domingo, 5 de abril de 2015

Uma Casa Portuguesa com Certeza, mas com Jeitinho bem Baiano!

Vão-se tantos anos que as irmãs 
Maria João e Mônica Morais, chegaram a Salvador da Bahia, mas conservam o um cheirinho à alecrim, um cacho de uvas doiradas, duas rosas num jardim.
                                                                              
Elas tem uma energia contagiante e embora a casa já seja um sucesso, inovar e preciso e elas não nos furtam de beleza com sua nova marca aqui no Loko em primeira m
ão

Mudar é verbo
que se conjuga no plural, muitas outras novidades estão programadas para o De Além Mar, este ano, novidades que não ficam nos doces, mas enquanto elas não chegam, preparamos um Bate&Leva com as Gajas. 


Num mundo onde tudo se desfaz ao simples tocar, onde nada permanece, é muito bacana ver gente que inova e permanece no mercado, diversificando, criando e atraindo mais pessoas, o mais importante disso tudo, é o profissionalismo, que imprime um exemplo, aos mais jovens, isso sim tem muita importância.

Bate&Leva 

> Si pudesse sentar a mesa com Maria João e Mônica, o que lhes perguntaria?
> R. Por que dar um giro 370
° na vida e criar a De Além Mar?

> Falem um pouco das criações do De Além Mar?
> R. Somos portuguesas, e portugueses são tradicionais. Gostamos de oferecer produtos, sejam doces ou salgados, totalmente fiéis às receitas originais. Algumas estão na família há gerações. 

Mas aí vem a "inventividade" adquirida dos anos de Brasil, e acabamos transformando ou criando produtos. A arrufada, um pão adocicado, ganha recheio de alheira, um embutido onde impera o ácido e o defumado, acompanhada de cebola caramelizada. A feijoada de mariscos virou sopa.  O bacalhau originalmente cozido agora é confitado. Os doces conventuais ganham versões em outros sabores. E até o pastel de nata ganha recheios variados. A inspiração e a cultura dão o tom.

> Acha que o mercado cresceu e as pessoas estão

mais conscientes em termos do que é uma boa alimentação?
> R. A comida alcançou status de astro. Ganhou páginas de livros e revistas. Chegou às telas de TV e cinema. E lógico, mais e mais pessoas se interessam por experiências gastronômicas e têm acesso à informação.

 Aí vem o impasse. Muitos hoje sabem o que é uma comida de qualidade, seja na técnica e sabor, seja nos aspectos nutricionais. Mas a vida corrida e a massificação da mídia ainda estimulam muito o fast food, a comida industrializada, o sabor e aparência plásticos, o excesso de sal, açúcar e conservantes, sem qualquer qualidade.
> É. Acho que ainda temos um longo caminho a percorrer...

> O que acha da expansão da gastronomia em Salvador, ela existe?
> R. A gastronomia em Salvador está em crescimento, sem dúvida. Grandes restaurantes buscando profissionais qualificados, pequenos se empenhando em sobreviver e crescer com inovação, feiras gastronômicas e food trucks em moda, dezenas de estudantes em cursos de gastronomia... Esperemos agora que as docerias sigam o mesmo caminho, se renovem e invistam em ingredientes de qualidade.
         


> Muita gente ainda não sabe ou nem da importância da cultura da culinária, o que vocês acham do tema?
> R. Comida é uma das maiores expressões da cultura, independente da moda do #eucomocultura. Sempre foi, antes mesmo que alguém pudesse pensar no tema.

Povos não sobreviveram apenas comendo o que coletavam na natureza. Identificaram sabores, transformaram através do fogo, aprenderam a produzir, misturaram, e principalmente, fizeram escolhas com base em experiências, sensações e preferências. Transmitiram aprendizados e tradições através da comida. 
Nada diferente do que fazemos hoje ao escolher um restaurante ou um prato em detrimento de outro, seja pelo sabor, seja pelas expectativas, seja por memórias afetivas.

> O que faz brilhar os olhos no trabalho de vocês?
> R. Quando um pastel de nata sai com as as folhas da massa perfeitamente separadas e douradas, o recheio cremoso e brilhante, e queimado na medida certa. Quando um português ou descendente olha enternecido para os quadros com imagens de Portugal que mantemos na loja, e suspira ao dar a primeira mordida em qualquer um de nossos produtos. Ou o momento entre apresentar o prato ao cliente, e às vezes ouvir ainda retornando à cozinha os comentários.


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