O número de pessoas subalimentadas foi reduzido em 82,1% no Brasil, entre 2002 e 2014. A queda é a maior registrada entre os seis países mais populosos do mundo, e também é superior a média da América Latina (43,1%).
Os dados são do relatório O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2015, divulgado na quarta-feira (27) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) . O documento aponta ainda que o Brasil alcançou as metas estabelecidas pelas Nações Unidas em relação à fome nos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Campello:"nosso
problema não era a disponibilidade de alimentos, o nosso problema era o
acesso" | Foto: Valter Camapanato/ABr |
Ainda segundo o relatório da FAO, entre os principais motivos que levaram o Brasil a conquistar as metas estabelecidas pela ONU estão: prioridade política da agenda de erradicação da fome e da desnutrição; compromisso com a proteção social consolidado por meio de programas de transferência de renda; crescimento econômico; e fomento à produção agrícola via compras governamentais.
Metas
O Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) era de reduzir pela metade a fome. Já a meta estabelecida pela Cúpula Mundial de Alimentação era reduzir pela metade o número absoluto de subalimentados. O Brasil é um dos 29 países que conseguiram alcançar essas duas metas.
Além disso, a Nova Agenda de Desenvolvimento Sustentável (ODS) indicou a necessidade dos países reduzirem para menos de 5% o número de pessoas subalimetadas até 2030. O índice foi alcançado pelo Brasil em 2014, ano em que o Brasil deixou o mapa da fome, de acordo com a FAO.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, ao comentar os resultados do relatório, destacou a relação entre combate à desigualdade e a erradicação da fome. “O Brasil, ao contrário de outros países do mundo, sempre foi um grande produtor de alimentos. E, mesmo assim, a população passava fome. O nosso problema não era a disponibilidade de alimentos, o nosso problema era acesso aos alimentos e à renda. E isso conseguimos alcançar com políticas públicas”, explicou Campello.
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