quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Pequeno Dicionario da Cozinha Baiana

Verbete-Cozido na Ribeira-Tradição Geográfica 
A palavra Ribeira, vem do latim riparia, margem do rio, quem conhece a cidade da Bahia, sabe do bairro que estou falando. A Ribeira em Salvador  como no seu homônimo
Português, é um bairro simples e não possui grandes prédios, nem riqueza, mas tem um charme todo especial que o diferencia dos demais bairros da capital baiana.

Com seus casarões históricos e jeito de interior, o ar bucólico do bairro da Ribeira é banhado pela Baía de Todos os Santos e possui várias opções de diversão para os turistas e soteropolitanos. Em sua orla, existem diversos restaurantes e barzinhos, perfeitos para sentar, beber uma bebida gelada e degustar petiscos da culinária baiana. O pôr do sol da Ribeira é lindo e perfeito para relaxar e dos cartões postais de Salvador.

Além disso, é na Ribeira que fica a mais conhecida e tradicional Sorveteria de Salvador, uma das responsáveis pela fama do bairro. A sorveteria da Ribeira que foi aberta em 1931 recebe diariamente diversos turistas que se apaixonam pelos diferentes sabores de sorvete como o de tapioca, coco verde e mangaba. 

É considerado ponto turístico da capital baiana. Famosos e anônimos são clientes assíduos da sorveteria da Ribeira. O sorvete, os casarões e os barzinhos, além dos antigos costumes dos moradores de ficarem sentados em frente às casas no final do dia. Por estes e outros motivos, que a Ribeira é um bairro especial que merece ser visitado e não pode ficar de fora de seu roteiro em Salvador.

A Ribeira é bastante conhecida por causa da famosa Sorveteria da Ribeira, além do lindo pôr-do-sol e seus barzinhos. É na Ribeira, especificamente na Enseada dos Tainheiros, que ocorrem há muitos anos as disputas de remo, entre as antigas equipes do Itapagipe, Vitória,São Salvador e Santa Cruz.

Era ali naquele mesmo ponto que existia um hidroporto, em que antes da existência do aeroporto, desciam os aviões com políticos e artistas famosos em Salvador.

A Ribeira de Lisboa foi um antigo bairro da capital portuguesa, destruído pelos terramoto e maremoto de 1755. Nele se situavam os estaleiros navais principais do país, as antigas tercenas medievais depois modernamente chamadas Ribeiras das Naus, ou simplesmente Ribeiras, e nele foi construído a partir de 1498 o célebre Paço da Ribeira.

Outro grande palácio desta zona da cidade foi o Palácio Corte Real. Atualmente, subsistem em Lisboa naquela área apenas as designações toponímicas conotadas de Terreiro do Paço, e de Avenida da Ribeira das Naus, artéria onde se situa o Arsenal da Marinha.


Mas vou ao tema, a importância de de fazer enlaces sobre comida e espaços geográficos, em momentos onde a comida de rua, toma destaque em todos as manchetes de jornais, e que a tradição da boa comida, vem dando lugar ao embuste, alavancado por um marketing feroz, volto ao inicio, na Bahia, os bairros populares sempre foram espaços de entretenimento e muito boa comida. A Ribeira também tem muita historia nas festas populares, famosa foi um dia a "Segunda feira gorda da Ribeira" que surge, segundo alguns historiadores, como uma extensão da Festa do Senhor do Bonfim. Romeiros que participavam da festa na Colina Sagrada, no final dos festejos perambulavam pelos bairros vizinhos, estendendo o fim da festa profana até a segunda-feira. Aliás, antigamente a data era chamada de Segunda-Feira do Bonfim. 
Segunda Feira Gorda da Ribeira (festa popular de Salvador) registrada por Marcel Gautherot, em 1955. Fonte: blog do IMS – Instituto Moreira Sales
De caráter profano, a Festa da Ribeira, como também é conhecida é, de fato, uma continuação dos festejos do Bonfim. Na madrugada do domingo os barraqueiros migram com suas barracas para a Ribeira atraindo uma grande quantidade de pessoas Apesar de ser uma festa puramente profana, a Segunda-Feira Gorda da Ribeira acontece na data em que são iniciadas as celebrações em louvor à Nossa Senhora da Guia. Há alguns anos a festa era considerada a primeira prévia do Carnaval de Salvador, quando trios elétricos percorriam as ruas da região fazendo uma espécie de lançamento dos novos sucessos musicais. Hoje em dia não há mais trios, a música fica por conta das barracas e, principalmente dos grupos de samba de roda e partido alto. A festa, regada a muita cerveja tem como destaque gastronômico o famoso cozido, muito procurado pelos foliões que fazem a festa na Enseada dos Tainheiros.

A Tradição do Cozido às Segundas-Feiras no bairro da Ribeira 

Se você procura um ambiente descontraído, comida tradicional de qualidade e preço baixo, as segundas-feiras no bairro da Ribeira te esperam. O cozido, prato de origem portuguesa que se adaptou muito bem aos costumes brasileiros, é a atração que faz turistas e baianos lotarem a Ribeira nas segundas-feiras. 

Os bares, restaurantes e barracas da Avenida Beira Mar, palco desta tradição, têm intenso movimento, que começa na hora do almoço e vai até o início da noite, num dia teoricamente morno para a maioria do comércio.

Num ambiente agradável com música ao vivo ou som mecânico, geralmente samba ou arrocha, o cozido é servido com tudo que se tem direito: verduras, carnes e pirão saborosos. O tão elogiado cozido custa entre R$ 15 e R$ 20, com porções para 2 ou 4 pessoas e cada barraca vende em média entre 25 e 35 pratos às segundas-feiras. “Quando o movimento está bom, a gente chega a vender até 40 porções”, revela Márcia da Silva, garçonete do “Recanto do Boca”.

Uma porção média de cozido
A maioria dos fregueses acha o preço bom. Júnior, morador do Bomfim, vem ao local com freqüência e acredita que “tanto a cerveja quanto o cozido são bastante acessíveis”. Na região, a cerveja bem gelada, como fazem questão de frisar os barraqueiros, varia de R$ 3,00 a R$ 3,50.

O cozido da Ribeira é badalado mesmo no inverno, porém é mais freqüentado no verão, em virtude do sol e das férias. “Os dias de maior movimento são domingo e segunda e esse movimento vai aumentando conforme chega o verão”, revela Dona Angélica, barraqueira da praia da Ribeira há cerca de 15 anos.

Barraqueira da praia da Ribeira 
Os barraqueiros se orgulham do fato de vir gente de todos os cantos para comer o cozido. “Se eu trato o baiano legal, tenho que tratar o turista também”, afirma Dona Angélica. 

São frequentemente vistos turistas brasileiros e estrangeiros, além dos muitos soteropolitanos. Edna Bispo, por exemplo, enfrenta mais de uma hora de ônibus de Cajazeiras à Ribeira, cerca de 2 vezes por mês, só para comer o cozido: “É tão bom que vale a pena”, diz. Além do cozido, a praia de águas calmas, o frescobol e o futevôlei são outros atrativos do local. Tatiana, 26 anos, acredita que a boa comida, o movimento e a bela paisagem são responsáveis por atrair tanta gente. “Apesar de não tomar banho de praia, eu venho para curtir”, conta.

Os bares da região não vendem só o cozido, mas também pirão de aipim com carne do sol, frutos do mar e outros tira-gostos. “Quando o prato atrativo [cozido] acaba, os fregueses pedem os outros e também saem satisfeitos”, revela Leide, garçonete do “Recanto do Boca”.


Segundo Dona Maria José, barraqueira há 25 anos, a tradição começou de uma iniciativa dos comerciantes em aumentar o movimento da “Segunda-Feira Gorda da Ribeira”, festa tradicional que acontece na segunda após a lavagem do Bomfim. “Os barraqueiros começaram a fazer cozidos às segundas e isso se espalhou de boca em boca. Eu estou aqui há muito tempo. Sou do tempo em que não existiam nem barracas, nem freezers, tudo era um ‘cacete armado’, feito de lona”, diz.

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