Comunidades de terreiros e dos povos tradicionais são premiados.
Iniciativa do Iphan a partir de encaminhamento do governo federal.
O Terreiro do Alaketu, Ilé Axé Mariolajé, Ilê Maroiá Lájié, é um terreiro de Candomblé, foi fundado por Maria do Rosário, Otampê Ojaro, descendente da Familia Real de Ketu.
Também conhecido como Casa de Mãe Olga do Alaketu.
O Alaketu é uma comunidade que a sucessão do sacerdócio se processa sempre dentro da línhagem de descendência direta de sua fundadora.
A quarta sacerdotisa a ocupar o trono desta casa dedicada a conservar a tradicão mais pura do candomblé foi a iyalorixá dona Olga Francisca Regis (Oyáfúnmi), conhecida internacionalmente por ter filhos de santo em outros países da América do Sul e na Europa.
• Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN),
• Processo nº 1484=T-01, 2005.
História
Terreiro do Alaketu ou Ilé Maroialaji Alaketu, Iyalorixá Olga de Alaketu, localizado à Rua Luiz Anselmo, 67 - Matatu, foi fundado em Salvador, Brasil, em 1616. Existem ainda todos os documentos.
As primeiras donas do Alaketu eram gémeas e foram capturadas na beira do rio de Minas Santé, que eram fundos do reinado do Ketu. Vieram para o Brasil não como escravas e ali foram criadas até a idade de dezesseis anos, quando voltaram para a África.
Casaram com 22 anos de idade e voltaram para o Brasil abrindo então o terreiro do Alaketu no dia 8 de Maio de 1616. A dona do Alaketu, que fundou o terreiro, chamava-se Iyá Otampé Ojarô, e a irmã chamava-se Iyá Gogorisa. Sua filha chamou-se Iya Acobiodé. Esse é o primeiro nome que tem qualquer pessoa que seja a primeira filha de um reinado em Ketu.
Depois de Acobiodé vieram dois filhos homens de nome Babá Aboré e Bábá Olaxedom. Baba Aboré foi pai de Obá Oindá, que quer dizer "mulher de rei", Todas as mulheres desta família tem nomes de Iyaba e os homens de Obas, pertencentes ao reinado de Ketu. Informação dada por D. Olga de Alaketu
Tradição
Vivaldo da Costa Lima "A tradição oral da casa sugere sua fundação no fim do sec. XVIII. O documento oficial mais antigo ligado à casa é a escritura do terreno da roça extraída por ocasião do inventário do neto da fundadora da casa em 1867.
A tradição diz que o terreiro foi fundado por uma africana originária de ketu, no Daome, que veio para o Brasil com a idade de 9 anos, recebeu o nome de Maria do Rosário. Seu nome africano era Otampé Ojaro. A roça foi consagrada a Oxossi - um dos antigos e principais orixas de Ketu - e a casa de culto construída na roça foi dedicada a Osumare.
Otampe Ojaro a fundadora e primeira mãe do Alaketu era filha de Osumare, orisa nago intimamente associado ao arco-íris. Conta a tradição da casa que foi este orisa quem se apresentou no mercado de escravos "na figura de um senhor de posses, alto e simpático" e comprou Otampe Ojaro e sua irmã gémea que com ela viera, alforriando-se em seguida. Otampe Ojaro voltou mais tarde para África onde se casou com Baba Laji em nome de branco "Porfírio Regis".
Voltou então Otampe Ojaro á Bahia onde comprou o terreno da roça - "por seis patacas" - e fundou o terreiro a que deu o nome de Ilé Maroialaji. A tradição da casa fala no rapto das duas irmãs "em um riacho perto de ketu" pelos daomeanos numa das suas incursões predatórias."
A genealogia de Olga Francisca Regis remonta a cinco gerações, e os claros na sua diagramação foram explicados por se referirem "a pessoas que não tiveram muita obrigação na casa".
O nome Ojarô, uma abreviatura de Ojá Aro, é o nome de uma das cinco famílias reais conhecidas em Ketu e de onde ainda são escolhidos os Alaketu, num sistema rotativo.
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