Verbete A Abarém
“Lá vem severo do pão vendendo seu Aberém
Mas quando penso que não lá vem tereza também
É de ba efô é de bariforé
Lá vem severo do pão vendendo acarajé(...) “
Como podemos constatar na letra do Caymmi, o Aberém também já foi comida de rua, vendido por negras de ganho, apesar de hoje, não ser um item comum, ele esta restrito a algumas casas de candomblé mais tradicionais, que mantem a tradição no seu preparo.
Havia ainda o Aberém preparado com açúcar, cujas bolas, do tamanho de um limão, eram ingeridas sem outro qualquer elemento adocicado, ou Segundo Manuel Querino, no seu “A Arte Culinária na Bahia”, feito com a mesma massa do Acaçá e que pode ser diluído para virar refresco.
O milho é o ingrediente principal de nosso quitute: o Aberém.
Segundo Jacques Raimundo, o aberém é um: bolo de massa de milho, amolecido na água e ralado
na
pedra, aquecido ligeiramente ao fogo depois envolto em folhas de
bananeira e atado com a fibra que se retira do tronco desse vegetal.
Não
é só em receitas que a palavra aberém aparece. Os dois principais
dicionários Aurélio e Houaiss também registraram nosso
aperitivo de origem africana, mas, especificamente, segundo o
Aurélio, de origem iorubá.
Raul Lody afirma que essa comida pode ser servida junto com o amalá, também com mel de abelha e, quando prepara da à base de açúcar, é consumida como qualquer doce.
O
contato da língua portuguesa além mar com as línguas africanas
tem seu início no período colonial. A língua do colonizador
concorreu com as línguas africanas de diferentes grupos étnicos
trazidos para o Brasil entre os séculos XVI e XIX para o trabalho
cativo nas mais diversas atividades como o corte e
beneficiamento da cana de açúcar, a mineração, o serviço doméstico.
Enfim, todo e qualquer trabalho braçal executado pelos negros
escravizados.
Diante
da necessidade de agrupar uma quantidade considerável de
negros nas fazendas, ou seja, nas senzalas, houve uma certa precaução
dos senhores em misturar os escravos pertencentes a grupos
lingüísticos diversos e através da diversidade étnica e
lingüística impedir que eles se entendessem.
Dessa forma,
buscavam mantê-los submissos e os forçavam a aprender uma nova língua, a
língua portuguesa.
O que os senhores não sabiam era que mesmo falando línguas, aparentemente diferentes, elas pertenciam ao mesmo tronco lingüístico, isto é, eram línguas aparentadas.
O que os senhores não sabiam era que mesmo falando línguas, aparentemente diferentes, elas pertenciam ao mesmo tronco lingüístico, isto é, eram línguas aparentadas.
Esse
fato favoreceu o desenvolvimento de um dialeto próprio o dialeto das
senzalas necessário à uma comunicação ente seus irmãos de cor, e, entre
eles e seus senhores.
Essa
inserção natural dos traços lingüísticos dos povos negroafricanos, com a
língua do colonizador é objeto de interesse de muitos
pesquisadores, merecendo relevância os estudos da pesquisadora Yeda
Pessoa de Castro que, a partir de suas pesquisas fundamentada na Etnolingüística, começa a tratar desta questão não mais como
um Empréstimo de vocábulos e, sim, como Aportes, pois a
presença das línguas negroafricanas se faz tão presente nos mais
diferentes falares brasileiros que não se pode mais
negligenciar a participação desses povos na formação sociocultural do povo brasileiro.
Abarém
Ingredientes:
1 Kg de milho branco ou vermelho
Açúcar a gosto se o milho for vermelho
Quanto baste de folha de bananeira
Modo de preparo:
Põe-se
o milho pilado, branco ou vermelho, de molho. Passa-se na pedra ou na
máquina de moer. Se for milho branco, não leva tempero de
espécie alguma. Se for vermelho, leva açúcar a bom paladar. Embrulha-se
a massa em folhas secas de bananeira da prata, em pequenas porções, como no acaçá.
Cozinha no vapor da panela, como abará.
Come-se com caruru, vatapá, badofe, etc. A folha da bananeira deve ser preparada da seguinte forma: corta-se a parte grossa e arrumam-se os pedaços da
Come-se com caruru, vatapá, badofe, etc. A folha da bananeira deve ser preparada da seguinte forma: corta-se a parte grossa e arrumam-se os pedaços da
folha num alguidar; joga-se água fervente em cima.
Depois, passa-se em outra água e dependura-se no vento até ficar seca.
https://www.youtube.com/watch?
É de ba efô é de bariforé Gostaria de saber o significado dessas palavras.
ResponderExcluir