segunda-feira, 27 de julho de 2015

Prato de Classe: alimentação e mobilidade social ascendente

“Um país se faz com homens, livros... e uma boa gastronomia”. Nacionalista, Lobato criticava a elite pretensamente afrancesada e esnobe, que fazia receitas com ingredientes brasileiros e as batizavam com termos franceses. Defensor implacável das raízes, o escritor achava isso
desprezível.
Somos meio parecidos com Lobato, neste sentido.
O termo "Sustança" provem do latim,  substantia, "algo que dá vigor, força". Pode também servir para descrever algo substancioso, faustoso, pomposo e magnífico. 
É um termo normalmente relacionado com o mundo da gastronomia, que serve para descrever um prato com forte conteúdo, consistência e com elevado valor nutritivo.
E nisso toda a cozinha Nordestina, esta impregnada de sabores fortes, o que pode ser um determinante social.

Neste sentido o trabalho de Juliana Abonizio e Maria Luisa Jimenez Jimenez,  Prato de Classe: alimentação e mobilidade social ascendente, tenta compreender  a relação entre mobilidade social ascendente e transformação nos hábitos de consumo alimentar, desvendando como a cozinha sujeita-se aos imperativos da moda, a partir da adoção de determinados pratos, dietas e utensílios que garantem a significação de pertencimento dessa nova condição social e, essas ações, também atuam como ritual de afastamento da antiga. 
Deste modo, compreendemos que a comida é um indicador social que liga as pessoas às classes que pertencem ou desejam pertencer.
Um trabalho bacana e esclarecedor num pais que valoriza pouco ou quase nada a relação cultura/culinária popular.

Um comentário:

  1. Olá, que bom que gostou do nosso trabalho. Pesquisar comida ajuda muito a entender a cultura e suas transformações.

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