Um dos mais importantes itens da comida sacrificial e votiva do Candomblé, faz parte e
imprimiu identidade a um item corriqueiro da mesa do brasileiro.
A farofa, apesar da controvérsia etimológica, vem do Quimbundo língua oficial angolana, onde se lê Farófia, Tanto Aurélio como Houaiss, reconhecem uma possível origem africana.
E nada mais significativo que no dia de comemoração do “Dia da Mandioca“, falarmos deste item citando o grande potiguar Câmara Cascudo, nomeada por ele como a “Rainha do Brasil”.
Farofa ou Farófia, há que se considerar que a Rainha da mesa brasileira, faz a alegria de todos de norte a sul do Brasil, esta preparação esta presente em muitos lares brasileiros, sendo uma alternativa barata e acessível além de dar personalidade e graça as nossa preparações. Farinha é o pó obtido a partir da moagem de um cereal ou de outro vegetal rico em amido, como a mandioca (macaxeira ou aipim). Ela é usada como ingrediente para muitos pratos.
Farofa é um prato de acompanhamento, típico da culinária brasileira, feito com farinha, gordura e outros ingredientes que costumam dar seu nome: “farofa de miúdos“,” farofa de manteiga” , “farofa de ovos“, “farofa de banana“, “farofa natalina” etc. Quase toda região brasileira tem uma receita de Farofa e a farinha esta presente do Oiapoque ao Chuí.
“Basta um talo enterrado para ela se multiplicar. Resistente a pragas, dispensa agrotóxico. Alimenta gente e criação. Dela se extrai de álcool a plástico. Uma planta rainha, classificou-a Câmara Cascudo. Pão dos pobres, diz o povo.”
Voltando a Farofa Amarela feita com o azeite de dendê, ela faz parte das comidas votivas, além de claro, da mesa baiana, servida como guarnição das moquecas e guizados, onde até para comer sozinha faz sucesso.
Segundo Olga de Alaketo famosa Yalorixa da Bahia, na composição da Farofa Amarela ou como alguns chama no Candomblé, Farofa de Exu, por ser um dos elementos
tradicionais da das oferendas do Orixá Exu, encontramos farinha de mandioca, camarão seco, e sal, tudo bem fritinho no Azeite de Dendê.
Na obra História da Alimentação no Brasil, Cascudo cita em diferentes trechos a obra do médico espanhol Antonio Castillo de Lucas, Adagiário da Alimentação. Um e outro autor se conectam pelo pensamento folclórico em que o conhecimento gerado a partir da experiência histórica das sociedades é relevante e necessario.
Pensando em como as coisas caminham e muito significativo registrar a importância a partir de permanências concretas da cultura popular, onde residi o significado social da cozinha de cada nação.
A título de informação bom lembrar de Filippo Tomaso Marinetti, líder do movimento futurista italiano, que apresenta-se favorável a uma cozinha futurista na Itália em seu manifesto de 1930, contrariando a permanência da cozinha tradicional.
Entre as várias propostas para colocar a cozinha nacional no mesmo passo que o desenvolvimento tecnológico do período, Marinetti propõe a abolição do macarrão na alimentação italiana, argumentando que essa seria uma das principais razões para a lentidão e o pessimismo do trabalhador italiano.
A defesa do macarrão, principalmente na Itália, foi grande e com toda razão, na Bahia, a lentidão ainda pode ser vista como um plus, na qualidade de vida e no afeto ao ato de dar de comer.
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