quinta-feira, 24 de março de 2016

A Bahia não é só Vatapá e Moqueca, é muito mais que isso...Só Master Chef Brasil não sabe...

Todos sabem da aversão a estes programas competitivos, que se tornaram febre na televisão brasileira, sintoma claro de uma cultura do espetáculo e que contribuem muito pouco ao estimulo do conhecimento. 
Quando fui convidado pela Endemol, para indicar uma pessoa jovem na Bahia, sem experiencia de cozinha ao programa Master Chef, busquei e encontrei o Marcelo Lemos, jovem professor de historia, apaixonado por cozinha, e sem medo indiquei, sendo imediatamente convocado ao programa. 


E sem dúvida o nosso tempo... prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser... O que é sagrado para ele, não é senão a ilusão, mas o que é profano é a verdade. 
Feuerbach - Prefácio à segunda edição de A Essência do Cristianismo
Segundo mail enviado pela produção do programa, eles buscavam pessoas que pudessem mostrar um pouco da nossa cultura gastronômica. 
Eté ai tudo bem, segue um trecho do mail: 
"Seria muito interessante mostramos um pouco mais da culinária do Brasil e tentarmos buscar pessoas de diferentes regiões. Essa seleção é para a temporada adulta, maiores de 18 anos e sem limite de idade." 
Mas a realidade a coisa não foi sempre assim, o MasterChef, em seus primeiros anos, contava com a participação de três cozinheiros amadores por episódio.criado pelo cineasta e documentarista britânico Franc Roddam para o canal BBC One,  eram nove eliminatórias, além de três semifinais e uma final. Não existiam caixas-surpresas ou missões quase impossíveis de serem cumpridas em tão pouco tempo. 
Os concorrentes tinham que preparar três pratos em menos de duas horas, mas podiam cozinhar o que quisessem, inclusive sem limite de preço nos ingredientes utilizados. 
A atração tinha um apresentador, Loyd Grossman, acompanhado por dois juízes, sendo um chef profissional e uma celebridade. 
Esse formato persistiu até 2000. Em entrevista ao jornal inglês Daily Mirror, a primeira vencedora do programa, Joan Bunting, disse que existe uma grande diferença entre o antigo formato e o atual, que é exibido há alguns anos. Ela afirmou que naquele tempo o programa era somente focado em culinária, diferentemente de hoje, em que prioriza o drama e o lado performático dos participantes, para obter maior audiência. "Era mais cerebral", destacou. "Os chefs hoje disputam grandes prêmios. Eu nunca segui a carreira culinária", completou. 

Reproduzo abaixo texto do Marcelo Lemos, que participou das três primeiras eliminarias, e atestou os "faniquitos do chef tatuado" o despreparo e o pouco conhecimento sobre a cozinha do nosso pais. 



SIM, ONTEM EU APARECI NO ‪#‎MasterChefbr‬ Qum me conhece sabe da minha paixão pela cozinha. Sempre tive interesse em me inscrever para participar no programa, só faltava aquele empurrão, q veio com minha companheira que sempre me incentiva muito, @pamsimplicio minha prima Mid, e da minha amiga @suellenleal.a ( me enche o saco um bom tempo para fazer minha inscrição). 
Fiz meu vídeo e enviei, a partir disso fui selecionado e participei de mais 3 etapas seletivas, todas em São Paulo,e conseguindo superar cada uma delas, cheguei até a parte q passou ontem na TV. Infelizmente não agradei os jurados, discordando e concordando com algumas criticas feitas pelos Chef’s. 

No momento logo quando sai dali ficou a decepção, pois acreditava que tinha plenas condições de entrar no programa,mas dois dias depois já estava de cabeça erguida e hoje estou agarrando as oportunidades q estão aparecendo depois de ter participado do programa, como conhecer o Chef @charoth10 neste ultimo final de semana me proporcionou participar da minha primeira feira gastronômica. 
O meu prato(foto) foi chamado de “Carnaval” pelo Chef Fogaça, foi uma criação a base dos frutos do mar baianos como Siri Mole, Camarão e Agulhinha, também utilizei ingredientes que nem os chefs conheciam além do peixe agulhinha, o Coentro da Índia/Coentro Largo. O prato foi chamado de Abebé, que é o leque utilizado por Oxum e Yemanjá, como uma homenagem ao candomblé, infelizmente na imagem do programa o meu prato ainda não estava finalizado. 
Enfim,gostaria de agradecer a todos e todas que me parabenizaram ao me ver no programa, que me dão força no meu dia a dia na cozinha, nisso tudo fiz amigos no processo de seleção e estou na torcida por eles, a minha família que me apoiou a todo momento, minha mãe que foi comigo até São Paulo, a minha cunhada @lomasimplicio que me acolheu na sua casa durante todo o processo seletivo(um abraço a republica dos Guatas), e a minha companheira,quando pensei em fraquejar, ela sempre acreditando em mim me deu força para continuar e também agora ampliando os horizontes na culinária, e aproveitar ao máximo. 
Obrigado a todos pela torcida, e nem tudo é como acreditamos ser... 

Parabéns ao Marcelo Lemos!

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