sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O Rei do Pernil, um dos remanescentes da presença Galega na região do Comercio em Salvador, mantem a tradição da comida simples e do delicioso Sanduíche de pernil.

Sanduíche de Pernil no Bairro do Comercio, em Salvador, atesta a relação próxima entre a Baianos e a Galegos.
Sanduíche e o verdadeiro Pernil do Manolo
Casa fundada pelo espanhol Manuel Perez Rajo, o Manolo, o Rei do Pernil, onde a a base dos sanduíches é sempre a mesma: pernil e pão francês. Na Bahia, diz-se que 89% dos descendentes de espanhois são oriundos da Galícia, portanto, pensar em Bahia em termos de Espanha é pensar em Bahia e Galiza. Existem alguns centros de preservação da cultura galega na Bahia, no entanto, fora o sobrenome, não sei até que ponto os seus descendentes tem uma noção de pertencer a um grupo cultural que aqui chegou na segunda metade do século XIX e que com muito esforço conseguiram fixar-se. 


Acredito que os descendentes de galegos da Bahia não tenham muito conhecimento sobre a história dos galegos na Bahia, isto é, de sua própria história (e de tantas outras, pois somos resultado do entrecruzamento de várias histórias). Ao se falar em cultura espanhola, muitos se referem ao flamenco, à língua castelhana, ao toureiro, enfim elementos que ficaram universalmente conhecidos como representações da nação espanhola. A Galícia tem uma autonomia cultural e linguística que a distingue de outras comunidades. 


Andrea e Fernando Peleteiro, tradição do Delicioso Sanduíche de Pernil
A comunidade de galegos fixados em Salvador a partir do movimento imigratório espanhol que se intensificou entre 1873 e 1965. Provocado pelo desenvolvimento industrial tardio da Espanha e por problemas econômicos decorrentes da manutenção de uma estrutura fundiária arcaica, aproximadamente 13 mil espanhóis imigraram para a cidade. Atualmente a Bahia possui a terceira maior colônia espanhola do Brasil proveniente principalmente de Galícia. Os imigrantes enfrentaram barreiras para viver numa sociedade ocidental e multicultural onde as diferenças econômicas, culturais e linguísticas discriminavam o “outro”. Mas, os imigrantes prosperaram em diversos setores de atividade econômica no estado da Bahia. Os produtos alimentícios superaram os de sapataria, alfaiataria, hospedagem e ourivesaria. 
O grupo se autodefendia concentrando o comércio mercantil num único lugar como forma de proteção: as imediações do atual Mercado Modelo, próximo às docas, onde as mercadorias eram escoadas pelos navios provenientes de diversos lugares. As firmas celebravam transações nos ramos de atacado e varejo numa escala progressiva que impulsionava o desenvolvimento da cidade baixa. 

A cidade do Salvador tem como uma de suas mais proeminentes características o fato de ser um local de múltiplas referências socioculturais que se expressam de maneira muito intensa através das formas de produção e apropriação dos seus espaços, pela atuação dos vários agentes que desempenharam e/ou desempenham importante papel na configuração socioespacial da cidade. No seio da sociedade civil, vários foram os agentes que deram forma à cidade do Salvador, cada qual criando e alterando os espaços segundo uma lógica particular; concomitantemente, dava-se a sua apropriação. Como resultado da presença portuguesa no atual Centro Histórico, aponta-se o patrimônio arquitetônico. 

Para além dos primeiros colonizadores, Salvador, por ser multicultural, tem abrigado outros grupos com poder de interferência sobre os seus espaços intra-urbanos. Os imigrantes galegos são um desses, apesar de estabelecidos na cidade em período posterior e do menor número, se comparados a portugueses e africanos.  a comunidade galega é um elemento cultural incorporado ao cotidiano soteropolitano e, assim como os demais, mantém relações e práticas sociais. Isto posto, torna-se pertinente afirmar que, a partir da perspectiva da Geografia Histórica, dá-se a existência de uma articulação voltada a moldar uma dimensão espacial do grupo, produzida na forma de territorialidade ou mesmo com o investimento em construção de objetos que, agregados à paisagem urbana, denotam a presença da galeguidade em Salvador. 


Este post visa promover o papel desempenhado pela comunidade de imigrantes galegos de Salvador, como agentes de transformações espaciais nos espaços intra-urbanos da cidade, no transcorrer dos anos de 1853, data da assinatura do decreto real espanhol que tornou legal a emigração naquele país, cerca de 30 anos antes do registro de entrada dos primeiros galegos em Salvador, e 2000, com a inauguração do monumento Cruzeiro Galego, na orla da cidade, em homenagem à presença do grupo na capital baiana. 
A inclusão social plena, as espacialidades individuais e as marcas recentes da presença galega em Salvador (1945-2000) Em meados do século XX, viviam-se as incertezas e as esperanças do pós-guerra e as relações entre países ganhariam outros contornos com a vitória das forças aliadas. No âmbito internacional, o período define dois momentos significativos para a economia européia, com resultados distintos. No contexto espanhol, a neutralidade na Segunda Guerra Mundial colocou o país em marginalidade frente ao Plano Marshall; em contrapartida, o seu ingresso na União Européia, em 1986, veio por trazer um incremento substancial à economia. A nova realidade, além de confirmar as previsões de estancamento do fluxo emigratório, transformou a Espanha em país receptor de populações em movimento, inclusive de contingentes do Brasil.  No final do século XIX, o litoral do bairro do Comércio de Salvador, área do porto da.
O Rei do Pernil, foi inaugurado em 1930, por Manuel Perez Rajo, o Manolo, hoje é tocado pelos herdeiros do fundador, Andreia e Fernando Peleteiro. O lugar é simples, e os patos também. Com seus mais de 70 anos de sucesso, prepara as mais variadas versões de sanduíches de pernil. A lanchonete também oferece ao cliente a opção de levar pedaços ou peças da carne para casa.


Na casa octogenária fundada pelo espanhol Manuel Perez Rajo, o Manolo, a base dos sanduíches é sempre a mesma: pernil e pão francês. O que varia são os complementos: com queijo lanche, a versão mais pedida, a receita custa R$ 6,50. O preço sobe para R$ 10,00 se levar queijo, presunto, salame e mortadela. Refrescos de frutas da estação, como cajá, acerola e goiaba (R$ 2,00, 500 mililitros) ficam prontos, sobre o balcão. Feitos na hora, há sucos de morango, laranja ou lima (R$ 5,50, 500 mililitros).
Outro importante restaurante que esta localizado no entorno, é o O Colon Restaurante e Choperia funciona desde 1914 e na época ocupava o térreo e o 1º andar. É sensacional. Mostra aspectos do cotidiano de uma época.

Horário de funcionamento: De segunda a Sexta, das 6hs/18hs. Sábados das 6hs/18hs.


O Rei do Pernil: Rua Conselheiro Saraiva 32, Comércio - Salvador , 40015-100 
Telefone(s): (71) 3242-8270

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