Este ano vamos fazer uma Ação de Alerta contra o consumo excessivo de açúcar, em apoio a campanha do Chef Jamie Oliver #FoodRevolutionDay , por uma alimentação infantil saudável e o Consumo consciente de açúcar.
O desafio é o seguinte: Por um dia, você vai dispensar aquele enroladinho de salsicha e aposentar os biscoitos recheados e colocar a mão na massa para preparar uma comida mais saudável – e saborosa. Não precisa ser chef para entrar na brincadeira.
No evento o Chef Alicio Charoth, vai propor aos alunos do Colégio Montessori, uma tarde divertida, preparando com a criançada receitas com frutas, legumes e verduras, com dicas de receitas fáceis e práticas para inspirar quem quer começar, mas não tem muita intimidade com a cozinha.
Depois que a missão for cumprida um piquenique com tudo que foi produzido
Jamie sugere que você compartilhe o resultado nas suas redes sociais, acompanhado da hashtag #FoodRevolutionDay.
Nunca foi consumido tanto açúcar no Brasil e de acordo com especialistas o motivo não está no uso do açucareiro, mas no consumo de produtos industrializados extremamente adoçados. Só nos últimos 15 anos, a quantidade de açúcar na composição dos alimentos processados dobrou.
Auge do ciclo da cana-de-açúcar
Durante os séculos XVI e XVII, o Brasil tornou-se o maior produtor de açúcar do mundo, gerando imensas riquezas para os senhores de engenho, para Portugal e, sobretudo, para os holandeses. Ostentando sua opulência, os senhores de engenho do Nordeste importavam da Europa desde roupas e alimentos até louças e objetos de decoração. Como conseqüência da maciça
importação de mercadorias europeias, da importação de
escravos e da participação dos holandeses e portugueses no comércio de açúcar, quase toda a riqueza gerada por este ciclo econômico foi desviada da colônia para as áreas metropolitanas, caracterizando as condições do pacto colonial.
Em 50 anos, brasileiro “adicionou”, sem se dar conta, cinco colheres de açúcar em sua dieta diária; veja quão doce é o alimento que você come todos os dias.
De acordo com dados da Embrapa, em 50 anos houve a adição de aproximadamente 68 gramas diárias (mais de cinco colheres de sopa) na dieta dos brasileiros. A última medição mostrou que o brasileiro consome até 150 gramas por dia, enquanto a média mundial é de 57 gramas.
“A quantidade de açúcar nos alimentos produzidos no Brasil é alarmante. É uma coisa cultural, a indústria acha que brasileiro gosta de açúcar. Assim, é praticamente impossível uma pessoa ingerir o mínimo ou nada de açúcar. A não ser que ela pare de comer qualquer alimento vendido no supermercado”, disse Manuela Dias, nutricionista da Proteste, organização que no ano passado mediu a quantidade de açúcar de 95 produtos.
A Organização Mundial de Saúde fez um estudo e concluiu que o brasileiro exagera no consumo de açúcar. A OMS também alerta que existe muito açúcar oculto nos alimentos industrializados, até nos salgados.
Tem açúcar no pãozinho, no molho de tomate, onde a gente menos desconfia. Nem todo mundo confere a composição dos alimentos na embalagem. E alguns alimentos nem têm mesmo essas informações. Por isso é bom ficar de olho.
No supermercado, você passa longe do corredor de refrigerantes, doces, biscoitos e acha que está evitando o açúcar. Antes fosse tão fácil. O sabor é salgado e engana, mas pode olhar lá, nas letras miúdas da embalagem. Pão, sopa, ketchup, molho barbecue, molho de tomate: todos têm açúcar.
Até alimentos que fazem parte parecem super saudáveis, como barrinhas, cereais e sucos costumam ter açúcar. E, segundo a Organização Mundial da Saúde, a gente tem que ficar de olho.
“Porque eu cheguei a pesar quase 90 quilos. Então eu precisei fazer dieta, exercício, para perder e realmente eu tive que cortar o açúcar. Não vou dizer que de vez em quando eu não experimento, mas experimentar é uma coisa e comer direto é outra”, conta a dona de casa Lucy Izquierdo.
A OMS fez uma pesquisa e concluiu que o brasileiro está consumindo, em média, 50% mais açúcar do que deveria. Muitas vezes sem saber.
A Organização Mundial da Saúde recomenda um consumo máximo de 50 gramas de açúcar por dia. Isso equivale a 10 pacotinhos. Agora, desse jeito fica fácil medir a quantidade que pode-se colocar no café. O problema está naquele açúcar que a gente não vê.
Em média, são dois gramas por unidade. Quando o produto é embalado, a Cristiane confere o rótulo. “Tem que ficar olhando sempre a tabelinha para ver qual. A porcentagem de açúcar, enfim, que vai no, no produto”, afirma a analista de processo Cristiane Rocha.
Essa é uma dica boa, de acordo professor de nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP que participou do estudo da Organização Mundial da Saúde. “Se você olhar a lista de ingrediente, o açúcar aparecer como primeiro ingrediente ou como segundo ingrediente, é sinal que o produto tem muito açúcar. Você pode ter açúcar, você pode ter açúcar de milho, você pode ter amido modificado, você pode ter mel, você pode ter dextrose. São vários açúcares sintetizados e que funcionam exatamente como açúcar”, recomenda Carlos Montier
O excesso de açúcar está ligado à obesidade e a todas as doenças que decorrem disso, a diabetes e até a alguns tipos de câncer. O alerta que vale para todo mundo, mesmo para quem está em dia com a balança.
O professor alerta que, se a gente se acostuma a comer tudo muito doce, mesmo com adoçante, depois fica cada vez com mais necessidade de açúcar. É importante então educar o paladar. Frutas, por exemplo, ajudam nesse processo, são doces, mas não em excesso.
Ingestão de açúcar
De acordo com a POF 2008-2009, 61,3% da população consomem açúcar em excesso. A média de energia diária proveniente do açúcar livre para cada pessoa foi 14% do total, quatro pontos percentuais acima do máximo recomendado – mais de 10% é considerado “consumo excessivo”. Entre os altos níveis de inadequação na ingestão de açúcar, mais uma vez estão os adolescentes: 74% dos meninos e 83% das meninas entre 14 e 18 anos consomem mais açúcar do que o recomendado.
Na faixa etária anterior, de dez a 13 anos, a frequência é ainda maior: 82% das meninas e 80% dos meninos abusam do açúcar livre, que é o adicionado nos alimentos. Esse percentual é superior ao dos adultos, grupo em que o consumo excessivo foi observado em 67% de homens e mulheres. Soma-se a esse perfil o menor consumo dos alimentos protetores, tais como frutas, verduras, legumes e cereais integrais.
Além de ações nas escolas, a partir do Programa Saúde na Escola, o Ministério da Saúde tem investido na qualificação de profissionais da atenção básica, com inclusão de nutricionistas nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf). Hoje, mais de 17 mil unidades básicas contam com profissionais de nutrição e educação física, aptos a orientar os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
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