Este talvez seja o festejo mais tradicional e gastronômico do Brasil, muito simbólico, pois reflete bem a nossa alma caipira ligada as tradições rurais.
Se por um lado assegura a nossa estabilidade e independência alimentar hoje, por outro talvez tenha representado uma grande lacuna cultural, evidenciado no descaso com a educação do campo, sequer mencionada nos textos constitucionais até 1891.
Fica claro de que tipo de alicerces foram forjados nossos políticos e dirigentes, que nunca respeitaram as nossas matrizes culturais, relegando a cultura do campo ao trabalho escravo, à concentração fundiária, e o controle do poder político pela oligarquia e nos modelos de cultura letrada européia “urbanocêntrica”.
O modelo de desenvolvimento implementado no campo brasileiro foi tão excludente que marca
até hoje o modelo de educação adotado no Brasil.
A escola brasileira, de 1500 até o início do século XX, serviu e serve para atender as elites, sendo inacessível para grande parte da população rural. Para as elites do Brasil agrário, as mulheres, indígenas, negros(as) e trabalhadores(as) rurais não precisavam aprender a ler e escrever, pois, para desenvolver o trabalho agrícola o letramento era desnecessário.
Gosto sempre de voltar a este assunto, pois se para alguns a nossa gastronomia nao tem o Status de uma das mais emblemáticas do mundo, deve-se a esta negação e a falta de apoio às nossas raízes mais agrícolas.
Mesmo assim, as Festas Juninas, nos mostram que, independente da formação patrimonialista brasileira, todos os anos ela se refaz, relembrando todos estes elementos do nosso campo, como o Milho das Canjicas, Mugunzas e Bolos, assado na fogueira e cozido, o delicioso Arroz Doce cremosos ou de corte, a Mandioca muito bem representada por mingaus, bolos de todas as especies, o Amendoim assado e cozido e a infinidade de outras iguarias que representam tao bem a nossa gastronomia.
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