quarta-feira, 16 de setembro de 2015

7ª maior indústria de turismo do mundo, o Brasil cresce 23 posições no ranking das nações mais competitivas

No entanto, ainda deixa muito a desejar: não consta como prioridade governamental, falta eficácia à sua
estratégia de marketing, o ambiente de negócios deixa a desejar, assim como sua infraestrutura. 

Assim, apesar de ter melhorado, o Brasil permanece estacionado na faixa dos 5 milhões de turistas internacionais nos últimos 30 anos. Ou seja, ainda temos que comer muita grama.

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O Brasil é o 28º país do mundo mais competitivo em turismo, de acordo com um relatório bianual do Fórum Econômico Mundial (Davos) lançado esta semana. O país é o primeiro colocado da América Latina, com o México próximo em 30º (apesar de receber um número muito maior de visitantes).

"A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Rio levaram a investimentos significativos em infraestrutura e conectividade, ajudando o país a conseguir a 41ª posição em infraestrutura aeroportuária e a 3ª em número de estádios de esporte. Também está no top 10 em encontros de associações internacionais. Com sua biodiversidade rica, o Brasil é primeiro no ranking em recursos naturais e número de espécies conhecidas", diz o relatório.

O top 10 do Fórum Econômico Mundial é formado, na ordem, por Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Suíça, Austrália, Itália, Japão e Canadá. Iêmen, Angola, Guiné e Chade estão nas últimas posições.

O Relatório de TT produzido pelo Fórum Econômico Mundial analisou 141 economias em 14 pilares divididos em 4 eixos: ambiente geral (coisas como segurança e higiene), condições e políticas do setor (como preço e abertura mundial), infraestrutura e recursos naturais e culturais.

Apesar de ter melhorado 23 posições, o que poderia parecer bom, deixa muito a desejar. Afinal, apesar de estar nas primeiras colocações em recursos naturais e culturais, ser a primeira em número de sítios naturais do Patrimônio Mundial, ainda continuamos nas ultimas colocações em Eficácia do marketing para atrair turistas (124º), Qualidade de infraestrutura de transporte aéreo (112º), Qualidade das rodovias (122º), Desenvolvimento sustentável de T & T (118º), Espécies ameaçadas (115º), Contribuições taxa de imposto sobre o trabalho (137º), Efeito da tributação sobre os incentivos ao trabalho (137º) e Número de dias para iniciar um negócio (137º).

Turismo Gastronômico-Gastroturismo.


Há inúmeros motivos que levam um turista a comprar passagens, arrumar as malas e partir para uma outra cidade, estado ou país. Para um grupo de viajantes, um dos principais atrativos está na culinária local, seja ela
sofisticada, de rua ou temperada com gosto de novidade. São os "gastroturistas" ou, em inglês, "food trotters".

Toda pessoa tem como uma das necessidades básicas a alimentação. O ato de provar, descobrir um novo sabor ou saciar uma vontade promove a sensação de prazer e está relacionado à cultura de um povo. Por esse motivo, alguns locais utilizam a sua gastronomia regional para a atração de visitantes e o desenvolvimento de um novo tipo de turismo, o gastronômico.

Responsável por 2,4% do PIB – Produto Interno Bruto nacional, a área de restaurantes, bares e clubes é uma das que mais cresce em número de investimento e de oportunidades de trabalho. Como setor que mais emprega na atividade turística (aproximadamente 51% de empregos diretos), a gastronomia atinge quase 6 milhões de profissionais no Brasil e a tendência é o aumento na busca por uma mão de obra cada vez mais qualificada. Esses investimentos e contratações estão relacionados diretamente à oferta de bons produtos e serviços que garantam a satisfação e fidelização dos clientes. Aliás, as pesquisas realizadas pelo Ministério do Turismo do Brasil sobre a opinião dos turistas em relação a gastronomia brasileira tem apresentado ótimos resultados, com margem acima dos 95% de opiniões positivas nos anos de 2005 a 2007.

Com esses números e sua variada culinária, o Brasil demonstra toda a sua potencialidade para o turismo gastronômico, visando os turistas nacionais e internacionais. Entretanto, ações de marketing são importantes para que esse segmento cresça e gere renda para as comunidades que poderão vir a desenvolvê-lo.

Onde saborear: Com sabores tão diversificados, o turismo gastronômico brasileiro pode ser realizado em qualquer região do país. O sul é o lugar do vinho, churrasco, café colonial, barreado e do porco no rolete nas cidades de
Paranaguá, Curitiba, Toledo (PR), Porto Alegre, Garibaldi e Bento Gonçalves (RS); no sudeste, a Feijoada, o virado paulista, pães de queijo, doces e moquecas em Quissamã, Piraí, Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte, Serro, Tiradentes (MG), Vitória e Guarapari (ES), São Paulo, Paraibuna e Ubatuba (SP); a região centro-oeste tem as cachaças, o arroz com pequi, a galinhada e o empadão goiano nas cidades de Campo Grande e Corumbá (MS), Cuiabá (MT), Goiânia e
Pirenópolis (GO); no norte, a forte influência da culinária indígena revela pratos à base de peixe e com nomes como tacacá, pato no tucupi, caldeirada de tucunaré e mugunzá em Santarém, Belém e Marajó (PA), Manaus (AM), Macapá (AP) e Porto Velho (RO); e no nordeste, o sururu, a macaxeira, cocada, o vatapá, acarajé, mocotó e a carne de sol são encontrados em Olinda (PE), Maceió e Piranhas (AL), Cabaceiras e Conde (PB), Aracaju (SE), Salvador (BA), Itamaracá e Porto de Galinhas (PE), Natal e São Miguel do Gostoso (RN).

"Apesar de seu grande potencial, ainda há grandes oportunidades de investimento, especialmente na melhora da infraestrutura em terra. No entanto, elas são inibidas pelo ambiente de negócios restritivo (126º), em parte devido à alta taxação (135º) e o tempo necessário para obter uma permissão de construção (137º). Além do mais, segurança continua uma questão no Brasil, devido ao alto custo do crime e da incidência de violência", aponta o Relatório.

Tudo isso explica porque apesar dos pesados investimentos realizados pela iniciativa privada, com a multiplicação de meios de hospedagem e centros de convenções o Brasil permanece estacionado na beira dos 6 milhões de turistas internacionais nos últimos 30 anos.

O Estudo produzido pelo Fórum Econômico Mundial apresenta quatro principais conclusões que emergem a partir dos resultados, em combinação com outras análises quantitativa e qualitativa levantados pelos parceiros do Estudo.

Em primeiro lugar, a indústria de T & T continua a crescer mais rapidamente do que a economia global como um todo. Como prova de sua capacidade de resistência, a análise mostra que o crescimento do setor em termos de tráfego aéreo de passageiros global, taxas de ocupação internacionais e chegadas, tende a retornar à tendência rapidamente após um choque.
Em segundo lugar, os países com melhores resultados são aqueles que estão melhor preparados para capturar as oportunidades de novas tendências: a crescente demanda de países emergentes e em desenvolvimento; as diferentes preferências dos viajantes; do envelhecimento da população e uma nova geração de viajantes mais jovens; e a crescente importância dos serviços on-line e marketing, especialmente através de internet móvel.
Em terceiro lugar, o desenvolvimento do setor da T & T oferece oportunidades de crescimento e benefícios sociais para todos os países, independentemente da sua riqueza. Várias economias em desenvolvimento e emergentes são classificadas entre as 50 economias mais competitivas T & T. Um sector T & T forte se traduz em oportunidades de trabalho em todos os níveis de habilidade.

Em quarto lugar, o desenvolvimento da indústria de T & T é complexa, exigindo a coordenação interministerial e parcerias frequentemente internacionais e público-privadas para superar gargalos financeiros, institucionais e organizacionais.

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