terça-feira, 22 de julho de 2014

Quando o Lobo é caçador

Um velho ditado nunca esteve mais na ordem do dia, "Quanto mais abundante está, menos valor se dá."
Durante muitos seculos a mesa foi sinônimo de luxo, poder e ostentação, no seculo XIX, muitos reis e rainhas mantinham chefs particulares, que eram disputados por casa reais,e tinham status de primeiros ministros e homens de confiança. Ainda no mesmo seculo, cabeças rolaram, e de forma despretensiosa o dinheiro publico foi queimado para manter os luxos das casas reais e como moeda de subjugar a população, mas que felizmente a resposta veio, pondo fim a uma era de monarquia, de desmandos e fome.

A frase debochada foi proferida pala rainha Maria Antonieta, ' Se o povo não come pão, que coma croissants' custou caro a rainha que perdeu o poder e a cabeça, dando lugar a Revolução Francesa.
talvez a melhor lição aprendida foi que não ha, negligencia maior e mais vergonhosa, que aquela para com os alimentos que necessitamos para comer.

seculo XX, chegou trazendo duas grandes guerras sangrentas, que nos mostraram a fome de forma cruel e perversa. Racionamentos passaram a ser o  cotidiano de milhares de famílias, e a Europa, entendeu que comer bem, deveria ser sinônimo de planejamento e sustentabilidade.
Um dos livros mais interessantes que li, sobre culinária, não fala do fausto das mesas burguesas e seus sabores exuberantes, e sim quase que um manual de sobrevivência diante a escarces de alimentos.

Em 1942, Mary Fischer publicou: Como cozinhar um lobo, o livro foi publicado no auge da Segunda Guerra Mundial, sobre a escassez de alimentos. "Páginas oferecida à donas de casa conselhos sobre como conseguir uma dieta equilibrada, esticar ingredientes, comer durante blecautes, lidar com a insônia e a tristeza, e cuidar de animais de estimação durante a guerra. 
 O livro recebeu boas críticas e alcançou sucesso literário, onde Mary, escrevia sobre a sigla MFK, pois só aos homens era permitido a escrita sobre comida.
Fisher era uma mulher com uma prosa fina e uma língua afiada. Ela tinha uma maneira elegante, porém direta, de dar uma opinião. O livro nos mostra claramente a sensibilidade feminina sobre o assunto. 
O mundo mudou, mas o desperdício e a fome seguem como chagas abertas, a palavra sustentabilidade, nunca foi tao usada, mas o homem, segue acreditando que os recursos são ilimitados, e não vale a pena investir em novas alternativas, apesar de que elas se impõem. 

“Descubra do que você tem fome.
É um desperdício imperdoável passar a vida empanzinado daquilo que não nos sacia.'
Sarah Westphal 

Descobrir, valorizar e despertar para novas formas de relacionar-se com a alimentação, se fazem necessária a uma cultura perdularia, onde perdemos o sentido do valor do alimento, mudanças de hábitos, mesmo que por alguns seja visto como oportunismo de alguns Chef, que se preocupam com o tema, o certo é que a boa mesa, se alimenta muito mais por atitudes simples e bem planejadas, do que caros e raros alimentos exclusivos a alguns poucos eleitos.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário