A cajuína do Piauí agora tem Indicação Geográfica (IG), concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)
A bebida piauiense receberá o selo de Indicação de Procedência, que é uma das espécies da Indicação Geográfica.
“A Indicação de Procedência é caracterizada por ser o nome geográfico conhecido pela produção, extração ou fabricação
de determinado produto, ou pela prestação de dado serviço,
de forma a possibilitar a agregação de valor quando indicada a sua origem, independente de outras características. Dessa forma a Cajuína obtém um grande diferencial. Esse resultado positivo se deve ao esforço articulado entre o Sebrae no Piauí e os produtores de cajuína”, comenta a gerente da Unidade de Atendimento Coletivo Agronegócio do Sebrae no Piauí, Geórgia Pádua.
A IG funcionará como uma grife que dará identidade própria e distinguirá sua qualidade diferenciada. Será um instrumento de propriedade industrial, que associará o nome do produto ao nome do Estado.
O selo da IG é ainda uma certificação da qualidade do produto e do respeito que os produtores têm em relação aos valores ambientais e sociais, o que fomentará o acesso a novos mercados, além de beneficiar um maior número de cajucultores.
O caju (Anacardium occidentale L.), frutífera originária do Nordeste brasileiro, foi descoberto pelos nativos destas terras, que o utilizavam das mais diversas formas, seja como fruto (in natura), seja como suco extraído por prensagem
manual ou como uma bebida fermentada (o caoi ou caoim), a qual era utilizada em comemorações e em ocasiões especiais.
O caju é composto da castanha, o verdadeiro fruto, e do pedúnculo, que é um pseudo ou falso fruto, uma forma
hipertrofiada do pedúnculo floral e rica em suco.
O pedúnculo de estrutura carnosa e suculenta é muito rico em vitamina C e fibras.
Um copo de suco de caju supre todas as necessidades diárias de vitamina C de uma pessoa adulta.
O suco apresenta ainda teores consideráveis de
açúcares redutores e minerais, principalmente o ferro.
Além de ser consumido ao natural, como fruta fresca, o pedúnculo pode ser utilizado na fabricação dos mais diversos tipos de doces e bebidas.
O suco fresco clarificado, engarrafado e cozido em banhomaria, dá origem à cajuína, bebida refrescante, não alcóolica, sem aditivos químicos incorporados e com açúcares do próprio suco, tendo um sabor e uma coloração semelhante ao suco de maçã clarificado e cantada em versos como uma bebida "cristalina produzida em Teresina".
O Piauí é o estado do Nordeste que mais produz cajuína. Estima-se que existem cerca de cem unidades nos
municípios produtores de caju do estado respondendo por mais da metade de toda a cajuína produzida no Brasil, cuja produção é de aproximadamente 10 milhões de garrafas anualmente.
Nas regiões produtoras de caju, principalmente nos estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, a cajuína é um produto muito apreciado pelo seu sabor bastante característico e pelo aspecto de uma bebida refrescante que deve ser consumida de preferência gelada.
Há um grande potencial de exploração de mercado desse
produto nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, principalmente na cidade de São Paulo e no Distrito Federal, onde há uma grande concentração de habitantes de origem nordestina.
Para que o registro junto ao INPI fosse deferido, o Sebrae no Piauí e outras entidades parceiras articularam ações de sensibilização, organização e capacitação dos produtores e um estudo sobre as características da cajuína e sua relação com o ecossistema da região produtora.
Atualmente, o Brasil possui diversas Indicações Geográficas, entre as quais se destacam o Vinho do Vale dos Vinhedos, o Café do Cerrado Mineiro, a Carne do Pampa Gaúcho, os Doces de Pelotas e a Cachaça de Parati.
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