quarta-feira, 13 de maio de 2015

“Açúcar – Uma doce sociologia” do sociólogo Gilberto Freyre (1900 – 1987) Bolo Cremosos de Aipim

Bolo Cremosos de Aipim 


“Açúcar – Uma doce sociologia” do sociólogo Gilberto Freyre (1900 – 1987) é uma viagem na história do Brasil adocicada por receitas de bolos e doces que moldaram o modo de ser do povo brasileiro.

Um relato de como o açúcar projetou o Brasil ao mundo no século XVI. O produto logo se sobrepôs em importância à madeira de tinta, que deu nome ao País. Segundo Freyre, “no açúcar estava uma fonte de riqueza quase igual ao ouro”.

E desse ouro misturado a influências indígenas, africanas, mas sobretudo portuguesa, nasceu a estima (e eventualmente abusos) do brasileiro por doces. Nas palavras do sociólogo: “Esse gosto de doce é, para outros paladares europeus – nórdicos, boreais, mediterrâneos, greco-romanos, calvinistas, clássicos – extremamente doce”. Mas como não ser, se o canavial estava ao lado da casa-grande? Se as frutas tropicais estavam ao lado dos canaviais? Se a macaxeira, o inhame brotavam nos fundos da casa?

Para Freyre, “sem açúcar – seja do mais refinado ao mascavo, ao bruto ou da rapadura – não se compreende o homem do Nordeste”.  O regionalismo que talvez gere estranheza no Brasil de hoje com a cana geograficamente espalhada faz sentido naquela época. Por sinal, a chegada da cultura ao País é atribuída a Duarte Coelho Pereira, o primeiro a receber uma capitania da Coroa Portuguesa em 1535.

As terras em questão compreendem hoje os Estados de Pernambuco e Alagoas.  No entanto, registros da alfândega de Lisboa apontam pagamentos pelo açúcar produzido em Pernambuco em 1526. Embora naquela época tenha se produzido açúcar em outras localidades, como em São Vicente (SP), a pujança do ciclo da cana se deu em Pernambuco.
“Mas tudo condicionado pela realidade tremenda da escravidão. Sem a escravidão não se explica o desenvolvimento, no Brasil, de uma arte de doce (…) tão cheia de complicações e até sutilezas e exigindo tanto vagar, tanto lazer, tanta demora (…)”, argumenta Freyre. Essa arte do doce descrita pelo sociólogo pode ser conferida no livro. Entre tantas receitas, bolos com muitos ovos, herança dos lusitanos, doces com macaxeira e inhame, fruto da influência indígena e mingaus, compotas e cocadas, oriundos dos costumes africanos.


Bolo Cremosos de Aipim


Ingredientes

  • 1 kg de aipim sem casca picado
  • 3 ovos
  • 200 ml de leite de coco fresco
  • 100 g de coco ralado
  • 2 colheres de manteiga
  • 3 xícaras de açúcar
  • 2 copos tipo requeijão de leite
Modo de Preparo
  • No liquidificador, bata o aipim cru, picado com os ovos, a manteiga, o leite de coco e o leite                          
  • Coloque em uma tigela e misture o coco e o açúcar
  • Asse em tabuleiro untado

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