No carnaval, bebíamos, namorávamos, descobríamos as delícias do sexo e as loucuras todas que nos permitia-mos. Tinha Moraes, Baby, Praça Castro Alves e muita vadiagem.
Tinha refresco, kisuco, cocada, banana Real, Mocotó e feijão e todo mundo conhecia a dona da quitanda.
Alho e Coca Cola tinham sabor e Feijoada era de feijão Mulatinho, todo mundo tinha apelido ou no mínimo uma redução do nome, Zé, Leo, Binho, chamar de veado, era comum e ninguém se molestava.
A tarde, subia em araçazeiro, mangueira e jaqueira, pelo simples tesão de descobrir, roubar frutas no quintal alheio, o melhor exercício de degustação possível, onde a tensão e o medo, te abrem para um mundo novo, excitando papilas e fios do Fiofó.
Lia o que tinha, e o que tinha era muito bom, Drummond, Amado e Lobato, figurinhas de revista, revista de sueca pelada, ainda se ouvia Vinicius...e o Abaete era uma lagoa escura, arrodeada de areia branca.
Foto: Raul Spinassé / Ag. A TARDE Feira de Itapuã Data: 22/08/13 |
Chegar na cidade custava, dava tempo de dormir e acordar, olhar a praia, e esquecer que iria pra aula, a cidade era outra, mas distante, mas muito mais próxima.
Falo isso não num tom lamurioso, passei da idade de ficar lamentando e sofrendo com o tempo, vivo hoje, e o que vejo não gosto.
Este babaca e Enorme Presente, como diria Mialler, em que vivemos e tanto lutamos, me soa frouxo e líquido, onde todos têm uma saída anunciada, mas poucos são capazes de acreditar. Muitos sorrisos e poucas paixões.
Bom Domingo
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