terça-feira, 2 de junho de 2015

Ciclo de Festejos Juninos-Receita de Bolo de Batata-Doce, Receita do Gilberto Freyre

O ciclo junino chega com a participação do povo. Ricos e pobres festejam o ciclo junino que envolve danças, comidas típicas, superstições, adivinhações, crendices, fé e muita animação.

Para o ciclo junino são consagrados três santos do mundo católico durante o mês de junho. São eles: Santo Antônio, São João e São Pedro, que alegram as festas juninas. O mais popular em Portugal e no Brasil é Santo Antônio. Santo português, nascido em Lisboa no ano de 1195, é o preferido pelas mulheres como Santo casamenteiro. É também o Santo que sempre dá um jeitinho nas coisas e causas perdidas.

Segundo Câmara Cascudo "O São João é festejado com alegrias transbordantes de um deus amável e dionisíaco com farta alimentação, músicas, danças, bebidas e uma marcada tendência sexual nas comemorações populares, adivinhações para casamento, banhos coletivos pela madrugada, prognósticos do futuro, anúncio de morte do curso do ano próximo... Segundo a tradição o Santo adormece durante o dia que lhe é dedicado tão ruidosamente pelo povo, através dos séculos e países. Se ele estiver acordado, vendo o clarão das fogueiras acesas em sua honra, não resistirá ao desejo de descer do céu para acompanhar a oblação e o mundo acabará pegando fogo."

Essa devoção ao culto de São João vinda de Portugal se espalhou pelo Brasil inteiro. Muitas adivinhações também são feitas na véspera de São João.

São Pedro também tem o seu espaço no ciclo junino. Discípulo, Santo chaveiro, primeiro papa, é festejado no dia 29 de junho juntamente com São Paulo. Padroeiro dos

pescadores o Santo é festejado com uma procissão marítima.

E nesses festejos, ao som dos fogos e da fumaça das fogueiras, não podem faltar as comidas típicas que tornam as festas mais saborosas. Milho cozido, milho assado, canjica, pamonha, bolo de milho, ah! Que cheiro bom. 


Quem nunca mexeu uma canjica com colher de pau não sabe o verdadeiro gosto que tem a festa de São João. E o pé-de-moleque, a cocada, pipoca, beiju, bem-casado, bolo de macaxeira, manuê de milho, fazem o sabor natural da festa junina.

Nos arraiais acontecem as quadrilhas, de origem européia, dançadas nos salões dos palácios por volta do século XVIII, nos bailes da corte. A quadrilha acompanha a zabumba, o triângulo e o sanfoneiro que dá o ar de sua graça no xén én én do forró. Eitá!! Que tá bom demais! Há também no início da quadrilha, o casamento matuto que consiste numa representação jocosa, onde as pessoas utilizam um linguajar característico do povo da roça e com um ar de malícia fazem o público se divertir com o espetáculo teatral. É presente também a língua francesa na marcação dos passos da quadrilha. O xote,o baião, o xaxado, coco e a polca, fazem os ritmos dos festejos juninos.


Bolo de batata-doce


A batata-doce foi um dos alimentos vegetais dos aborígines brasileiros que os colonizadores encontraram, provaram e gostaram, lembra Gilberto Freyre citando Peckolt. 
É um tubérculo muito usado no Nordeste na alimentação de todos. Com a batata-doce, comida cozida com o café da manhã ou da noite, fazem-se muitos outros pratos como farofa, doce e bolo, com a vantagem de substituir a batata-inglesa no enfeite de pratos de carne. 
Em três estórias de Deus quando fez o mundo, Mário Souto Maior nos conta que "Deus lembrou-se do homem preguiçoso e ficou com pena dele. Para compensar a invenção da preguiça no homem, Deus imaginou uma planta que ajudasse a alimentação dos preguiçosos, uma planta que não desse muito trabalho. E fez uma folha que jogou ao sabor do vento. E quando aquela folha caiu no chão, nasceu um pé de batata-doce, que é a plantação que não dá trabalho nenhum. Basta enterrar um raminho no chão fofo e pronto! Ela dá que é uma beleza. É por isso que quando uma coisa é fácil, o povo diz que é como batata, que foi inventada para facilitar a vida dos homens". 

Vejamos agora, como se faz
 Bolo de batata-doce: 
"Meio quilo de açúcar em calda grossa, um quilo de batatas cozidas, moídas e peneiradas (basta cozinhar as batatas e
passar no espremedor próprio), duzentas e cincqüenta gramas de farinha de trigo, leite de umra assar em forno quente", registra Gilberto Freyre. coco, em gramas de manteiga, junta-se tudo, põe-se numa forma untada com manteiga e leva-se para assar em forno quente", registra Gilberto Freyre.

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