Sem muita mumunha, Alteridade foi o que se viu, a cidade é o espelho das pessoas que nela habitam, e foi só alegria nas ruas da Bahia com a chegada da primavera e com tanta comida gostosa.
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Finalmente ela, a Comida baiana e seus artífices, mostraram a força e a beleza de uma das mais ricas gastronomias do Brasil, que voltou a ressurgir em grande estilo, e o melhor de tudo, na rua, o simbolo da democracia e da liberdade.
Muita historia passou desde 2012, lembro em tantas conversas, sobre o quanto seria importante uma feirinha gastronômica na cidade. O lançamento do International Guide Bahia, era a chave para esta desconstrução.
Muitos jovens Chefs, alguns que eu nem conhecia, agitavam a cena local, alguns com nitrogênio liquido, outros com esferas, aff, o mundo mudava seus conceitos e a Bahia, não estava fora de compasso.
Por diversas capitais do Brasil e do mundo, meio que de forma simultânea, a Gastronomia, estava em ebulição, um caldeirão fervente, que apontava para todos os lados e sentidos, o mundo se movia, e o alimento era a mola propulsora.
A cozinha, saiu dos fundos da casa, e mostrou-se uma ferramenta eficaz de luta, de dizer não ao conservadorismo do pensamento, onde o Chef é figura chave, nesta mudança, e estávamos todos nós por lá novamente e em muito maior numero, em 2014, no lançamento do Guide, jé eramos muitos e mais fortes, uma festa linda, sempre unindo a grande musica baiana, pilotada por Moraes Moreira, que deu seu recado e sinalizando que a "energia pura do baiano" estava viva e queria mais.
E o "Chame Gente" funcionou mais uma vez, talvez como um mantra, um batuque de nagôs, todo mundo veio ver tradicionais ou moderninhos e também a senhora do bairro, todos queriam provar as iguarias apresentadas pelos Chefs, todos queriam provar o sabor, pois ele é muito maior, quando é acessível e compartilhado por todos, pois juntos, desfrutamos melhor.
Mas faltava algo; o espaço se fazia exíguo, e não só o físico, os Chefs queriam muito mais, e a cidade também; Cidade que tem na festa e na alegria um dos pilares da sua forma de ser, Faltava retomar a rua.
E foi o que fizemos..
A diversidade e o respeito a ela, foi outra marca importante da Bahia e da feira, a criatividade rolou solta, e deve rolar muito mais, livre de regras e muitas convenções os Chefs tiveram liberdade de fazer o que te dava na telha, ou nas caçarolas. "Deu de um tudo", em bom baianés, de Buraco Quente, a Xinxim de Bofe, de Bobó de Camarão a Helado de Paila, doces Ligths, Diets, Orgânicos
dentro da maior harmonia
#AFEIRA, representa algo muito maior, algo que nós foi roubado, e que perdurou, esta sensação de perda se refletiu durante muito tempo na garganta dos baianos, uma gente amistosa e que já demonstrou ao mundo que sabe viver.
Tomar a rua de volta, fazer saber que este é nosso lugar, desafogar as tensões urbanas de forma criatividade e espontânea, conectar urbanismo, arte de rua e comida, humor e ativismo.
Tomar a rua de volta, fazer saber que este é nosso lugar, desafogar as tensões urbanas de forma criatividade e espontânea, conectar urbanismo, arte de rua e comida, humor e ativismo.
Isto foi o que se viu na Festa de Inauguração da nova Orla da Barra, seguida pela Festa em homenagem a Primavera.
A gastronomia de um pais, um estado uma cidade, demonstra a evolução de sua gente, a pulsação com que todos abriram os braços para receber a Feira, foi uma alegria para todos nós Chefs e pessoas envolvidas com alimentos na nossa cidade, e esta alegria deve permanecer, em nome de uma cidade mais humana e para todos, e Chame Gente :)