quinta-feira, 2 de abril de 2015

Ovo de Páscoa ilegal? Denuncie e boicote!

Venda casada de brinquedos, publicidade abusiva para o público infantil e preços que vão muito além do chocolate invadem supermercados e geram mobilização de mães e organizações
  Idec e associações de proteção à criança, como Instituto Alana, e grupos de mães, como o Movimento Infância Livre de Consumismo (MILC), se uniram, nesta Páscoa, pelo combate à venda de “ovos ilegais” e pela disseminação de informação sobre o tema aos consumidores. Já não é de hoje que tradições festivas têm sido aproveitadas pelo mercado para o aumento de vendas de determinados produtos, como presentes no Natal e ovos de chocolate na Páscoa. “No entanto, a massiva publicidade voltada para o público infantil nessa época do ano, com abuso da utilização de apelos como personagens infantis e brindes - que acabam por se converter no atrativo principal do produto - tem estimulado um consumo excessivo com diversas implicações, seja de ordem social, ambiental, legal e até mesmo de saúde”, explica a advogada do Idec Livia Cattaruzzi.
 
É sabido que o público infantil é facilmente sugestionado e impressionado pelo uso de embalagens coloridas, brindes e personagens infantis em produtos, que, no caso dos ovos de Páscoa, acabam por persuadir a criança para o consumo excessivo deste itens, estimulando o consumismo e até mesmo a ingestão exagerada de doces - o que contribui para o aumento dos índices de obesidade infantil e outras doenças crônicas. No entendimento das associações que alertam para o problema, a prática apelativa e abusiva se aproveita da imaturidade de discernimento desse público e acaba por ferir regras contidas na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente e, ainda, na Resolução nº 163 do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e Adolescentes), que dispõe sobre publicidade abusiva direcionada ao público infantil. O problema da venda casada  - prática vedada pelo artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor - de brinquedos com ovos, que não podem ser vendidos separadamente, e cujo alto preço denota cobrança pelos brindes incluída no preço do produto, também se junta ao rol de irregularidades.
 
A campanha organizada pelo MILC e apoiada pelo Idec estimula consumidores a denunciarem todas essas práticas ilegais aos órgão competentes, como Procons, Ministério Público Estadual e Portal Consumidor.gov br. No site da campanha está disponível um modelo de denúncia e os contatos dos órgãos responsáveis. Todas as denúncias podem ser enviadas com cópia para o MILC que, em conjunto com o Idec e Instituto Alana, irão elaborar um dossiê sobre o caso. Clique aqui para ter acesso aos modelos de denúncia e aos canais de denúncia on-line dos órgãos competentes. 
 
“É importante que a população se manifeste contra esse tipo de prática de consumo que, além de ilegal, estimula uma volumosa distribuição de brindes e brinquedos de baixa qualidade, que são rapidamente descartados, gerando lixo e mau uso de recursos naturais. Não queremos mais receber estímulos para consumir dessa maneira, e muitas mães, pais e familiares já perceberam que isso é desnecessário” comenta Livia.
 
O que mais pode ser feito?
Além das denúncias, a campanha recomenda o boicote aos ovos de Páscoa com brindes e publicidade direcionada às crianças e que se dê preferência a ovos de Páscoa caseiros, sem personagens ou ainda de menor tamanho, sem brindes. Conversar com outros familiares da criança para que evitem presentear com esse tipo de produto também é uma das sugestões já posta em prática por grupos de mães preocupados com a questão.
 
Compartilhe em suas redes!
O Movimento Infância Livre de Consumismo lançou, no começo de março, uma campanha contra os ovos de Páscoa ilegais. Compartilhe os posts em suas redes para apoiar a mobilização e participe também da campanha online trocando sua foto de perfil nas redes sociais pelas mensagens de protesto da campanha.
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