A herança dos índios quéchua, escravos africanos e imigrantes espanhóis e japoneses desenharam a nova culinária foodie mundial.
“Deus disse: ‘O futuro gastronômico do mundo está no Peru’”. A profecia de 2011 — que podia parecer apressada — foi feita por Ferran Adriá, o chef catalão considerado um dos mais importantes nomes da gastronomia mundial. O cozinheiro responsável por reinventar a culinária espanhola não estava errado.
Em 2012, 2013 e 2014, o Peru recebeu seguidamente o prêmio de Melhor Destino Culinário do Mundo no World Travel Awards, a mais importante celebração do turismo no mundo — o país concorre neste ano também.
Outra prova cabal do quanto a culinária andina está no centro das atenções do universo gastronômico é a eleição de três restaurantes peruanos como melhores do mundo, segundo a lista dos 50 melhores da publicação inglesa Restaurant. Em 2015, foram eleitos o Central do Virgilio Martinez (4º lugar); o Astrid y Gastón de Diego Muñoz (14º lugar) e o Maido do Mitsuharu Tsumura (44º lugar).
Para você ter uma ideia, na mesma lista figuram dois restaurantes brasileiros (D.O.M e Maní) e apenas um mexicano, o Quintonil, como os eleitos da América do Sul.
A comida peruana é uma mistura da herança culinária dos índios quéchua, escravos africanos e trabalhadores japoneses, sem falar dos ingredientes trazidos pelos colonizadores: os italianos incorporaram o tomate e as massas; os chineses e os japoneses, o arroz e o shoyo, e os espanhóis, as galinhas e o limão.
A estrela dos pratos costumam ser os frutos do mar, embora na região da Cordilheira dos Andes não faltem carnes. No receituário andino há também caldos (são mais de 2,5 mil receitas catalogadas), sem falar nas batatas (são pelo menos 3 mil tipos catalogados) e os mais diversos tipos de milho.
Para além do ceviche, o peixe servido frio cozido no ácido do suco de limão, outras receitas do Peru que ganharam espaço em mesas de todo mundo são: a causa, uma espécie de torta que alterna camadas de um purê consistente de batata com recheio de frutos do mar, frango ou legumes, e os ajís, uma espécie de molho bastante variável, cuja base é feita basicamente com tomates, coentro, pimenta ají e água (as possibilidades de ingredientes que podem ser acrescentados é infinita).
Quem ganha são os turistas, que além de Lima, Cusco, Machu Pichu e os Andes ainda podem desfrutar de uma das melhores culinárias do mundo.
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