
Naira Scavone levanta questões e respostas importantes sobre a alta gastronomia brasileira.
Qual a razão primordial para que o espaço da cozinha profissional seja ainda dominado pelos chefs masculinos (apesar da recente moda das chefs mulheres e, especialmente, da tradição secular da cozinha caseira cotidiana ser predominantemente de fatura feminina)? Qual a justificativa para o desenvolvimento de um novo gosto gastronômico a partir da presença de chefs estrangeiros em restaurantes e hotéis internacionais no Brasil (especialmente os franceses e os italianos)? Porque a gastronomia de experimentação e de vanguarda é sempre de fora (Espanha, Japão, Itália e França) e quase nunca a partir de uma cozinha de origem brasileira, resultando esta mais ancorada no conservadorismo para ser respeitada na sua qualidade intrínseca? Qual a razão para a “descoberta” de certos ingredientes brasileiros (pimenta-rosa, carambola e mandioquinha, por exemplo) como sofisticados, exóticos e apreciáveis, estar na palavra de chefs estrangeiros e não como proposta de chefs brasileiros? Qual o papel das revistas especializadas na formação do gosto no atual momento da gastronomia brasileira?
Naira Scavone é formada em Psicologia na ULBRA e mestre em Educação pela UFRGS. No período de 2001 a 2009, atuou como professora e orientadora da EGAS – Escola de Gastronomia Aires Scavone. Atualmente, é Coordenadora de Estágios e docente na FAVI – Associação Vitoriana de Ensino Superior na cidade de Vitória (ES) e também leciona no Centro Universitário São Camilo em Cachoeiro do Itapemirim (ES).
Discursos da gastronomia brasileira: gêneros e identidade
nacional postos à mesa
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/13731/000614930.pdf?sequence=1
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