terça-feira, 14 de julho de 2015

Carl Friedrich Philipp von Martius

"Nenhum conhecimento seguro explica onde o aborígene brasileiro as encontrou, nem quando e como, pela primeira vez, delas se utilizou. São mais ou menos cuidadosamente cultivadas por toda parte, quando muito encontradas em estado rústico aqui e ali, mas nunca e em parte alguma em estado silvestre.
A respeito dessas plantas devemos admitir que vieram do Paraíso, tal qual as plantas úteis européias ou, se esta expressão causar escândalo, que foram pouco a pouco espalhadas pelos aborígenes da América, depois de trazidas das regiões onde outrora se achavam domiciliados os 
primitivos povos americanos, em estado da mais elevada moral e cultura; e onde em colossais obras arquitetônicas, deixaram os vestígios parciais de uma civilização atualmente extinta."



Médico, botânico, antropólogo e um dos mais importantes pesquisadores alemães que estudaram o Brasil, especialmente a região da Amazônia, Carl Friedrich Philipp Von Martius, foi um pesquisador alemão que, a convite da coroa austríaca, a quem por meio do casamento da princesa D Leopoldina, unia-se à casa de Portugal, esteve durante mais de dez anos viajando pelo Brasil, em especial pela região amazônica. 

Médico, antropólgo e botânico, deixou um importante legado principalmente neste último campo, onde diversas espécies desconhecidas, foram por ele reveladas e catalogadas. 

Submeteu ao crivo de seu método científico as práticas indígenas no uso de plantas medicinais e observou que os índios não se utilizavam de todas as potencialidades daquelas, por desconhecimento. Muitas das plantas brasileiras eram por eles ignoradas e algumas tinham propriedades bastante similares a alguns espécimes europeus. 


Von Martius foi o pesquisador mais empenhado em combater e inverter o mito do “bom selvagem”, pois acreditava que os índios brasileiros eram degenerados, degradados de alguma sociedade mais evoluída e que com o passar dos anos, foram perdendo tal ancestralidade, tendo regredido no tempo, voltando às praticas primitivas. 

Como pesquisador estrangeiro, acreditava em uma história linear, evolucionista. Seu olhar refletia os muitos conceitos comuns às pessoas de seu tempo. Eram os tais conceitos eugênicos, em que a superioridade cientificamente comprovada de uma raça sobre a outra vinha a justificar o papel do colonizador.

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