Seca nas regiões cafeeiras da Bahia e Minas Gerais prejudicou desempenho da safra do produto no país
 
Os números da produção de café do Brasil não foram promissores nos 
cinco primeiros meses do ano, mas apontam para estabilidade até o final 
de 2015, em relação ao ano passado. A Companhia Nacional de 
Abastecimento (Conab) estimou safra brasileira para 2015 em 44,28 
milhões de sacas, ou seja, de apenas 2,3%  menor que os 45,34 milhões de
 sacas de  2014.
 O volume previsto está próximo ao limite inferior da faixa da 
estimativa de janeiro, com variação de 44,11 milhões (para menos), a 
46,61 milhões de sacas (para mais).  A produção também fica abaixo do 
recorde de  2013, quando o país produziu mas de 50 milhões de sacas. O 
resultado  de 2015 foi influenciado por uma leve alta na estimativa para
 o café arábica e uma redução expressiva na expectativa para a variedade
 robusta.
 O presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), 
João Lopes Araújo, diz que entre os motivos da queda da produção,  está a
 seca que se abateu sobre as regiões cafeicultoras de Minas Gerais e da 
Bahia, respectivamente, primeiro e quarto maiores produtores de café no 
Brasil. Ele acrescentou que mesmo com a redução verificada em centros 
tradicionais como a região do planalto baiano, o café conilon colhido no
 sul do estado, teve produtividade acima do esperado,  o que permitiu 
que a Bahia possa projetar uma produção média de 2 milhões a 2,5 milhões
 de sacas este ano.
 Exportação
 No quesito de vendas, o Brasil exportou mais de 36 milhões de sacas de 
café nos últimos doze meses (junho de 2014 a maio de 2015), segundo o 
Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), com previsão de 
receita cambial de quase US$ 7 bilhões. Os números são considerados 
expressivos por João Lopes Araújo, mas ele explicou que o resultado 
divulgado pelo CeCafé diz respeito mais a venda de parte do estoque dos 
produtores que a produção de fato verificada este ano.
 No "Resumo das Exportações Brasileiras de Café" (Maio/2015), o CeCafé 
demonstra que a receita cambial brasileira com as exportações de café 
registrou entre junho de 2014 e maio de 2015, incremento de 34,1% em 
relação ao mesmo período anterior, gerando US$ 6,960 bilhões, aumento de
 9,42% no volume físico exportado. Foram exportadas  36.697.386 sacas de
 60 kg.
 Compensações
 Para o diretor-geral do CeCafé, Guilherme Braga, "houve um aumento no 
consumo mundial, que tem se mantido em torno de 2% ao ano, e o Brasil 
possui um bom reconhecimento em termos de qualidade e regularidade na 
distribuição do produto, além de preços competitivos, o que explica 
esses incrementos. O conilon também tem apresentado uma alta consistente
 no volume exportado, chegando a 4.494.371 sacas embarcadas no período, o
 que compensou a queda nas exportações de arábica".
 O relatório mostra ainda que o volume do café arábica respondeu por 78%
 das vendas nos cinco primeiros meses de 2015; o robusta, 12,5%; o 
solúvel, 9,4% das exportações e o torrado & moído, 0,1%. Os cafés 
diferenciados (arábica e conilon) responderam por 25,5% no volume das 
exportações e por 32,6% na receita cambial.  A importação cresceu 3% no 
período e os melhores compradores foram Europa (55% ), América do Norte 
(24%), Ásia (16%) e a América do Sul (3%).
Fonte Jorna A Tade 

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