Esta guloseima faz parte do imaginário de toda pessoa nascida na Bahia nos anos 50 e 60, época magica, que havia Circo, Parque de Diversão, Festa populares e feiras de Rua, que gente de todas as esferas sociais participavam, haviam cinemas, o
carnaval era feito pelo povo, sem salas Vips, onde todos participavam, numa forma de brindar a vida.
Imortalizado no belo livro "O Sal é um Dom", da Mabel Velloso, sobre sua mãe Dna. Canô, este docinho de rua era vendido pelo popular baleiro, que hoje já nao existe.
O livro é um relato afetivo e muito cuidadoso sobre a matriarca dos Velloso, que cativou a muitos baianos e brasileiros.
Muito difícil falar em doces, açucarados, rebuçados, sem lembrar do Recôncavo da Bahia, por tanto deixo a palavra com quem mais conhece sobre o assunto Gilberto Freyre:
O Massapê (...) tem profundidade.
É terra doce sem deixar de ser terra firme: o bastante para que nela se construa com solidez engenho, casa e capela. Nessas manchas de terra pegajenta foi possível fundar-se a civilização moderna mais cheia de qualidades, de permanência e ao mesmo tempo de plasticidade que já se fundou nos trópicos.
A riqueza do solo era profunda: as gerações de senhores de engenho podiam suceder-se no mesmo engenho; fortalecer-se; criar raízes em casas de pedra-e-cal; não era preciso o nomadismo agrário que se praticou noutras terras, onde o solo era menos fértil, esgotado logo pela monocultura, fez do agricultor quase sempre um cigano à procura de terra virgem. Um dom-juan de terras.
(...) A qualidade do solo, completada pela da atmosfera, condicionou, como talvez nenhum outro elemento, essa especialização regional da colonização da América pelos portugueses que foi a colonização baseada na cana-de-açúcar (...) A verdade é que foi no extremo Nordeste - por extremo Nordeste deve entender-se o trecho da região agrária do Norte que vai de Sergipe ao Ceará - e no Recôncavo Baiano - nas suas melhores terras de barro e húmus - que primeiro se fixaram e tomaram fisionomia brasileira os traços, os valores, as tradições portuguesas que junto com as africanas e as indígenas constituiriam aquele Brasil profundo, que hoje se sente ser o mais brasileiro.
O mais brasileiro pelo seu tipo de aristocrata, hoje em decadência, e principalmente pelo seu tipo de homem do povo, já próximo, talvez, de relativa estabilidade.
Um homem do povo [...] feito de três sangues, em outras terras tão inimigas - o do branco, o do índio e o do negro. Um negro adaptado como nenhum à lavoura do açúcar e ao clima tropical. Um português também disposto à sedentariedade da agricultura. Um índio que ficou aqui mais no ventre e nos peitos da cabocla gorda e amorosa do que nas mãos e nos pés do homem arisco e inquieto".
Doces Recordações Pirulito de Mel e Coco
Ingredientes
• 1 kg de açúcar (cristal ou refinado)
• Suco de um limão pequeno
• 1 copo (de 200 ml) de água
• 50 gm de coco seco ralado fininho
• 100 ml de mel
Material
• Papel manteiga
• 60 palitos para pirulito (encontrados em lojas de festas)
• 1 caixinha de papelão
Como fazer
Numa panela, colocar a água, o suco de limão, o mel e, aos poucos, o açúcar e o coco seco.
Levar ao fogo brando e mexer por cinco minutos.
Deixar por mais 20 minutos, até obter uma calda amarela, mais consistente.
Deixar a calda descansar por cinco a dez minutos na panela.
Cortar o papel manteiga em pedaços de 6 cm x 9 cm e enrolá-los em forma de cone, fechando no fundo para não vazar.
No fundo de uma caixinha de papelão (pode ser usada uma caixa de sapatos), abrir pequenos buracos (com 2 cm de diâmetro) para encaixar os cones.
Depois de preenchê-los com a calda, deixá-los esfriar por dez minutos, antes de colocar os palitos.
Deixar descansar em temperatura ambiente e servir (de preferência) no dia seguinte.
Rende de 50 a 55 pirulitos.
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