quinta-feira, 18 de junho de 2015

O AMALÁ DE XANGÔ

O terreiro Ilê Obá Aganjú Okoloyá é um terreiro matriarcal, vinculado à nação Nagô. Seu patrono é o Orixá Xangô Aganjú, cujas oferendas anuais são geralmente realizadas no mês de junho. 

Mais conhecido como Terreiro de Mãe Amara, foi fundado em 1945 pela Iyalorixá Amara Mendes, localizado no Bairro de Dois Unidos em Recife desde a sua fundação.

Mãe Amara durante sua vida religiosa enquanto Iyalorixá participou ativamente dos primórdios da organização político-social dos terreiros enquanto federação em Pernambuco, sendo mãe Amara uma das fundadoras e presidenta durante a década de 1950.
O terreiro foi berço também de duas importantes manifestações da cultura afro-brasileira que nasceram e se formaram em seu seio, bebendo diretamente de suas tradições que são o Afoxé Oyá Tokolê Owo e o Balé Nagô A’jò, ambos em atividade. No ano de 2015 o Afoxé completou 11 anos de fundação. Existem também outras atividade em desenvolvimento, tais como oficinas de aprendizagem de percussão, canto, dança, confecção de instrumentos. Bem como são unidades ativas de combate ao preconceito religioso e ao racismo, reafirmando a identidade do povo de candomblé e do povo negro.

O AMALÁ DE XANGÔ
O ritual é a festa são realizados por Mãe Amara Mendes desde 1945, ano em que fundou o terreiro e teve como origem uma promessa feita pela Yalorixá. Desde a abertura da casa até o corrente ano a ação nunca deixou de ser executada. E em alguns anos chegou a ser a única celebração realizada.

O Amalá de Xangô é um ritual devotado a esta divindade. Consiste na preparação e oferenda de comidas votivas: o amalá e o beguirí. Dentro do contexto realizado no Terreiro de Mãe Amara, o Amalá de Xangô é considerado uma celebração específica para o Orixá do fogo, e a realização da ação assume um caráter festivo, no qual confraternizam a divindade e os filhos de santo. “Celebrem, Xangô está em terra!”, comunicou no ano de 2014 com grande entusiasmo a Yiakekerê Maria Helena Sampaio, após consultar os búzios para a feitura do banquete.

A realização anual da cerimônia do Amalá de Xangô é um rito especifico (em suas particularidades) do Terreiro de Mãe Amara que celebra e ressignifica o espaço-tempo sagrado. Ele reatualiza uma tradição ancestral milenar e que fora trazida para o Brasil quando da Diáspora Africana forçada. Tanto em África quanto no Brasil o Amalá de Xangô assume duas características: a religiosa como oferenda a divindade do Fogo; e a característica alimentar, por ser servido como iguaria e apreciado pela comunidade.

Na tradição Nagô do Ilê Obá Aganjú Okoloya – Terreiro de Mãe Amara, o beiguirí consiste em uma iguaria elaborada basicamente com quiabo, camarão e carne bovina, castanha de caju, amendoim e pimenta malagueta, todos ingredientes fartamente regados com azeite de dendê. Usa-se em torno de 400 quiabos, comprados no dia do festejo ainda de madrugada na CEASA/PE (Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco). O amalá consiste numa papa feita com farinha de mandioca e água. Ambos são servidos ao Orixá em alta temperatura, afinal Xangô é o dono do fogo, de acordo com a tradição religiosa afro-brasileira.

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