Entre os anos de 2002 e 2012, aumento na venda foi de 155%. São Paulo lidera ranking dos estados onde comercialização é maior.
O IBGE divulgou sexta-feira ultima dia(19) um relatório sobre o chamado desenvolvimento sustentável.
É um estudo que considera não só a atividade econômica, mas também as questões ambientais. E esse documento traz um alerta: a venda de agrotóxicos no Brasil cresce em ritmo acelerado.Nunca se usou tanto agrotóxico nas lavouras brasileiras.
De acordo com o IBGE, a utilização de produtos químicos para o controle de pragas, doenças e ervas daninhas mais que dobrou em dez anos.Entre 2002 e 2012, a comercialização de agrotóxicos no país passou de quase três quilos por hectare para sete quilos por hectare. Um aumento de 155%.
São Paulo lidera o ranking dos estados onde a venda de agrotóxicos é maior, seguido de Goiás e Minas Gerais. Para o pesquisador da Unicamp o aumento é preocupante.“Se você tem um uso maior do que o recomendado, você tem uma contaminação ambiental maior, você tem o risco de uma contaminação ambiental maior”, afirma Antônio Bliska Junior, pesquisador da Unicamp.
Os fabricantes recomendam que se siga à risca as recomendações de uso para que o veneno ataque apenas as espécies que ameaçam as plantações.Além do aumento do uso de agrotóxicos sobre os alimentos, o IBGE também avaliou os diferentes tipos de venenos pulverizados sobre as lavouras.
A maioria dos produtos foi considerada perigosa para a saúde e ao meio ambiente. E quase 30% dos agrotóxicos foram classificados como muito perigosos.
A questão é que para a maior parte dos brasileiros essas informações são desconhecidas na hora de ir às compras.“Como eu tenho restaurante a preocupação é muito grande, porque não vem escrito onde tem onde não tem”, diz a dona de restaurante Laura Martins,O produtor Marcelo Mantenário diz que também falta informação no campo.
“O produtor não tem interesse nenhum em usar veneno indiscriminadamente. Mas muitas vezes ele não tem uma assistência técnica no campo e ele vai na loja e compra o que o cara da loja receita”, conta Marcelo Mantenário, presidente da Associação de Orgânicos de Teresópolis.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária disse que acompanha a situação, e que pode reavaliar o registro de agrotóxicos se surgirem indícios de riscos para a população, ou se receber algum alerta de organizações internacionais.O Ministério da Agricultura declarou que fiscaliza o comércio e o uso de agrotóxicos de forma rigorosa.
O Jornal Nacional perguntou ao Ministério sobre a falta de informações para consumidores e agricultores, como foi mostrado na reportagem. O Ministério da Agricultura informou que as informações estão publicadas na internet.
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