quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O pretinho básico-Feijão, dono das tradições: representação identitária e consumo efetivo no Brasil (1973-2009)

“Para o povo, uma refeição sem feijão  é simples ato de enganar a fome, Não ha refeição sem feijão" 


Câmara Cascudo
O feijão continua sendo um alimento essencial no cotidiano do brasileiro? Se esse questionamento já lhe passou pela cabeça, vale a pena ler este trabalho!

A historiadora Adriana Salay Leme defendeu em 2015 sua dissertação que tem o feijão e o seu consumo no Brasil como protagonista. O trabalho, realizado sob orientação do prof. Dr. Henrique Carneiro no Programa de Pós-Graduação em História Social da USP, traz uma investigação cuidadosa, baseada em diferentes fontes, cujo resultado é apresentado em um texto denso, mas bastante objetivo e envolvente.

A pesquisadora traz uma leitura ampla do universo do consumo do feijão em nosso país, apresentando, dentre outros aspectos, esclarecimentos léxicos e botânicos relacionados ao termo feijão; discussões sobre a compreensão do imaginário nacional em torno do ingrediente e sobre o processo de identificação como alimento nacional; além da análise do consumo do feijão entre 1973 e 2009, tendo como pano de fundo as transformações dos hábitos alimentares dos brasileiros. 

O termo feijão não designa apenas uma variedade de alimento, é um complexo léxico e botânico que engloba diferentes espécies. Apesar de já ser consumido na Europa desde a Antiguidade e na América há milhares de anos, após a colonização ele recebe nas terras americanas uma importância no sistema alimentar fundamental que vai além do fato de ter se tornado, paulatinamente, essencial para o consumo da população. 
Ele também ganhou um lugar protagonista na construção da imagem da nação brasileira. Primeiro percorremos como se constituiu esse processo para que o feijão se tornasse fulcral para falar de alimentação no Brasil. Depois, este trabalho procurou entender a produção desta leguminosa entre os anos de 1973 e 2009, como o alimento da nação é efetivamente consumido neste período e o discurso adotado sobre ele. O recorte foi definido a partir das grandes pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa, o IBGE, documentação utilizada, que nos permitiu traçar um amplo espectro do sistema alimentar brasileiro.

Leia a Dissertação de Mestrado, da Adriana Salay (Catálogo USP)
Feijão, dono das tradições: representação identitária e consumo efetivo no Brasil (1973-2009)

Nenhum comentário:

Postar um comentário