8ª Festa do Licuri, que acontece neste fim de semana 12/7 no sertão da Bahia.
A festa é realizada pela Coopes, cooperativa que envolve dezenas de comunidades que extrativistas do coquinho licuri.
No semi-árido baiano é impossível não reconhecer de longe a palmeira do licuri (Syagrus coronata)
com o cacho carregado de frutos verdes. De porte imponente, são
conhecidas como as palmeiras solitárias da caatinga (ecossistema
característico de toda a região nordeste, do norte de Minas Gerais até o
sul de Pernambuco, atravessando os estados da Bahia, Sergipe e
Alagoas).
O licuri faz parte da dieta quotidiana local há muito tempo como já
registrado no Tratado Descritivo do Brasil publicado em 1587 pelo
pesquisador português Gabriel Soares de Sousa.
Na região do Piemonte da Diamantina, no coração da caatinga baiana,
entre janeiro e maio os cachos são cortados com facas ou foices e
acomodados dentro de um balaio e transportados na cabeça dos coletores
ou em cima de mulas. As mulheres se ocupam tanto da colheita como da
quebra do fruto, realizada sob a sombra de uma árvore rompendo a casca
com uma pedra.
O fruto do licuri tem uma camada de polpa - que atrai muito os
pássaros - e uma noz que dentro esconde uma castanha de sabor intenso
que recorda o coco.
Originalmente conhecido como ouricuri, aricuri, nicuri, alicuri e
coquinho-cabeçudo, tem um papel fundamental na economia local: para
muitas famílias representa a única fonte de renda.
Pode ser consumido verde ou maduro, fresco ou tostado. Do coco,
pode-se extrair o “leite” ou o óleo. As crianças fazem colares de licuri
que penduram no pescoço para ter um lanchinho nutritivo. O licuri é
ainda hoje um ingrediente fundamental de alguns pratos tradicionais da
Páscoa: o fruto é servido com peixe ou frango enquanto o leite de licuri
é usado na preparação do arroz.
A Fortaleza
Em 2005 nasce a Coopes (Cooperativa de Produção da Região do Piemonte
da Diamantina), com sede na cidade de Capim Grosso, que reúne os
coletores de licuri e estabelece regras da colheita à transformação do
fruto.
A cooperativa reúne 129 mulheres de 30 comunidades que se ocupam da
colheita, abertura do fruto e transformação em produtos diversos
(biscoitos, doces, leite, óleo de licuri e artesanato com a palha do
licuri).
Além de identificar oportunidades de mercado, se empenha em combater o
desmatamento da palmeira. Dela dependem diversas comunidades locais e a
sobrevivência de um dos pássaros mais belos da região em risco de
extinção: a arara azul, que se alimenta da polpa da fruta do licuri.
Há cinco anos, a Coopes organiza a festa do licuri, um evento sob as
palmeiras durante o qual são apresentados pratos típicos, é realizado um
concurso de quebra de castanha de licuri, música e dança.
A Fortaleza, em colaboração com a Coopes, promove o produto no
mercado local e nacional. Um dos primeiros passos do projeto será a
formação e sensibilização dos produtores e dos funcionários
administrativos da Coopes sobre a importância da palmeira de licuri.
Área de produção
Região de Piemonte da Diamantina, Bahia.
Os produtores
120 mulheres de 30 comunidades da Região do Piemonte da Diamantina
Referente da Fortaleza
Josenaide de Souza Alves
Tel. +55 74 36510225 - 91998569
naidemell@hotmail.com
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