município de Patrocínio, na região do Cerrado Mineiro, onde fundou a Fazenda São Paulo e começou a produzir utilizando práticas sustentáveis e modernas ferramentas de gestão. A empreitada deu tão certo que fez de Marcelo um dos ganhadores da edição 2015 do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas, oferecido pelo Sebrae.
“Sou da quarta geração de produtores na minha família, e muita coisa mudou desde a época do meu bisavô. Antes você trabalhava apenas para produzir. Hoje o foco está no cliente e no que ele quer, e resolvi apostar em qualidade e sustentabilidade”, explica Marcelo.
Baseado nessas convicções, ele passou a visitar e receber clientes, e percebeu a necessidade de adotar modelos modernos de gestão, investir em maquinário e em capacitações periódicas de seus funcionários. “Nossa produção sempre foi voltada para a exportação, mas a ideia era sair do café commodity e passar para os cafés premium. Depois de adotarmos estas medidas, conseguimos seis certificações, que são importantes para a entrada em certos mercados como o Japão, que é bastante rigoroso”, afirma o produtor.
Negócio verde
Uma das principais apostas de Marcelo para se diferenciar da concorrência foi a adoção de práticas sustentáveis, como o manejo integrados de pragas e doenças. “Fazemos um levantamento das pragas que estão atacando as plantações para realizar um controle mais natural, apenas com armadilhas. Só em último caso usamos defensivos, e quando o fazemos usamos tipos menos agressivos para o ambiente”, diz.
Outra medida adotada na fazenda é a reciclagem da água empregada no
processamento do café. Depois de ser utilizado na lavagem dos grãos e em
outros procedimentos, o recurso natural é encaminhado para tanques de
decantação, e na sequência é usado como biofertilizante. Além disso,
Marcelo usa a própria luz do sol para secar os grãos. “Mesmo quando o
café vai para o secador, contamos com modelos modernos, que consomem
três vezes menos lenha. E toda essa madeira vem de eucaliptos plantados
na nossa propriedade”, afirma.
Para completar, a Fazenda São Paulo ainda realiza o monitoramento e
manejo das espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção que ficam
no seu entorno. “Orientamos nossos funcionários a fazer um relatório de
tudo o que viram de diferente ao longo do dia. Também plantamos árvores
que alimentam certos animais, como tamanduá e seriema, além de construir
abrigos e poleiros para eles”, encerra o empresário.
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