sábado, 4 de julho de 2015

Tabus Revisitados

Muito se fala da contribuição da cultura negra na gastronomia, de todo um passado que foi construído, em detrimento da escravidão, mas em realidade, ainda vemos muito pouco espaço para Chefs Negros de destaque nacional.

Chef Bené
O Brasil avançou muito em alguns anos, no que poderíamos chamar de "acender socialmente", graças a politicas púbicas de reparação, com o regime de cotas ás universidades, regimes de inserção social e uma serie de medidas por parte do governo e de entidades que lutam pela melhoria dos direitos humanos.
Mas onde estão estes profissionais?, ou será que a gastronomia não interessa a esta parte da população, que e possa ver nela, uma alternativa de mudanças sociais efetivas.

O assunto ainda é um tabu na nossa sociedade, muitos ainda afirmam, não ser uma questão de descriminação, mas o certo é que muito do contingente criativo das nossa cozinhas e de cursos noturnos de capacitação, estão sendo preenchidos com um publico eminentemente negro ou mestiço.

Marcus Samuelsson
A questão do negro não é uniforme no Brasil, há diferenças regionais e de classe; o preconceito de cor não equivale ao preconceito racial; o homem de cor assimila os padrões da cultura dominante e se vê segundo os padrões dos brancos; há ressentimento do homem de cor de posições mais baixas contra homens de cor de posição mais elevada; o Brasil não tem um sistema de castas (ou seja, é possível a mobilidade social); o mestiço se vê do ponto de vista do branco, tende a camuflar suas marcas; os traços culturais africanos são tratados como pitorescos, o que propicia a indústria turística do pitoresco; o padrão estético da população brasileira é o branco.

Mas as oportunidades tem que ser abertas e a inserção de Chefs Negros é muito importante quando falamos das melhorias de qualificação na área gastronômica, servindo como fonte de inspiração e motivação, eles podem ser exemplos positivos e de certa forma, e reformadores de uma ordem vigente.

Outros países como os EUA, a coisa não é diferente, apesar de já existirem hoje, Chefs de peso como é o caso do Marcus Samuelsson, e muitos blogs que abrem espaço para uma cozinha feita por negros para todas as pessoas.
é de suma importância, que exista não só o interesse destes profissionais em se qualificar e eles próprios abrirem este espaço de visibilidade, como o estimulo a todas as redes de inserção, como já dizia Hanna Arendt, “A essência dos

Direitos Humanos é o direito a ter direitos”, coisa que foi alijada da população negra no Brasil.
Na foto: Chef Bené os Chefs americanos Marcus Samuelsson e o Chef G. Garvin

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