quarta-feira, 1 de julho de 2015

10 Alimentos que animam a vida

O consumo de alimentos que apreciamos pode animar o nosso humor, fazer-nos sentir mais alegres e descontraídos. Contudo, inversamente, o ato de comer alimentos que gostamos pode estar associado a sentimentos negativos de culpa e remorsos. Como podemos reduzir os efeitos negativos e aumentar o impacto positivo dos alimentos sobre o nosso humor?

O princípio do prazer
O ato de comer é um dos prazeres da vida e, sempre que possível comemos os alimentos que apreciamos e evitamos aqueles que não gostamos. Os estudos demonstram que o consumo dos alimentos que mais gostamos pode estimular a libertação de beta-endorfinas, conhecidas por melhorarem o humor. No entanto, o poder atrativo de uma refeição não está apenas relacionado com as suas propriedades organolépticas, dependendo adicionalmente da fome/apetite do momento, das experiências prévias com os alimentos em questão e das circunstâncias sociais que acompanham o seu consumo. Por outras palavras, a escolha do tipo de alimentos acertados, na hora certa, com a companhia indicada, faz-nos sentir bem.


Banana

A fruta é um carboidrato rico no aminoácido triptofano ( cada 100g da banana contém em média 18mg de triptofano). Acontece que este aminoácido é uma substância precursora da serotonina. “Sem serotonina, o organismo fica suscetível a males como depressão, irritabilidade, insônia, ansiedade, mal humor e hiperfagia (aumento exagerado da fome)”. 

A serotonina também é considerada como sendo uma substância anorexígena, diminuindo a compulsividade e a fome.
Ânsias de comer
As ânsias por comer, ou os impulsos de comer alimentos específicos são considerados fenómenos bastante comuns. Em função da população estudada, entre 60% a 90% das pessoas interrogadas, admitem ter ânsias por alimentos. Curiosamente, os homens e as mulheres associam estes impulsos de comer, a atitudes e emoções distintas.

No caso dos homens, este fenômeno está associado ao resultado da sensação de fome, enquanto que nas mulheres, este impulso é interpretado como sendo um resultado duma condição psicológica negativa, como o tédio ou o stress. Para além disso, as mulheres apresentam uma maior tendência para estados emocionais negativos, de culpa ou remorsos, após terem sucumbido à tentação ou impulso de comer determinados alimentos.
O Dr. Peter Rogers, psicólogo experimental da Universidade de Bristol, explicou…
 “Normalmente, um alimento apetecido é um “alimento proibido”, como é o caso do chocolate. Se esse alimento for conscientemente evitado, o desejo de o consumir aumentar até que a pessoa deixa de conseguir resistir à tentação. A seguir à sua ingestão, os sentimentos de culpa e o remorso instalam-se, motivo pelo qual a pessoa decide não voltar a comê-lo”.

Abacate

Esta fruta rica em ácido fólico, vitamina B3 ( niacinamida) e potássio. O abacate também tem mais proteína que qualquer outra fruta, cerca de 2 g para cada porção de 110 g.
Possui, ainda, quantidades úteis de ferro, magnésio e vitaminas C, E e B6. A niacinamida ( Vitamina B3) tem ação específica sobre o sistema nervoso central, colaborando com a manutenção de hormônios que regulam as substâncias químicas do cérebro e garante efeito relaxante. Esta vitamina tem ação conjunta com o ácido fólico, que atua como coenzima de diversos neurotransmissores do bom humor. Dica: fique atento ao valor calórico da fruta: cada 110 g contém cerca de 200 calorias.

Mel

O alimento é um carboidrato fonte de triptofano, com ação calmante que induz a uma sensação de bem estar melhorando a função da serotonina no cérebro. O mel tem
uma função importante como regenerador da microflora intestinal, quando combinado aos lactobacilos presentes no intestino. Sabe-se que mais de 90% da serotonina é produzida no intestino, portanto o mel ajuda a manter a integridade intestinal colaborando com uma melhor regulação neuro-endócrina, com mais serotonina e mais disposição e sensação de prazer.

Nozes

Esta oleaginosas possui vitamina B1 (tiamina), que ajuda a converter glicose em energia. Também imita a acetilcolina, neurotrasmissor que possui um papel nas funções
cerebrais relacionadas com memória e cognição. Também carrega o Inositol (fosfatidilinositol), substância reconhecida como parte do complexo B, que é necessário para o correto funcionamento dos neurotransmissores serotonina e acetilcolina.

Tofu

É o queijo à base de soja. Com muitos nutrientes, o tofu tem o dobro de proteínas do feijão e 45% menos calorias que o queijo minas. Importante fonte de magnésio mineral que atua na regulação do metabolismo cerebral e participa da metabolização de alguns aminoácidos. “A deficiência de magnésio resulta em fadiga e deficiência de enzimas envolvidas na produção de energia”. Meia xícara de tofu tem em média 110mg desse mineral.

Sente-se com sono?
Tem sido objecto de estudo, os efeitos dos diferentes nutrientes, contudo, até então, não está claro qual o seu impacto sobre o humor ou disposição. Por exemplo, alguns estudos demonstram que os hidratos de carbono nos fazem sentir descontraídos e sonolentos, enquanto que outras pesquisas não encontram nenhuma evidência que comprove que este tipo de nutrientes afete o nosso humor. 

Pode suceder que cada pessoa reaja de forma diferente à sua ingestão, como o que acontece no caso do consumo de cafeína (a sensibilidade à cafeína parece variar entre indivíduos). Existem pessoas que conseguem ingerir grandes quantidades de bebidas com cafeína, num curto espaço de tempo, sem sentir os seus efeitos, enquanto que, por outro lado, existem outras pessoas que sentem imediatamente os seus efeitos estimulantes com apenas uma pequena porção.

Ômega 3

Os peixes de água fria (salmão, atum, cavalinha) são considerados excelentes fontes de ômega 3 , um ácido graxo com efeito protetor sobre os neurônios. A relação de consumo desse ácido graxo e a felicidade, está no aumento na produção dos receptores de neurotransmissores como: a serotonina, a dopamina e a noradrenalina que protegem o cérebro e o sistema nervoso central dos radicais livres, substâncias responsáveis pelo envelhecimento celular.

Gérmen de trigo

É a parte mais nobre do trigo, que quando é refinado perde esta propriedade, e uma excelente fonte de todo aporte vitamínico do complexo B, atuando como calmante natural que diminui a irritabilidade e o nervosimo. Tem inositol, presente nas membranas celulares como fosfatidilinositol, que é necessário para o correto funcionamento dos neurotransmissores serotonina e acetilcolina. “Também carrega o ácido pantotênico, a vitamina B5 ou vitamina anti-estresse que atua na síntese da acetilcolina, conferindo melhor adequação dos impulsos nervosos e das funções cerebrais”, aponta a nutricionista.

Canela

Rica em polifenóis e antioxidantes, esta especiaria melhora a atividade da insulina, ajuda a estabilizar os níveis de açúcar no sangue e reduz a compulsão por carboidratos e doces. Assim, colabora para evitar o sobrepeso e o acúmulo de gorduras na região abdominal e mantém a produção de serotonina em equilíbrio.

Grandes expectativas
É real que pode existir uma interação entre os alimentos e os processos químicos do organismo. No entanto não devemos subestimar o impacto das nossas expectativas em relação a determinados alimentos. Por exemplo, se o consumo de um alimento ou bebida especifica melhora a nossa disposição ou estado de alerta, mesmo que ingrediente ativo não esteja presente, esta situação verifica-se porque nós esperamos que assim aconteça.

Não há duvida que o sabor dos alimentos e o prazer de comer pode melhorar o nosso humor e o nosso bem estar. No entanto, o poderoso efeito positivo derivado do ato de comer “alimentos que gostamos particularmente, mas que não devemos comer” é normalmente abafado pelo seu efeito de culpa. O Dr. Rogers dá-nos sugestões para conseguirmos obter as vantagens dos efeitos positivos dos alimentos sobre o nosso estado de espírito:
“ A coisa mais importante a fazer é esquecer os sentimentos de culpa ligados à alimentação. Para tal, as pessoas devem aprender a conseguir ter um relacionamento saudável com os alimentos e desenvolver hábitos alimentares saudáveis realistas. Isto inclui formas de gerir o consumo de alimentos favoritos, por forma a maximizar o prazer que eles nos providenciam sem incorrer em excessos”. 

Lentilha

É fonte de proteínas vegetais e cálcio, contribuindo significativamente para a regulação da flora intestinal. O equilíbrio do cálcio e magnésio no organismo atua no metabolismo cerebral e na produção de neurotransmissores, como serotonina e dopamina, responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar.

Chá verde

A bebida afasta os riscos do estresse oxidativo, que é a deficiência de substâncias antioxidantes no organismo, trazendo como consequências doenças como a obesidade e até depressão. O chá verde é rico em polifenóis, nutrientes antioxidantes que atacam os radicais livres das células cerebrais, mantendo a sua atividade neuroprotetora, diminuindo a probabilidade de inflamação cerebral e favorecendo sensação de bem-estar.


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