sexta-feira, 22 de maio de 2015

Brasileiros desconhecem impacto da alimentação não saudável, diz pesquisa

Bem oportuna esta matéria do Idec, tenho consultado inúmeras pessoas sobre este problema, inclusive em bate-papos descontraídos, onde as conversas sempre tombam para um lado engraçado e zombeteiro.

Segundo levantamento da Consumers International, população do Brasil não conhece efeitos negativos de hábitos alimentares não saudáveis; Idec apoia campanha mundial sobre o tema e pede tratamento da questão separado dos interesses da indústria

Uma nova pesquisa da Consumers International (CI) - a principal federação internacional de organizações de consumidores - mostra que um grande número de pessoas não tem conhecimento do grande impacto que a alimentação inadequada está provocando sobre a saúde pública global. Segundo dados da CI, quase 9 em cada 10 brasileiros (88%) subestimam as consequências de hábitos alimentares prejudiciais, quando comparados a outras causas.
 
A pesquisa realizada em seis países descobriu que, em média, apenas 12% dos brasileiros identificou corretamente que a alimentação não saudável contribui para mais mortes do que a guerra, tabagismo, consumo de álcool, a AIDS ou a malária. "Nossa pesquisa sugere que poucas pessoas entendem a escala da crise de saúde que estamos enfrentando. A alimentação não saudável contribui para 11 milhões de mortes por ano e está acima do tabaco como a principal causa mundial de doenças crônicas não transmissíveis, tais como doenças cardiovasculares e câncer. A obesidade por si só custa à economia mundial 2000 bilhões de dólares por ano”, ressalta Amanda Long, diretora-geral da Consumers International.
 
Ações regulatórias como a redução de níveis elevados de gordura, açúcar e sal em alimentos (74% apoiam fortemente), a regulação do marketing de alimentos, principalmente para crianças (59% apoiam fortemente) e o acesso a mais informações sobre a composição dos alimentos (83% fortemente apoiam), receberam níveis muito elevados de apoio. Esses resultados, no entanto, não surpreendem se relacionados à importância que as pessoas atribuem à garantia de uma alimentação saudável para suas famílias. A grande maioria dos entrevistados (75%) consideram essa preocupação "muito importante", sendo que 24%  concorda que o tema é apenas "importante".
 
Dado isto, a federação fez um forte apelo internacional que visa aumentar o nível de consciência sobre o assunto. Com a realização da Assembleia Mundial da Saúde em Genebra, na semana do dia 18/05, a divulgação da pesquisa ajudará a reforçar a demanda por ações que apoiem os consumidores na escolha de alimentos mais saudáveis, espelhando-se no mecanismo semelhante ao da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, que envolveria Organização Mundial da Saúde (OMS). Tal medida caminharia no sentido de fazer os Estados-Membros se comprometerem com um quadro de políticas que incluem restrições ao marketing de alimentos para crianças, melhor rotulagem nutricional, reformulação de alimentos para reduzir a gordura, açúcar e sal e uso de instrumentos fiscais para apoiar o consumo de alimentos saudáveis. Antes da Assembleia, a Consumers International vai lançar um contador on-line para mostrar o número de mortes que a alimentação não saudável tem contribuído para e o custo financeiro global da obesidade. O contador estará disponível emhttp://www.consumersinternational.org/ desde o início da Assembleia, no dia 18 de Maio. “Precisamos resolver urgentemente esta questão e a CI exigirá na Assembleia Mundial da Saúde o desenvolvimento de uma Convenção Global para proteger e promover dietas saudáveis” complementa Long. 
 
Idec mobiliza esforços no Brasil
O Idec apoia a mobilização internacional no assunto, liderada pela Consumers através da Campanha #FoodTreatyNow e outras ações anteriores, saiba mais sobre o assunto aqui.
 
A nutricionista do Idec, Ana Paula Bortoletto, apresentou a proposta de uma recomendação do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) para o Ministério da Saúde, solicitando apoio na iniciativa de discussão e elaboração de um tratado global sobre alimentação saudável na próxima Assembleia Mundial da Saúde, por parte dos países, sem a participação dos representantes do setor produtivo de alimentos. "Para que o tratado global atinja os objetivos de fato, é fundamental garantir que o processo de construção aconteça sem a influência de conflitos de interesse das grandes transnacionais de alimentos que dominam o sistema alimentar. Desse modo, os países de fato serão fortalecidos para o enfrentamento do problema." destaca Bortoletto.
 
Saiba mais aqui sobre a campanha da CI para a Convenção Global para proteger e promover dietas saudáveis.
 
Sobre a pesquisa
A pesquisa foi conduzida pela DJS pesquisa. O inquérito online foi realizado entre 20 de Abril e 11 de Maio em seis países. As amostras foram Estados Unidos (491), Holanda (497), China (501), Brasil (499), Índia (499) e o Egito (501).

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