o caldeirão é Carina Maria,
filha da lendária Tia Célia, que deu notoriedade ao local .

O prato comercial da feijoada que seduziu tantos famosos custa R$ 30, serve duas pessoas e vem junto com arroz e salada de tomate com cebola.

Restaurante Recanto da Tia Célia
Rua Padre Domingos de Brito, 1 travessa, n 25, Garcia, Salvador


https://www.facebook.com/pages/Restaurante-Recanto-da-Tia-C%C3%A9lia/652972341462035?sk=timeline

Exposição apresenta ilustrações assinadas por Dorival Caymmi

Exposição apresenta ilustrações assinadas por Dorival Caymmi

Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo vão conhecer uma faceta inusitada de Dorival Caymmi em mostra inédita que reúne obras do artista, tendo como inspiração suas próprias canções


A faceta de ilustrador do cantor e compositor Dorival Caymmi será revelada durante a exposição “Aos Olhos de Caymmi”. Na esteira das comemorações pelo centenário do artista, a mostra será lançada no dia 30 de março de 2015, às 19h30, no Foyer do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador (BA). Durante o evento, Danilo Caymmi, filho do artista, apresentará uma palestra cantada para os convidados.

A partir da interação e observação do seu universo particular, o artista traduziu nas suas composições e consequentemente nas imagens, cenários tipicamente baianos: o coqueiral de Itapuã, a areia branca do Abaeté, as festas populares, uma puxada da rede, uma festa popular ou um acarajé com vatapá. Em “Aos Olhos de Caymmi”, o público vai conhecer dez ilustrações feitas a partir de canções de sua autoria. Com visitação gratuita, a mostra permanece no local até 03 de maio, de terça a domingo, das 12h às 18h.

O projeto, que ainda será levado para São Paulo e Rio de Janeiro, conta com a curadoria de Rose Lima, que possui 18 anos de experiência no mercado cultural. “Buscamos conectar o universo de inspiração de cada ilustração reunindo música, partitura, contexto, fonograma, intérpretes, admiradores e algumas curiosidades. Assim, apresentamos o pintor Dorival Caymmi, cujos olhos de artista traduziu palavras e sons em imagens”, acrescenta a curadora. A exposição, além de ter a produção assinada pela empresa Hasta La Luna Iniciativas Culturais, possui patrocínio do Grupo LM.

Evento de abertura – Danilo Caymmi, filho mais novo do artista homenageado, fará uma palestra cantada no Foyer do teatro durante o evento de abertura, interpretando as canções ilustradas pelo pai. Danilo afirma que no dia 30 vai “expor para o público os contos de meu pai de forma dinâmica e interativa, com o objetivo de perpetuar a história, promover a cultura local e fortalecer a memória nacional”. Esta exposição está sendo considerada pelo artista “a menina dos olhos” do centenário de Caymmi. Ele disse ainda que “o público precisa conhecer os personagens da Bahia, por isso vejo que a iniciativa do patrocínio foi louvável. Estou lidando com profissionais dedicados que demonstraram interesse e respeito pela obra”.

Além da mostra para marcar o centenário do artista, o Grupo lançou em 2014 a reprodução de um caderno lançado no ano de 1984 com os desenhos que servem de base para a exposição. Neste material, encontram-se ilustrações que ele produziu sobre as músicas “Marina”, “Dora”, “Rosa Morena”, “João Valentão”, “Vou vê Juliana”, “Rainha do Mar”, “O que é que a baiana tem?”, “A Preta do Acarajé”, “Vatapá” e “Milagre. O caderno ainda vem com um autorretrato do cantor.

O Grupo LM se destaca como incentivador da cultura baiana, através do apoio ao projeto que preserva e promove um legado deixado por um dos mais importantes artistas brasileiros. Nesta exposição, o Grupo LM investiu aproximadamente R$ 300 mil, via Lei Rouanet. “Este projeto revela a obra de um homem que, como ninguém, levou aos quatro cantos as riquezas de nossa terra e de nosso saber”, cita Luiz Mendonça Filho, presidente do Grupo LM.

Nos últimos anos, o Grupo LM já investiu mais de R$ 2 milhões na cultura, patrocinando publicações, espetáculos e exposições. Um dos destaques é o investimento no memorial “A Casa do Rio Vermelho”, que pertenceu aos escritores Jorge Amado e Zélia Gattai, reaberto em novembro de 2014, tido como um dos principais pontos turísticos e espaço cultural da capital baiana.

Além disso, o Grupo investiu na publicação dos livros de fotografia “Cairu, Cidade do Sol” e “Encantos de Tinharé”, de Rui Rezende, no livro “Semiótica”, do artista plástico Bel Borba e a publicação do único conto literário assinado por Carybé, intitulado “Iaba”. Internamente o Grupo LM ainda busca incentivar o interesse pela cultura com diversas ações. Estão entre elas, a realização de sessões de cinema no Cineclube Bravo!, e um projeto de formação pelo teatro, que conta com a direção da atriz baiana Andrea Elia Neves.
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Alimentos Identitários

Os Pataxó foram tidos, por Darci Ribeiro, como extintos em 1900, tendo passado por décadas de massacres, destruição e expulsão de seu território tradicional, com a chegada de fazendeiros e madeireiros e com a criação do Parque Nacional do Monte Pascoal.


Tais eventos resultaram em um processo de perda territorial e ambiental, dispersão, fechamento das pessoas e perda de elementos da biodiversidade terrestre, da água doce e da água do mar, bem como da agrobiodiversidade, afetando severamente a cultura gastronômica, como um todo. 

Falamos de Farinha kwiúna, essa farinha, feita com variedades de mandioca pubada, é essencial para os Pataxó, que dizem ser essa a farinha de índio.

Puba é uma massa extraída da mandioca fermentada e largamente utilizada na produção de bolos, biscoitos e diversas outras receitas típicas, como mingaus, biscoitos e bolos.


O processo de obtenção da puba consiste em deixar a mandioca de molho num recipiente com água por sete dias. No final desse período a mandioca deverá estar mole. Deve-se então escorrer a água e lavar abundantemente a mandioca ralando-a em seguida. Com a mandioca ralada, deve-se escorrer completamente o líquido, e separar.
Os Pataxó apreciam esta farinha em detrimento da "farinha de guerra" (o nome é atribuído a seu emprego, no século XVII, pelos bandeirantes, que em seu caminho arrancavam as ramas crescidas que haviam plantado em passagem anterior - as raízes raladas e secas ao sol davam origem à rústica "farinha de guerra"), fina, que eles produzem mais para a venda aos brancos.  

                                                      
Segundo o biólogo Jean François-Timmers, os Pataxó são um dos únicos grupos indígenas do Nordeste brasileiro que ainda mantém a farinha de puba. Ele ressaltou essa farinha possui uma forte conotação identitária para esse grupo indígena,
pois são os únicos a utilizarem-na farinha de puba na região.

O processamento da mandioca brava para a produção da farinha é muito parecido com o de outros povos indígenas no Brasil: após o plantio e a colheita, a mandioca é colocada na água para pubar, durante alguns dias; depois é retirada e misturada com massa não pubada; em seguida a massa é colocada na prensa e seu produto final é peneirado e posto no forno bem quente, para torrar. Além da farinha, a mandioca fornece diversos subprodutos, como a farinha moreninha, com coco e açúcar, beiju de puba, beiju melapança, beiju de rola, bolo e paçoca de aipim, paçoca. 


Os beijus só são feitos quando há grande quantidade de tapioca ou massa pubada. Quando a colheita é grande, são feitos diversos tipos de beiju,consumidos como base alimentar nos dias que se seguem. O kauim (produzido a partir da fermentação da mandioca) ainda é bebido e serve para dar força durante as manhãs.
"Aqui é cozinhado brincadeira, se reuniam os meninos e as

meninas, aí faziam aquele cozinhado debaixo do pé de mato, no ar fresco. Reuniam aqueles meninos e meninas e faziam aquelas casinhas de beira de chão de cachandó, uns iam pescar já da para fazer aquele cozinhado no outro dia". (Pataxó Retirinho)

Plano de Gestão Pataxó
cggamgati.funai.gov.br/index.php/download_file/1695/257/

http://www.slowfoodbrasil.com/textos/alimentacao-e-cultura/363-o-magute-pataxo-em-vias-de-extincao


IDENTIDADE NA PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA:ESTUDO DA COMUNIDADE PATAXÓ DA ALDEIA PÉ DO MONTE 

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domingo, 29 de março de 2015

O barreado, é tema do novo livro de Marie Gimenes Minasse

“Cozinhando a tradição: festa, cultura, história e turismo no litoral paranaense” é novo livro de Marie Gimenes Minasse, sobre o prato e suas implicações na história e no turismo do litoral paranaense.

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A sessão de autógrafos acontece no Madame Aubergine Cozinha & Cultura (Rua Carla, 25, Itaim Bibi, São Paulo), de 18h às 22h, e conta também com degustação comandada pela Chef Talitha Vitorelli.
O livro foi publicado em 2013 pela Editora UFPR e apresenta a história do barreado, prato tradicional do litoral do Paraná, as transformações que aconteceram no preparo e no consumo e sua relação com o desenvolvimento econômico e turístico da região que se vê representada na preparação culinária.
A obra, baseada na pesquisa de doutorado da Marie, instiga o leitor a refletir sobre a complexidade da relação entre o ser humano e sua comida.   
Para tanto, reúne informações de pesquisa em artigos e documentos históricos e 45 entrevistas realizadas com cozinheiros amadores e profissionais, com gerentes e proprietários de restaurantes que servem Barreado no litoral paranaense e com pessoas ligadas ao desenvolvimento da atividade turística na região. Também está presente a marca registrada da autora: um exercício primoroso de revisão bibliográfica, aqui focado em títulos da historiografia da alimentação, memória e História Cultural e Oral. 


Pequeno Dicionario da Cozinha Baiana

Verbete C Cuscuz
O Cuscuz
é um prato árabe originário do Magrebe (região do norte de África) que consiste num preparado de sêmola de cereais, principalmente o trigo, mas com o tempo e a hibridizações culturais que aconteceram na nossa historia, se tornou uma das grandes estrelas da mesa doce baiana.

                                                                                                                     
Entre 1495 e 1521, o dramaturgo português Gil Vicente, já sinalizava a presença desta iguaria em Portugal. Não se sabe ao certo quando veio ao Brasil, mas provavelmente deve ter sido por volta de 1808, época em que a família real desembarcou em terras tupiniquins onde junto a técnicas africanas e o conhecimento indígena, nos legou .
Segundo Luís da Câmara Cascudo, historiador da alimentação, a receita teria sido introduzida no Brasil no século XVI pelos portugueses.

Além do Brasil, o cuscuz também é consumido em outros países da América Latina. A grafia francesa couscous, é freqüentemente usada para todas as variações deste prato em livros de culinária europeus.

Em Cabo Verde o cuscuz é um bolo tradicional, feito com farinha de milho, e cozido a vapor num recipiente de barro especial (chamado binde), análogo a uma cuscuzeira.


O nosso cuscuz deriva do “cous cous” africano, que surgiu na região do Magreb (que compreende Tunísia, Marrocos e Argélia). O prato existe desde a época dos berberes, primeiros povos que habitaram o norte do continente. Há registros de que o cuscuz já era preparado dois séculos antes de Cristo.

Uma das hipóteses é a de que o prato teria chegado à Europa com a invasão muçulmana à Península Ibérica, no século XIII. Livros de receitas da época comprovam a assimilação.

De lá, os judeus sefarditas europeus, tendo incorporado o cuscuz à mesa, levaram o prato para os locais em que se exilaram, como Itália e Oriente Médio, após serem expulsos da Península Ibérica, em 1492, na época da Guerra Santa. 
 
Para outros autores, o cuscuz teria chegado antes na Sicília. A localização geográfica dessa ilha italiana, muito próxima da costa africana, principalmente da Tunísia, torna muito viável essa teoria. 
Os sicilianos se agarram com força e muito prazer à esta tradição. Todo o ano, na cidade de San Vito Lo Capo, realiza-se a Cous Cous Fest, em que são convidados países que tem a cultura do cuscuz.

Uma outra vertente do pensamento nos informa que poderia ser uma herança dos povos islamizados da África, os Malês
 
 Nina Rodrigues, no livro  Os Africanos no Brasil, nos conta que os Sudaneses, eram  escravos de origem oeste-africana, na maior parte falantes da língua haúça, e tinham uma alimentação vegetariana, e seguiam a religião muçulmana. Muitos deles falavam e escreviam em língua árabe, ou usavam caracteres do Árabe para escrever em haúça Além dos Hauçás, isto é, dos falantes de língua haúça, outras etnias islamizadas trazidas como escravos para o Brasil foram os Mandingas, Fulas, Tapa, Bornu, Gurunsi,  se instalando principalmente na Bahia e em Pernambuco.

Ainda do Ponto de vista histórico, na terceira das Cartas de Vilhena, apesar de não encontramos falando especificamente do sobre o Cuscuz, ele relata uma serie de pratos que pelo universo podemos considerar,  “As comidas de rua do século XVIII” nomeia: “saem… negros a vender pelas ruas, mocotós, carurus, vatapás, mingaus, pamonha, canjicas… acaçá acarajés, abara, arroz de coco, feijão de coco, angus, pão-de-ló… roletes de cana, queimados…”, cruel, diz Vilhena, “o que mais
escandaliza é a água suja feita com mel…que chamam aluá, que faz de limonada para os negros”.

Afrânio Peixoto, mais generoso, diz ser a Bahia um feliz consorcio entre o melhor de Portugal, da Costa da África e “o pouca coisa do Índio”.  Em fins do século XVIII, além de degustados nas residências, os pratos africanos já eram comumente vendidos nas ruas. É de 1802 uma carta do professor de grego Vilhena queixando-se da venda a pregão, pelas escravas de ganho, de mocotós, carurus, vatapás, mingaus, acaçás, acarajés, entre outras “couzas (sic) insignificantes e vis”. 
Segundo o antropólogo, Vivaldo da Costa Lima, desde essa época, os tabuleiros das baianas já alimentavam a preço acessível a população subempregada e pobre da cidade com seus quitutes deliciosos.
O comum entre o Cus cous Africano e a receitas tradicionais da Bahia, resta no fato deles terem substituído a sêmola de trigo pelo ingrediente da terra: a farinha de milho, é feito na cuscuzeira e tem consistência mais esfarelada, como seu primo africano. A receita salgada é bastante comum nas mesas, principalmente no café da manhã.. A textura é parecida com a de um bolo. Pode fazer parte de uma refeição frugal no jantar, acompanhado de leite, manteiga e ovos.
No Bahia, faz-se muitos tipos de Cuscuz, bem diferentes em termos de produtos Inhame, Arroz, Tapioca e o tradicional de Milho.

Tapioca feliz encontro com o Cuscuz
Cuscuz de Tapioca, é conhecido também como Pudim de Tapioca. Como Perder Barriga É um preparado a partir da fécula da mandioca, conhecida como tapioca, Podendo ser doce ou salgado.  Na maioria das receitas de preparo do cuscuz de tapioca doce se acrescenta coco ralado, açúcar, água ou leite.

Os índios não tinham acesso ao açúcar e nem ao leite por exemplo, ambos trazidos pelos europeus. Já as africanas eram as principais responsáveis pela administração alimentar da sociedade, ou seja, das mãos delas saia quase tudo o que era consumido na capela clerical, na casa grande, etc. Ao ter acesso a mais recursos alimentares que os nativos, as mesmas acabavam por misturar tudo e criar receitas novas com os ingredientes ameríndios e europeus.

Milho para a cultura do Cuscuz

Sobre o cuscus de milho “A receita parece ter evoluído através do chamado farnel de viagem, a refeição dos tropeiros em São Paulo, nos séculos XVII e XVIII, os tropeiros costumavam carregar
alimentos como farinha de milho, ovo cozido, cebolinha, banha de porco e torresmo, tudo junto numa espécie de lenço, que amarravam e levavam a cavalo. “Desse farnel, o cuscuz evoluiu para a mesa das fazendas, aí já acrescido de outros ingredientes e feito na cuscuzeira de duas partes”
Receita de Cuscuz de Tapioca
 
Ingredientes:
  • 3 xícaras (chá) de tapioca em grãos
  • 1/2 kg de açúcar (ou a seu gosto)
  • 2 vidros de leite de coco
  • 1 pacote de coco ralado (se preferir use 1 coco fresco ralado, fica bem melhor)
  • 1 litro de leite fervido, mas já morno, quase frio
Modo de Preparo:
: Como Perder Barriga
: Como Perder Barriga
  1. Em uma vasilha ou pirex, despeje a tapioca e reserve
  2. Misture o leite de coco, o coco ralado e o açúcar ao leite fervido, já morno
  3. Adicione essa mistura à tapioca no pirex, mexa, cubra com um pano (ou tampa) e deixe descansar, mexendo de vez em quando
  4. Se a mistura ficar muito dura, acrescente mais um pouco de leite
  5. Se ficar muito mole, acrescente mais algumas colheres de tapioca
  6. O ideal é que deixe um pouco mole, pois após colocar na geladeira, endurece mais um pouco
  7. O cuscuz deve ficar com a consistência de um arroz doce bem cremoso.   
     

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