domingo, 5 de julho de 2015

MPF pede banimento de oito princípios ativos de agrotóxicos, mas Justiça só tira dois do mercado

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Produzidos sem agrotóxicos, alimentos orgânicos buscam mais espaço na mesa do consumidor
O Ministério Público Federal de Brasília (MPF/DF) solicitou o banimento de oito ingredientes ativos usados na fabricação de agrotóxicos, venenos usados em todo território nacional.
Porém, a Justiça Federal só acatou parte deste pedido, determinando o banimento de dois ingredientes ativos, o forato e a parationa metílica.
 
A  Justiça também decidiu determinar a reavaliação dos outros seis: o glifosato, lactofen, carbofurano, abamectina, thiran e paraquate.  O prazo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para conclusão desta reavaliação é de até 90 dias.
 
A ação civil pública proposta pela Procuradoria da República no Distrito Federal, em março de 2014, pedia o banimento de oito ingredientes ativos, que segundo estudos técnicos podem causar doenças graves, como o câncer. 
 
A decisão judicial, assinada pela juíza Luciana Raquel Tolentino, considerou uma manifestação do MPF protocolada em abril deste ano, com o objetivo de reforçar o pedido de tutela antecipada - negado em 2014 - com o propósito de banir os ingredientes e suspender o registro de novos produtos.
 
Espírito Santo
 No Espírito Santo os venenos agrícolas matam 1.000 pessoas por ano. Contra o enorme uso de venenos agrícolas no Estado se levantam agricultores como os ligados ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e de entidades que representam os produtores orgânicos. Uma das bandeiras do MPA é a produção agroecológica. Para preservar a terra e a saúde dos agricultores, e também dos consumidores.
 
Atualmente, no Espírito Santo, já são 320 famílias que produzem os alimentos que vendem sem nenhum tipo de agrotóxicos, com certificação de suas propriedades. Outros 300 agricultores aproximadamente estão certificando suas terras como orgânicas.
 
A destruição produzida pelos agrotóxicos não tem tamanho. Empresas transnacionais, como a Monsanto, lucram bilhões de dólares em todo o mundo, destruindo a  terra e as pessoas. Tornaram o Brasil o paraíso dos venenos agrícolas, e o Espírito Santo um dos líderes no seu uso (é campeão no uso dos herbicidas).
 
 
 (Texto com a colaboração da Comunicação MPA  e informações da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos em Defesa da Vida).

Produzidos sem agrotóxicos, alimentos orgânicos buscam mais espaço na mesa do consumidor

Assistência técnica escassa e preço maior na hora da venda são os principais desafios do setor

Por: Joana Colussi
Com compromisso diário de observar a lavoura e formular receitas para conter pragas, produtores ecológicos mantém viva uma agricultura onde os químicos ainda passam longe dos alimentos. 
Nas lavouras gaúchas — a maioria nas regiões Metropolitana, Sul e Litoral —, hortaliças, frutas e grãos são cultivados sem nenhum agrotóxico, fertilizante sintético ou variedade transgênica.
Embora ainda tímido, ocupando 1 milhão de hectares no país (0,3% da área agrícola), o cultivo de orgânicos atende um mercado cativo e fiel: classe média-alta e compradores que ditam o consumo como forma de inspirar uma transformação nos hábitos alimentares da sociedade.
No Estado, são quase mil agricultores ecológicos que priorizam técnicas naturais ao produzir alimentos. Sem tecnologia química ou transgênica para conter o ataque de doenças e potencializar o desenvolvimento das plantas, enfrentam risco maior, têm menor escala e gastam mais com mão de obra.
O custo mais alto explica o preço em média 40% superior dos alimentos orgânicos nas prateleiras, de acordo com dados da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). Alguns produtos, como o tomate, custam até o dobro do preço.
 
Não conseguimos produzir grandes quantidades. Por isso, precisamos compensar com um valor maior na hora da venda. Somos um grupo pequeno, mas consciente do que produzimos. O dia que tivermos quantidade, o consumidor terá um preço menor — explica Janir Vigolo, presidente da Cooperativa de Agricultores Ecologistas de Antônio Prado e Ipê, uma das pioneiras no Estado a produzir orgânicos.

 

 

 

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