"Já se encontram referências às Queijadas de Sintra, como fazendo parte de pagamento de foros, no ano de 1227 (Século XIII), quando reinava D. Sancho II, o Capelo (podem-se consultar documentos arquivados na Torre do Tombo que o atestam).
Quanto ao local de origem das queijadas parece ter sido o lugar de Ranholas, freguesia de S. Pedro de Penaferrim, do concelho de Sintra. Em 11 de Maio de 1935, na extinta Assembleia de Sintra, que funcionou na Casa Valmor, na Vila Velha, proferiu uma conferência subordinada ao tema «Manteiga de Sintra», o regente agrícola, publicista e investigador Tude Martins de Sousa, e nela pode ler-se o seguinte:
Efetivamente e referindo-me apenas ao concelho de Sintra, e é o que por agora nos interessa, aparece em 1377, no reinado de D. Fernando I, há 558 anos, arrendado o Casal de Mastroncas (deve ser Mastrontas) em Sintra, do Mosteiro de S. Vicente de Fora, por três moios de pão meado (metade de trigo e metade de centeio), um carneiro e duas dúzias de queijadas.
Em 1479 (tempos de D. Afonso V) o foro referente ao Casal dos Tostões, do Convento de Canto Eloi, era de doze bolos, doze queijadas, doze ovos e um púcaro de manteiga.
O Casal do Rebolo, em Almargem do Bispo, foi aforado em 1481 por cem alqueires de trigo e noventa de cevada, um porco de dois anos e uma dúzia de queixadas, na véspera da Santíssima Trindade. [Este já era dos princípios do reinado de D. João II, pois D. Afonso V já tinha morrido em Sintra em 28 de Agosto de 1481.]
O Casal dos Sete Sizos, em Rio de Mouro, foi aforado em 1490 (reinava o mesmo monarca) por, além de um pão meado, um cabrito, bolos e uma dúzia de queijadas....
Até agora, ainda ninguém identificou qualquer fabricante de queijadas em relação àquelas épocas distantes, nem sequer as terras onde se fabricavam. No entanto, o princípio da sua industrialização, segundo nos diz Alfredo Pinto (Sacavém), falecido em 24 de Janeiro de 1945, começou com uma Maria Sapa, de Ranholas, em 1756, em cuja casa, no dito lugar, conseguia reunir os mais autênticos fidalgos que estavam em Sintra."
Programa obrigatório para quem vai para região de Lisboa, a pequena e charmosa de Sintra, a menos de meia hora da capital, encanta por estar encrustada no topo de uma montanha ligada por uma sinuosa estrada e coroada com um grande castelo e um palácio. Típico programa de princesa.
Sintra-02
Contos de fada à parte, Sintra é famosa por sua queijadinha, um delicado doce feito de coco em uma massa folhada que surpreende por sua leveza. Para fazer um bom contraponto a esta leveza, não deixe de provar os ‘travesseiros’ recheados com doce de ovos e amêndoas, também típicos da região.
Sintra-03
O local para se provar estas delícias é o Piriquita, que provoca filas imensas por turistas ávidos pelas suas iguarias calóricas. Funciona no mesmo local deste a sua fundação em 1926: número um da Rua das Padarias. É uma rua íngreme, antiga, em pleno coração de Sintra, perto do Palácio Nacional. Há cerca de onze anos foi inaugurada a “Piriquita II”, subindo um pouco mais na mesma calçada.
Queijadas de Sintra:
Massa:
1 e 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo
9 colheres (sopa) de água
Recheio:
2 xícaras (chá) de queijo-de-minas fresco cortado em cubos pequenos
3 gemas
1 e 1/4 xícara (chá) de açúcar
3 colheres (sopa) de farinha de trigo
6 colheres (sopa) de coco ralado seco
1 colher (chá) de canela em pó
Modo de Fazer:
Coloque em uma tigela a farinha e a água. Amasse com as mãos até a mistura ficar homogênea e consistente. Se necessário, acrescente mais água. Transfira para uma superfície enfarinhada por 10 minutos. Em seguida, abra a massa até que fique bem fina (com menos de 1 mm de espessura).
Molde 20 círculos de 10 cm de diâmetro e com os dedos dobre as bordas até ficarem com 2 cm de altura. Faça pregas em toda a volta, como se fosse uma tampinha de garrafa. Coloque as cestinhas de massa sobre uma superfície forrada com papel-manteiga e encha-as com grãos de canjica ou de feijão. Deixe descansar por 3 horas, ou até a massa secar.
Recheio:
Misture em uma tigela o queijo, as gemas e o açúcar. Amasse com um garfo até obter uma pasta. Acrescente a farinha de trigo, o coco ralado e a canela. Continue a misturar até ficar homogêneo. Distribua o creme nas cestinhas de massa e arrume-as em uma assadeira untada e polvilhada. Leve para assar em forno baixo, pré-aquecido, por 30 minutos ou até ficarem douradas. Retire, espere esfriar e sirva.
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