quinta-feira, 11 de junho de 2015

A Doçaria num Receituário Conventual Masculino O Caderno do Refeitório de 1743

Os conventos Portuguese, nos seculos 18 e 19 eram verdadeiros instituições provedoras de alimentos e  banquetes, onde o que menos importava era o pecado da Gula, muito próximo dos festejos da cultura romana.

“Os conventos foram verdadeiros ‘templos da doçaria’. 

Esta atividade era assaz disputada, já que concedia estatuto à casa monástica. 
As receitas eram de tal forma preciosas que cada convento tentava esconder os seus segredos, a fim de obter a primazia do seu requintado produto final junto do poder” 

 http://lifestyle.sapo.pt/sabores/noticias-sabores/artigos/historias-da-docaria-conventual-de-coimbra

Neste trabalho minuciosos de pesquisa da Isabel M. R. Mendes Drumond Braga, A Doçaria num Receituário Conventual Masculino O Caderno do Refeitório de 1743, podemos constatar uma enormidade de inter-relações, e fundos falsos, típicos das religiões mais dogmáticas.
Em nome de dadivas e óbulos aos pobres, existia toda uma empresa de produção de doces, salgados e iguarias, onde não só freiras descalças estavam envolvidas,

Em nome de Santos e suas comemorações, comia-se e bebia-se demasiado, vendiam-se iguarias, para cada qualidade de Santo um acepipe tipico, o que variava de região e ordem monástica.

O consumo quotidiano de monjas, freiras, monges e frades deveria obedecer à regra de cada ordem religiosa e ter em conta as variações de acordo com os dias de carne e os de peixe, isto sem contar na proximidade existente entre freiras, monges e doceiros mais especializados.
http://acozinhadomanel.blogs.sapo.pt/

Finalmente o autor, nos faz algumas perguntas que nos deixa com mais duvidas e buscas de respostas:
 Em até que ponto os doces conventuais foram criados nesse âmbito ou foram levadas para os cenóbios por freiras, monjas
e criadas ou frades, monges e criados? Atendendo a que os ingredientes e as técnicas culinárias utilizados nas casas religiosas eram conhecidos nos espaços de leigos, mormente entre os confeiteiros, cujos regimentos eram claros acerca das exigências para se obter carta, como se explica o furor, muitas vezes desmedido, da designação conventual aplicada a tantas e tão desvairadas receitas?
É certo que o clero regular e, muito particularmente o feminino, tinha tempo  para a culinária e é admissível que muitos, ou pelo menos alguns elementos, apreciassem a preparação de doçaria. Porém, não terão sido as ofertas e a comercialização dos doces os principais responsáveis pela exaltação da designação



http://www.uminho.pt/uploads/eventos/EV_8652/20140506510930461250.pdf

Veja o trabalho no Sigulink https://www.academia.edu/8466241/




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