sábado, 18 de abril de 2015

Muito a Comemorar!

Casa da Pimenta Baniwa faz seu primeiro aniversario. 
Inauguraram uma segunda casa, desta vez em Ucuqui Cachoeira e avançam para consolidar uma Rede de Casas da Pimenta Baniwa do Alto Rio Negro, no noroeste amazônico no Alto Rio Aiari (AM)
Casa da Pimenta está localizada na comunidade de Ucuqui Cachoeira, em território dos Baniwa Hohodene, ampliando os benefícios socioambientais do projeto para uma das regiões mais isoladas do território de ocupação baniwa no Brasil. 

A primeira casa, na comunidade de Tunui Cachoeira, em território dos Baniwa Dzawinai, já articula a produção de cerca de 60 famílias de 11 comunidades do Médio Rio Içana. A nova pretende dobrar este número e, com isso, ampliar a capacidade de atenção ao crescente mercado que a pimenta vem conquistando em diversas localidades do Brasil.

A Rede de Casas da Pimenta é um ideal que vem sendo perseguido pelos Baniwa e vai ampliair os benefícios socioambientais ao seu vasto e diverso território de ocupação - 93 comunidades em cerca de 3milhões de hectares, somente do lado brasileiro. 

Os Baniwa, que também estão na Colômbia e Venezuela, se organizam em pelo menos quatro divisões internas, chamadas fratrias (Dzawinai, Walipere-dakenai, Hohodene e Curipaco) e duas dezenas de clãs, que estão ancoradas em seus macroterritórios ancestrais. 


A inauguração transcorreu durante uma festa de três dias organizada pela comunidade de Ucuqui Cachoeira e recebeu visitantes de várias comunidades do Médio e Alto Aiari, parentes Baniwa, Wanano e Cubeo que vivem do lado colombiano, e uma comitiva de parceiros que partiu do município de São Gabriel da Cachoeira e foi composta pelo ISA, Foirn, Oibi e Instituto ATÁ. A comitiva também foi integrada por representantes do Exército Brasileiro, que subiram o rio a convite da comunidade de Ucuqui Cachoeira e disponibilizaram a embarcação onde viajaram todos os visitantes.


Na volta a São Gabriel, o Instituto ATÁ, representado pelo chef Alex Atala, anunciou doação de recursos ao projeto, equivalente ao necessário para construir duas novas Casas da Pimenta.


Os Baniwa vivem na fronteira do Brasil com a Colômbia e Venezuela, em aldeias localizadas às margens do Rio Içana e seus afluentes Cuiari, Aiairi e Cubate, além de comunidades no Alto Rio Negro/Guainía e nos centros urbanos de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel e Barcelos (AM). Já os Kuripako, que falam um dialeto da língua baniwa, vivem na Colômbia e no Alto Içana (Brasil).

Ambas etnias aparentadas são exímias na confecção de cestaria de arumã, cuja arte milenar lhes foi ensinada pelos heróis criadores e que hoje vem sendo comercializada com o mercado brasileiro. Recentemente, têm ainda se destacado pela participação ativa no movimento indígena da região. Esta corresponde a um complexo cultural de 22 etnias indígenas diferentes, mas articuladas em uma rede de trocas e em grande medida identificadas no que diz respeito à organização social, cultura material e visão de mundo.


http://pib.socioambiental.org/pt/povo/baniwa

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