Arroz de Hauçá
No Brasil, a cultura africana chegou através do tráfico negreiro que trouxe para o País povos da África na condição de escravos. O Arroz de Hauçá, representa mais um dos diversos símbolos de resistência dos negros feitos escravos em nosso pais.
Os hauçás conseguiram chegar a práticas agrícolas que iam além da subsistência, educaram-se em raciocínios comparativamente sofisticados e por isso suplantaram outros povos e dominaram vasta porção de terra.
Língua
franca nos mais importantes mercados e entrepostos das porções
ocidental e central da África é usada majoritariamente por muçulmanos na
fé e famosos por seus mercadores, Talvez assim se explique a complexa e requinatda culinaria hauçá.
Os
hauçás conseguiram chegar a práticas agrícolas que iam além da
subsistência, educaram-se em raciocínios comparativamente sofisticados e
por isso suplantaram outros povos e dominaram vasta porção de terra. -
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http://www.paulodelgado.com.br/violencia-e-capitalismo-na-nigeria/#sthash.dGON3mzD.dpuf
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subsistência, educaram-se em raciocínios comparativamente sofisticados e
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Formados principalmente por bantos, nagôs, jejes, hauçás e
malês os africanos tiveram sua cultura repreendida pelos colonizadores. Kano, na Nigéria é considerada o centro comercial e cultural dos Hauçás. Em termos de relações culturais com outros povos da África Ocidental, os Hauçás são culturalmente e historicamente próximos dos fulas, songhai, mandês e tuaregues bem como outros grupos afro-asiáticos.
Escravo do Brasil Augusto Stahl (c.1865). |
Trazido para o Brasil no século XIX pelos hauçás, muçulmanos habitantes do norte da Nigéria, o arroz-de-hauçá é um prato que foi introduzido no cardápio das iguarias baianas, expressando a influência notória da culinária africana na culinária dos brasileiros, o arroz-de-hauçá representa, com muito sabor, essa proximidade gastronômica na Bahia.
A Revolta dos Malês, a de 1835 que foi a que mais se destacou entre todas, completou no início deste ano de 2010, 175 anos, dessa insurreição de escravos urbanos islamizados (malês). Ocorreram levantes na Bahia em 1807, 1809, 1813, 1826, 1828, 1830, 1835 e 1844. Existiam nessa época milhares de escravos africanos das etnias hauçá e nagô, procedentes do golfo de Benin.
Os Malês eram dotados de elevado nível culturais, e muitos sabiam ler e escrever em árabe. Os movimentos insurrecionais envolveram escravos e também negros libertos de Salvador e dos engenhos do recôncavo baiano. Eles dirigiam-se contra os brancos e visavam à tomada do poder na Bahia. Dotados de grande organização (estavam enraizados em toda Salvador e no recôncavo, tinham uma organização militar detalhada e conseguiram mobilizar recursos financeiros para os levantes), as insurreições fracassaram quase sempre devido à denúncia de traidores.
Politicamente bem organizados a maioria dos negros hauçás, escravos no Brasil, sabia ler e escrever em árabe, muitos se reunindo em grupos para estudar o Alcorão.
Antes dos quilombos, houve grande marco da resistência negra à escravidão. É importante salientar as rebeliões de cunho religioso da Bahia e a importância da organização dos negros, criando governos secretos que mantinham um controle absoluto sobre a massa escrava muçulmana.
Em dezembro de 1808, iniciou-se o processo de insurreição. Eram hauçás e nagôs, unidos pela fé islâmica. O costume dos padres católicos de separarem as nações em irmandades religiosas, para evitar a troca de informações, ainda não tinha penetrado no recôncavo baiano. E as duas nações, reconhecendo-se irmãs pelo islamismo, juntaram-se na
Braceletes Ogboni Yoruba |
A Revolta dos Malê, foi uma importante rebelião dos negros hauçás islâmicos na Bahia foi a de fevereiro de 1813, quando 600 homens invadiram e mataram senhores, destruindo os engenhos. Eram todos negros hauçás, que foram mortos ou fugiram, alguns se suicidaram para não caírem prisioneiros, 34 deles foram condenados à forca e os açoitaram duramente em praça pública.
De 1826 a 1830 vários choques entre nagôs aquilombados e forças comandadas por capitães-do-mato resultaram em muitas mortes de lado a lado, com extrema violência, torturas públicas e libertação de escravos e fugas para os quilombos. Essa violência foi marco para uma grande rebelião que explodiria no dia 13 de abril de 1830, fracassada porque uma negra convidada a participar denunciou o movimento. Essa incrível determinação de luta era alimentada pela fé religiosa o que não invalida a função social da luta, dirigida para se conseguir o direito de ter respeitada sua crença, a resistência contra o aviltamento da cultura africana. O que não lhes dá apenas um caráter guerreiro, como de homens que sabem ler e escrever em árabe.
Hoje o arroz-de-hauçá é mais comentado que realmente servido nas casas e restaurantes baianos, o
ilustre escritor Jorge Amado, segundo contam, gostava muito do prato, demonstrando, mais uma vez, que a cozinha
negra fez valer os seus temperos, condimentos e a sua maneira de
cozinhar.
Consiste de um arroz cozido no leite de côco, acrescido a carne seca acebolada e coberto com molho de camarão seco defumado e charque (carne seca) desfiado, refogado com um pouco de azeite de oliva e dendê. Todos esses ingredientes são colocados bem arrumados em um recipiente redondo e normalmente servidos em tigelas de barro quando ainda está quente.
Para entender: A carne seca que compõe o arroz-de-hauçá era, naquela época, um alimento direcionado aos mais pobres, por isso era amplamente utilizada na culinária de trabalhadores, como os peões de fazenda de cacau.
Além disso, compõe a “dieta” do Orixá Omolu.
Outra curiosidade sobre os Hauçás, os muçulmanos, que embora no passado adotassem práticas animistas, que ainda são encontradas em partes mais remotas, eles têm sido um fator importante da disseminação do islamismo na África ocidental, por meio de contatos econômicos, de comunidades comerciais da diáspora hauçá e da política.
Consiste de um arroz cozido no leite de côco, acrescido a carne seca acebolada e coberto com molho de camarão seco defumado e charque (carne seca) desfiado, refogado com um pouco de azeite de oliva e dendê. Todos esses ingredientes são colocados bem arrumados em um recipiente redondo e normalmente servidos em tigelas de barro quando ainda está quente.
Para entender: A carne seca que compõe o arroz-de-hauçá era, naquela época, um alimento direcionado aos mais pobres, por isso era amplamente utilizada na culinária de trabalhadores, como os peões de fazenda de cacau.
Omolu por Carybé |
Além disso, compõe a “dieta” do Orixá Omolu.
Outra curiosidade sobre os Hauçás, os muçulmanos, que embora no passado adotassem práticas animistas, que ainda são encontradas em partes mais remotas, eles têm sido um fator importante da disseminação do islamismo na África ocidental, por meio de contatos econômicos, de comunidades comerciais da diáspora hauçá e da política.
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