quinta-feira, 21 de maio de 2015

Queijo Coalho poderá ganhar selo de indicação de origem.

A pesquisa feita pelo Centro Tecnológico de Laticínios (CT Laticínios) pretende tornar o tradicional queijo de coalho um produto reconhecido, padronizado e com um selo de indicação de procedência do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). 


Segundo Benoit Paquereau, pesquisadora e professora do curso de História da Universidadede Pernambuco (UPE), com o selo de indicação geográfica, a coalho.jpgprodução do queijo de coalho seria exclusiva da região Nordeste e nenhum outro local poderia usar a nomenclatura queijo de coalho para comercialização.

É como uma espécie de patente, que ocorreu, por exemplo com o champagne, que leva o nome da região Champagne, na França e com o queijo parmesão, produzido exclusivamente em Parma, na Itália. No Brasil, o modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais foi registrado em 2008 como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)

Segundo a professora Maria Giseuda, a pesquisa comprova a reputação do queijo de coalho no Agreste, inclusive com registros da imprensa local e nacional de mais de um século. “A cultura do leite e do queijo está impregnada no Agreste provavelmente desde que o gado foi transferido da Zona da Mata para dar lugar à cultura canavieira mais intensiva no litoral”, diz.


Além dessa importância histórica e social, Benoit lembra que com o selo de indicação geográfica, a qualidade do produto será garantida. A ideia é unir a tradição à excelência. “A gente procura se manter próximo da ideia do produtor inicial, sem muitas mudanças. Mudamos apenas em relação às práticas de higiene dos produtores, animais e utensílios”, afirma.

Os agricultores familiares produtores de queijo de coalho artesanal dos estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte não adotam tecnologias apropriadas no processo de fabricação. 

Por isto, as agroindústrias familiares convivem com três problemas que afetam diretamente sua produção: 

a) má qualidade do queijo de coalho pela falta de práticas higiênico-sanitária; b) o processo de produção compromete a qualidade e segurança alimentar, diminuindo a potencialidade mercadológica do produto; e c) o Método para produção do queijo não se encontra definido, o que leva à falta de padronização dos queijos comercializados. 

Nesse sentido a Embrapa Agroindústria Tropical vem desenvolvendo o Projeto Melhoria da Produção, Processamento e Comercialização de Queijo de Coalho Artesanal de Agricultores Familiares destes Estados. 

Cujo objetivo principal é desenvolver nas agroindústrias familiares produtoras de queijo de coalho artesanal requisitos básicos de Boas Práticas Agrícolas (BPA) e Boas Praticas de Fabricação (BPF), visando elevar o padrão de qualidade do queijo de coalho artesanal, por meio da melhoria no processo produção, de comercialização e sustentabilidade do ambiente. 



Introdução 

Dentre os produtos regionais derivados do leite produzidos nos Estado do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, destaca-se o queijo de coalho artesanal, produto amplamente consumido a nível regional e em vários outros estados brasileiros. A produção deste tipo de queijo artesanal em pequenas agroindústrias familiares tem sua principal base de comercialização a economia informal, pois 90% dessa produção é originaria da agricultura familiar. Vale salientar, que essa produção é carregada de valores culturais, e simbólicos. No Nordeste do Brasil, a maior parte da produção de queijo coalho artesanal é obtida em pequenas e médias queijarias, as quais movimentam, mensalmente, algo em torno de 10 milhões de reais (Perry, 2004), o que sinaliza ser essa atividade importante em termos social e econômico na região. Devido aos pequenos produtores não contarem com tecnologias apropriadas, a fabricação desse produto, em agroindústrias familiares convive com três problemas que afetam diretamente sua produção: a) a má qualidade do queijo de coalho pela falta de práticas higiênico-sanitária; b) o processo de produção compromete a qualidade e segurança alimentar, diminuindo a potencialidade mercadológica do produto; e c) o Método para produção do queijo não se encontra definido, o que leva à falta de padronização dos queijos comercializados. Nesse sentido a Embrapa Agroindústria Tropical vem desenvolvendo o Projeto Melhoria da Produção, Processamento e Comercialização de Queijo de Coalho de Agricultores Familiares nos Estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. O projeto busca desenvolver nas agroindústrias familiares produtoras de queijo de coalho artesanal os seguintes requisitos básicos: Higiene e segurança do produto através da implantação Boas Práticas Agrícolas (BPA´s) com a ordenha higiênica e uso de kit básico; A Qualidade do produto, com a implantação Boas Praticas de Fabricação (BPF´s), visando elevar o padrão de qualidade do queijo de coalho artesanal, com processamento do leite e uso kit básico; Sustentabilidade da produção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário