segunda-feira, 13 de abril de 2015

Pequeno Dicionario da Cozinha Baiana

Verbete A
Arroz com Pequi

Devido à proximidade das cidades mineiras, Vitoria de Conquista adquiriu alguns hábitos gastronômicos similares, onde o utilização do Pequi aparece com presença forte.

Vitoria da Conquista é um do estado do  Sudoeste da Bahia,  a terceira maior cidade do estado, atrás de Salvador e Feira de Santana, e a quarta do interior do Nordeste.


O território onde hoje está localizado o Município de Vitória da Conquista foi habitado pelos povos indígenas Mongoiós, subgrupo Camacãs, Ymborés (ou Aimorés) e em menor escala os Pataxós. Os aldeamentos se espalhavam por uma extensa faixa, conhecida como Sertão da Ressaca, que vai das margens do alto Rio Pardo até o médio Rio das Contas.

O pequi é uma fruta nativa do cerrado que, na língua indígena, significa “casca espinhenta”. Dentro tem uma castanha recoberta por um invólucro rico em espinhos pretos e finos. Este invólucro é revestido por uma polpa amarelada (às vezes mais esbranquiçada), pastosa, farinácea, oleaginosa e rica em vitamina A e proteínas. Fruto tipo drupa (carnoso, com apenas uma semente), arredondado, casca esverdeada, como um abacate pequeno, só que mais rechonchudinho.                                                                  


Os índios mongoiós (ou Kamakan), aimorés e pataxós pertenciam ao mesmo tronco: Macro-Jê. Cada um deles tinha sua língua e seus ritos religiosos. Os mongoiós costumavam fixar-se numa determinada área, enquanto os outros dois povos circulavam mais ao longo do ano.

Os aimorés, também conhecidos como Botocudos, tinham pele morena e o hábito de usarem um botoque de madeira nas orelhas e lábios - daí o nome Botocudo. Gostavam de pintar o corpo com extratos de urucum e jenipapo. Eram guerreiros temidos, viviam da caça e da pesca e dividiam o trabalho de acordo com o gênero, cabendo às mulheres o cuidado com os alimentos. Os homens ficavam responsáveis pela caça, pesca e a fabricação dos utensílios a serem utilizados nas guerras.

O pequizeiro (Caryocar brasiliense), é cultivado em todo o cerrado brasileiro. Dentre os estados produtores, Minas Gerais se destaca como o principal produtor e consumidor de pequi (Ribeiro, 2000). Além do valor alimentício, esta planta tem sido utilizada para fins medicinais, produção de mel, em ornamentação, produção de óleo e tanino (Vieira & Martins, 2000; Marques et al., 2002)

O  Pequizeiro e uma árvores sagradas para os sertanejos, sendo que seus frutos agregam valor às famílias, que vivem muitas vezes da agricultura familiar, sendo também que o pequi faz parte da sua base alimentar, já que os mesmos tem uma versatilidade gastronômica muito interessante.  Importante fonte de geração de renda para o agricultor local. Isto ocorre em função do envolvimento de toda família na catação dos frutos e na venda nas cidades circunvizinhas.
O fruto, do tamanho de uma pequena laranja, está maduro quando sua casca, que permanece sempre da mesma cor verde-amarelada, amolece. 

Composto na sua grande maioria (97%) por Cerrado, restando 3% de Mata Atlântica, o estado do Goiás possui um clima tropical semi-húmido. Isso contribui para uma riqueza culinária que tornou o estado numa referência em todo o mundo. O arroz com Pequi e o prato mais famoso, feito com arroz, galinha e pequi  Tão conhecido quanto controverso, não existe um meio-termo. Com um sabor forte e muito peculiar, o pequi é utilizado na elaboração de pratos salgados, doces, geleias, gelados, licores e até de azeites.

Arroz com Pequi tem aroma e sabor peculiar, o pequi é usada inteira ou em polpa em diversas receitas da região.
A mistura tanto com arroz quanto com galinhada é uma das mais apreciadas tanto por moradores locais quanto pelos turistas.

A fruta também costuma ser consumida pura, mas para isso é preciso cuidado, pois o fruto tem espinhos entre a polpa e o caroço que podem machucar a boca.

Pequi ou Souari Nut (Caryocar brasiliense) é uma fruta brasileira, de cor amarela, e tem um forte cheiro e sabor. Fruto de Pequi é uma refeição muito popular em Goiás e Minas Gerais, e pode ser comido sozinho ou com outros alimentos.

Pequi tem sido usado por brasileiros como um adicional nutritivo durante anos na preparação de alimentos e às bebidas de sabor, ou simplesmente comido cru como um lanche. O óleo de Pequi, o qual é extraído do fruto, também é utilizada como um óleo de cozinha O Pequi com arroz e frango é especialmente popular. Um óleo extraído das sementes de pequi também é utilizado como um óleo comestível.

O pequi é o principal símbolo dessa desestruturação da economia. O pequi é habitualmente consumida pela população na zona de Cerrado e está profundamente enraizado na cultura e culinária regional. Para o Mineiros, os habitantes do Cerrado de Minas Gerais, o pequi não pertence a ninguém, porque ele pertence a todos.

O pequi ocupa um papel importante na cultura dos povos indígenas da região do Cerrado do Brasil. Como a semente leva um longo tempo para germinar, a colheita tem de ser feito de forma sustentável, com árvores de substituição cuidadosamente plantadas para manter o fornecimento. Por isso, eles mantêm o seu direito ancestral para levá-lo onde quer que seja, em terrenos públicos ou privados, cercado na terra ou a terra não protegida, etc, onde quer que seja, o pequi sempre foi “acessível” à sociedade regional. Desde os anos sessenta, devido à exploração madeireira e instalação em larga escala de plantações de eucalipto, o pequi e tudo o que ele representa estão sob uma ameaça séria.

O  Pequizeiro e uma árvores sagradas para os sertanejos, sendo que seus frutos agregam valor às famílias, que vivem muitas vezes da agricultura familiar, sendo também que o pequi faz parte da sua base alimentar, já que os mesmos tem uma versatilidade gastronômica muito interessante.

Arroz de Pequi Vitoria da Conquista
ingredientes:
1 colher (sopa) de cheiro verde picado.
1 cebola grande picada
2 dentes de alho amassados
2 xícaras de arroz lavado e escorrido
4 xícaras de água quente
4 colheres (sopa) de óleo ou banha de porco
5 pequis bem amarelos, lavados
Sal e pimenta-de-cheiro ou pimenta malagueta fresca, picada a gosto


Modo de preparo:

Descasque os pequis, coloque numa panela, junte óleo ou banha, alho, cebola, coloque no fogo brando e refogue mexendo sempre, até a cebola e o alho dourar.
Adicione o arroz, frite um pouco, junte água, tempere com sal, cozinhe até o arroz ficar macio e a secar a água, junte pimenta a gosto e misture suavemente.
Tire do fogo, polvilhe com cheiro verde, mais um pouco de pimenta e pona na mesa.   

Um comentário:

  1. Na Bahia se consome pequi desde sempre, não tem nada a ver com proximidade com Minas. Pequi existe aos montes nos cerrados baianos, por isso adotamos a mania de consumir.

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