Parecem palavras batidas, mas pouco nos damos conta que o passado nos da armas suficientes para elaborar um futuro mais planejado e produtivo. Isso também acontece na gastronomia, um setor que gera riqueza e forma cidadãos, capacita e transmite uma relação de pertencimento com a sua cultura.
Estas áreas "são a chave para aumentarmos a produtividade e dinamismo do setor, para competirmos pela excelência e não pelos baixos custos".
Comida é um grande negócio
Os hábitos, facilidades e preocupações da vida
moderna fazem do setor alimentício um mercado com
grande potencial de crescimento e desenvolvimento
tecnológico. Nunca se falou tanto em comida como nos últimos tempos. Não que ela não fosse lembrada e não tivesse um papel importantíssimo na sobrevivência anteriormente. Mas a vida moderna trouxe consigo preocupações e hábitos diferentes. Há algumas décadas ninguém poderia imaginar que seria possível comprar feijão em lata, por exemplo. Ou ter à disposição uma refeição prontinha no congelador. Ou, ainda, que não estamos longe de ter no próprio celular a possibilidade de verificar diversas características dos produtos nas prateleiras.
Modernidade à parte, a alimentação vem ganhando status.
A preocupação com a qualidade de vida, saúde e boa forma física vem colocando a comida no centro das atenções. Isso é bom, mas, como tudo, tem seus exageros, alguns com nomes esquisitos, como a ortorexia nervosa, um distúrbio de comportamento caracterizado pela extrema preocupação em não ingerir alimentos que fazem mal à saúde.
Mas o lado bom de toda essa cadeia crescente no ramo da alimentação é o desenvolvimento de novas tecnologias, pesquisas e informações que oferecem muito mais do que o simples prazer de comer. Por causa de todo esse avanço, o setor de alimentos se tornou um gigante, formado por uma infinidade de segmentos.
A cadeia produtiva vai desde o cultivo do alimento até sua industrialização e comercialização, passando pelo processo de embalagem e transporte, além do desenvolvimento de tecnologias para máquinas e equipamentos. Situação vantajosa para o Brasil, já que, dentro dessa perspectiva mundial, o País –com 80% de suas terras agriculturáveis – é visto pelos especialistas como importante fonte de alimentos para boa parte do planeta.
Lado social
Como se vê, comida tem para todos os gostos e preços. E para quem não tem dinheiro suficiente? O lado social da alimentação ainda é um dos calos da civilização moderna. O governo brasileiro lançou recentemente a campanha “Alimentação - Direito de Todos”, propondo a inclusão da alimentação entre os direitos de todos os brasileiros garantidos pela Constituição. São movimentos extremamente importantes, mas ainda longe de garantir a comida na mesa de cada cidadão todos os dias. “Essa questão tem implicações das mais amplas possíveis. Um pico de elevação nos preços dos alimentos no mundo leva a problemas graves. A África, por exemplo, é uma região pobre, com tensões sociais e políticas muito fortes e, quando há uma crise alimentícia, muita gente passa fome, exacerbando esses conflitos”, relata Amorim, que visitou o continente africano recentemente.
Oportunidades
Basta olhar rapidamente a movimentação do mercado para se perceber que comida é mesmo um ótimo negócio. Está entre as necessidades mundiais que vão se ampliar cada vez mais, com o crescimento populacional. Quem estiver atento às oportunidades terá muitos motivos para comemorar, especialmente no Brasil. “Somos disparado o lugar com mais área disponível para plantar e ainda temos a maior reserva de água doce do planeta, o que nos coloca, estrategicamente, como o celeiro do mundo”, considera o economista. Sem contar as grandes empresas que o país tem no setor, como a Friboi, líder em exportação no setor de carnes, e a Brasil Foods, fusão da Sadia e Perdigão, duas gigantes do segmento de aves. E ele reforça: “Nessa nova ordem econômica global, a posição do Brasil está se fortalecendo. E a indústria de alimentos ganha uma importância colossal, tanto em termos de oportunidades de negócios quanto nos impactos positivos no restante da economia brasileira”. A carne, aliás, é um dos segmentos que mais refletem o aumento da renda do consumidor. O impacto é tão grande que gera produção maior também no setor de ração, milho e soja. O Brasil já se destaca como grande exportador de soja para a China, por exemplo, além de ser considerado também maior exportador mundial de açúcar. Falando em grãos, outro segmento que vem crescendo é a chamada agricultura orgânica. Ela está inserida no que muitos chamam de “consumo verde”, que inclui o uso de sacolas retornáveis, a escolha de produtos com menos embalagens e o cuidado no preparo dos alimentos, entre outros itens. Segundo especialistas, ainda que seja um nicho de mercado – por ter um preço diferenciado –, a agricultura orgânica vai crescer mais do que o setor de alimentos como um todo.
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