quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Arte, Design&Gastronomia são temas de exposição em Portugal.

Exposição sobre Food Design, na Galeria arquivo 237, no Bairro das Artes em Lisboa a partir de dia 17 de Setembro.
"A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo."

Esta frase Vladimir Maiakóvski, exprime muito bem o conceito e o potencial da gastronomia enquanto matéria-prima para obras de arte, design, uma forma de refletir realidades contemporâneas.

A Salmarim é uma marca que se tem vindo a associar a varias expressões artísticas como a escrita e designers nomeadamente, numa edição especial de saleiros lançados no Peixe em Lisboa 2015. A associação aos designers Vilma André e João Abreu Valente neste projeto de Food Design, demonstra mais uma vez a diferenciação de posicionamento e inovação da marca. 
Nesta exposição o público pode ver o potencial do sal enquanto matéria-prima, não como ingrediente culinário, mas como integração em obras de arte enquanto elemento em permanente mutação.

“Esta exposição é a prova em como existe arte nesta matéria tão nobre. É possível abordar de forma diferente os materiais
que se utilizam na gastronomia, criando ligações memoriáveis a nível visual” afirma Jorge Raiado, responsável da Salmarim.

 “A exposição está assente numa ideia de sensibilização para o patrimônio de Castro Marim, mostrando a vontade única de utilizar os recursos naturais para atender à procura das necessidades contemporâneas”, diz Vilma André.

Fazem parte do portfólio de produtos da Salmarim: o mar portátil - um kit portátil de três tubos com três propostas de flor de sal diferentes; flor de sal em saleiro de cortiça e

cinco referências de flor de sal em embalagens de cartão - a flor de sal natural, aromática (flor de sal com salsa e orégãos), azeitona (mediterrânica), o limão e o pimentão (elaborado com o Pimentão da Ortiga, designado por Sol das Beiras).

Food Design, a tendência que já virou disciplina eletiva para os alunos do Instituto Mauá de Tecnologia.

Food design é a capacidade de propor soluções alimentares eficazes num contexto no qual o produto seja funcional ao tipo de ambiente de consumo, e, sobretudo, às exigências das pessoas em diversos momentos e situações. Frente a essa tendência, o Instituto Mauá de Tecnologia trouxe para seus alunos de Engenharia de Alimentos a disciplina eletiva que durará todo o ano e culminará com a criação de um produto pelos alunos. 

“O Food Design alia a forma de pensar do designer (design thinking) ao processo de desenvolvimento alimentício. É uma nova maneira de olhar o produto e o contexto em que está inserido, partindo das necessidades dos usuários e dos problemas que existem hoje”, Claudia Facca, uma nova forma de pensar em alimento.



Claudia Facca é coordenadora do curso de Design de Produto da Mauá. 
A nova área está mais presente no dia a dia do que se imagina. Ao longo dos anos, a sociedade modificou seus aspectos antropológicos e sociais e o ato de comer acompanha os costumes como alimentar-se em pé ou sentado, em casa ou num piquenique, sozinho ou em família e assim por diante. No passado, a humanidade comia com as mãos e, ao perceber que isso diminuía a validade dos alimentos por causa da contaminação, tornou-se necessário o uso de utensílios como garfos, facas, hashis e outros.

 “O uso dos produtos em relação às exigências que são criadas, as transformações socioeconômicas e culturais são fonte de inspiração”, conta o professor de Engenharia de Alimentos, Edison Tríboli, responsável pela disciplina eletiva. 

Ao contrário do que se imagina, a disciplina não é focada em beleza e criatividade. O conceito de “design democrático” permite que os alunos desenvolvam um pensamento em escala, o que permite obterem eficácia nos resultados com economia e benefícios para todos. “Atualmente, na Europa, a comida industrializada é projetada por designers. 
O design não consiste no fato de o produto ser bonito; a isso se chama Styling. 

O estilista de alimentos trabalha para criar imagens agradáveis, tanto para consumo quanto para fotografias ou filmagens, enquanto o designer trabalha para o usuário final. E, por sua vez o food designer não pode abrir mão da funcionalidade aliada à estética”, explica Triboli. 

Ao se fazer um projeto de um produto ou serviço na área de alimentos, deve-se levar em conta o contexto em que se dará o consumo e harmonizá-lo com o tipo de proposta de nutrição. “Basicamente, há três principais motivos para a alimentação: instinto de nutrição, socialização e prazer sensorial ou experiência cultural. Dizendo isso, já é possível notar que o assunto é amplo e a disciplina terá muito a acrescentar.

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