segunda-feira, 18 de maio de 2015

“Cada época não somente sonha a seguinte, como ao sonhá-la a impele a despertar”

Sociologia Urbana
 O passado é resgatado como uma das condições para a realização do presente que, por sua vez, vive, pressente e antecipa o futuro.
A inquietação de Walter Benjamim' nos mostra que à biodiversidade deste espaço geográfico, devem acompanhar a cidade e os processos urbanos.


O processo de urbanização em Salvador, as transformações ocorridas que vieram a caracterizar e diferenciar a cidade de salvador em relação ao seu meio rural.

Algumas características urbanas importantes da Cidade de Salvador no século XIX, é que não havia canalização de esgotos, e isso era um problema que fazia parte dessa realidade urbana. Nas ruas era comum a escavação de canais a céu aberto, um verdadeiro escoadouro de detritos. E mesmo que os moradores fossem responsáveis (em 1856 era de obrigação) por limpar seus detritos, os mesmos não faziam. Como isso só tendia a agravar em 1867 a limpeza de Salvador passará a ser de responsabilidade da Câmara Municipal.

A Baixa dos Sapateiros é o vale do Rio das Tripas, registrado desde o século 16 (veja um mapa de 1551). 
Por volta de 1612, o cartógrafo português João Teixeira Albernaz identificou a região como um brejo cheio de hortas que cerca a Cidade.
No século 18, já existiam algumas construções, como

a Capela de N.S. de Guadalupe. Entretanto, até o início do século 19, boa parte da Baixa dos Sapateiros ainda era um pântano. Desde o século 19, era conhecida como a Rua da Valla e a região tinha bastante vegetação e muitas árvores de jacarandá, cuja madeira era usada em construções da Cidade.
Por volta dos anos 1830, a região começou a ser urbanizada. Em 1862, a Rua da Valla foi completamente aterrada e, em 1865, tornou-se a primeira grande avenida de vale da Cidade.

Hoje, o Rio das Tripas passa, em grande parte, por dutos no subsolo, integrado à rede de saneamento.
A Baixa dos Sapateiros estende-se da Barroquinha ao Aquidabã. 
                                                                              

Desde o final do século 19, é um local de intenso comércio. Vários artesãos de calçados, os sapateiros, trabalhavam lá e existiam também armarinhos e lojas que vendiam produtos primários para os artesãos, como artigos de couro. Esse tipo de comércio envolvia também parte da Ladeira do Tabuão. 
A Rua da Valla passou a se chamar rua J. J. Seabra, em homenagem ao ministro da Viação e Obras Públicas, de 1910 a 1912, e presidente da Bahia, em dois períodos: 1912 a 1916 e 1920 a 1924. No século 20, abrigou três grandes cines-teatro da cidade: o Jandaia, o Tupy e o Pax. 

O Rio Camurugipe, um dos maiores de Salvador, porém este realmente se chama Rio das Tripas e é um dos afluentes do Camurugipe.

O Rio Camarujipe é o principal rio de Salvador. 
Tem 14 quilômetros de extensão. Nasce na Boa Vista de São de Caetano e desemboca na Praia do Costa Azul. 

Este rio já aparece em mapas datados de 1550, Ele foi canalizado em meados do século XVIII. No local surgiu a Rua da Vala, posteriormente Av. Dr. J. J. Seabra, atual Baixa dos Sapateiros. A obra se estendeu desde a Barroquinha até praticamente o Largo das 7 Portas. Posteriormente, em 1970 a antiga canalização foi substituída.

Ao que se sabe, não houve nenhuma reação popular contra essa canalização, o rio praticamente era um esgoto a céu aberto. Não havia como recuperá-lo.

Praticamente corta a cidade de ponta a ponta. Deve ter sido um rio maravilhoso antes da ocupação habitacional da cidade. Percebe-se isto ao final dele, quando se alarga como deveria ter sido quase todo o seu percurso.

O nome peculiar do Rio se dá pelo fato de que próximo ao local da nascente havia o maior matadouro da cidade (se não o único).

Possui bastante relevância na história de Salvador, sua nascente se dá na Rua da Vala, localidade da Barroquinha, Centro da Cidade. A partir daí o Rio segue seu fluxo passando pela Baixa dos Sapateiros, Aquidabã, 7 portas, Dois Leões e deságua no Rio Camurugipe nas proximidades da Rótula.

Até a década 70 o Rio das Tripas foi um dos principais mananciais de abastecimento de água na cidade, porém a partir dai processos de desenvolvimento urbano destruíram alguns diques que existiam no Calabetão e Mata Escura de água limpa para se tornar o que são hoje: uma imensa bacia de esgoto.

Em pensar que se paramos pra pensar, é quase inviável pensar em um Rio dentro de Salvador que não haja poluição, mas pior ainda saber que o que hoje chamamos de esgoto já nos foi bastante útil para abastecimento água. Antes de pensar em jogar um papel na rua, jogar lixo nas encostas ou qualquer ato semelhante, vamos pensar nos rios próximos de Salvador que ainda há água própria para consumo para não replicar a triste realidade que vemos nos rios de Salvador.

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