segunda-feira, 25 de maio de 2015

Agricultura familiar: A grande revolução no campo!

A revolução silenciosa na área rural brasileira é consequência da organização dos trabalhadores rurais que assumiram a reforma agrária na prática. 

 Uma história que tenta retratar algumas mudanças ocorridas na zona rural brasileira nos últimos anos e que, certamente, não estão nas estatísticas. 

Uma das fontes consultadas é o trabalho divulgado em dezembro de 2013 pela Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo Federal, realizado pelo IPEA, IBGE e analisado pelos pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O trabalho é sobre Agroindústria Rural no Brasil. 

O IBGE registra, com base no censo de 2006, que 16,7% dos estabelecimentos rurais do país praticaram algum tipo de transformação da matéria-prima produzida. A agricultura familiar no país envolve 4,3 milhões de estabelecimentos rurais, com mais de 12 milhões de pessoas trabalhando, representa 38% do Valor Bruto de Produção – R$54,5 bilhões -, embora ocupe menos de 25% da área agriculturável.

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) já existia, mas 76% dos estabelecimentos familiares não tinham acesso a ele. 
O Pronaf no Brasil inteiro e multiplicaram por mais de dez vezes o volume de crédito, que saltou de R$ 2,2 bilhões em 2002/2003 para R$ 24,1 bilhões em 2014/2015.

Importante ressaltar que os avanços do Pronaf, desde o primeiro ano do primeiro mandato de Lula, foram fruto de intensas negociações entre o governo federal  e as entidades que representam o setor, como Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf Brasil), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

Fortalecida, a agricultura familiar ajudou a reduzir a pobreza e a promover o crescimento sustentável do país.


A agroindústria familiar, portanto, é um passo a mais na organização da agricultura familiar, com investimentos em manufaturas, em produtos elaborados, alimentícios, que vão desde as farinhas, como de mandioca e de milho, pães, biscoitos, doces e geleias, além de mel, mas também embutidos, queijos, aguardente e vinho. O trabalho selecionou, com as devidas estatísticas por estado e por região, 32 produtos produzidos. Desses nove são os mais importantes. No caso da região nordeste e norte, é preciso acrescentar a rapadura e a tapioca.

Somente agroindústrias que produzem farinha de mandioca no país são mais de 266 mil, sendo que a maioria no Nordeste, quase150 mil. O Brasil produzia 30 milhões de toneladas de mandioca na década de 1970. Agora produz 21 milhões e faltam sementes. A farinha de mandioca, que faz parte do cálculo da inflação, subiu mais de 100% nos últimos anos.

Escolas públicas do Rio de Janeiro terão merenda orgânica. 

A merenda das escolas públicas das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro vai ser preparada com produtos orgânicos e agroecológicos da agricultura familiar. Esta é uma das ações da campanha Brasil Orgânico e Sustentável, com vistas às Olimpíadas de 2016. A ideia é incentivar a alimentação saudável entre os alunos.

O secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Arnoldo de Campos, informou que o governo do estado e a prefeitura, após levantamento da oferta existente, estão preparando as chamadas públicas para as compras. Campos disse que a intenção é estender a medida às escolas de outras cidades do estado e manter o cardápio saudável como um legado das Olimpíadas. "É um legado. As compras da agricultura familiar, não tem porque parar de comprar. É um aprendizado que o estado vai adquirir e vai servir de referência para o Brasil".
Segundo o secretário, a campanha será lançada no dia 5 de outubro e prevê outras ações. Uma reunião hoje (7), no Rio de Janeiro, definiu as estratégias dos órgãos envolvidos na promoção da alimentação saudável, entre eles, os ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Saúde e do Turismo; a prefeitura do Rio de Janeiro; a Sociedade Nacional de Agricultura; o Instituto Maniva; o Instituto Nacional do Câncer (Inca); o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma); a Agência de Cooperação Alemã; e o Instituto de Defesa do Consumidor.
Os Jogos Olímpicos Rio 2016 vão ocorrer entre os dias 5 e 21 de agosto. Nesse período, durante dez dias haverá também a instalação de cinco quiosques, chamados de Praças Brasil Orgânico e Sustentável para venda direta de produtos da agricultura familiar e que podem ser usados como área de convivência. Eles serão instalados na Praça São Perpétuo, conhecida como Praça do Ó, na Barra da Tijuca, no Jardim Botânico, no Largo do Machado, na Praça Saens Peña e no centro, onde os organizadores ainda estão definindo se será na Praça 15 ou na região portuária.
"Nós queremos mostrar nas Olimpíadas que o Brasil tem uma riqueza espetacular na área de alimentos com altíssima carga cultural, natural. Os nossos biomas propiciam isso. Essa salada cultural gastronômica vai estar ali. Vai ter a castanha, a farinha d'água da Bahia, o queijo canastra de Minas, por exemplo, o mel do Piauí, o salame do Sul, o pinhão. Esses produtos estarão ali para que o turista possa conhecer um pouquinho dos sabores do Brasil", ressaltou o secretário.
A experiência dos quiosques vem da Copa do Mundo de 2014, quando os postos para venda direta de produtos da agricultura familiar foram instalados nas cidades-sede do torneio de futebol. Agora, eles serão ampliados com a área de convivência. Nas praças Brasil Orgânico e Sustentável, os produtores terão uma estrutura adequada e vão poder trabalhar com chefes de cozinha para apresentar ao público pratos com combinações possíveis dos produtos.

 

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